As ações do Banco do Brasil (BBAS3) enfrentam uma encruzilhada que combina pressões gráficas, fundamentos desafiadores e riscos políticos em escala internacional. Do lado técnico, o papel ainda busca direção clara: depois de tocar a mínima do ano em R$ 18,12, ensaiou reação até a região dos R$ 21, mas sem força para reverter a tendência negativa. Setembro já acumula perda de 4,5% e, no ano, o recuo supera 12% desde o topo histórico em maio.Nesse quadro, a região de R$ 20,00, onde passa a média móvel de 200 períodos, tornou-se divisor de águas: enquanto sua manutenção pode sustentar um repique, a perda desse patamar tende a reforçar a predominância vendedora e abrir espaço para novas quedas.Na leitura fundamentalista, a cautela também prevalece. O Itaú BBA reduziu, nessa semana, o preço-alvo de R$ 25 para R$ 23 e manteve recomendação neutra, destacando que o múltiplo de preço/lucro baixo (0,6 vez) por si só não sustenta a atratividade do ativo. A previsão de lucros pressionados, dividendos limitados e momentum enfraquecido reforça a ideia de que, mesmo barato no papel, o BB segue dependente de fatores externos para destravar valor.E é justamente no ambiente externo e político que surgem os maiores pontos de tensão.Lei Magnitsky – A presença do ministro Alexandre de Moraes, alvo de sanções nos EUA, entre os clientes do banco levanta a hipótese de que Washington possa ampliar restrições. O BB já avalia medidas de contingência, como redirecionamento de transações em dólar e consultas a escritórios jurídicos americanos.Agronegócio – A concentração de um terço da carteira no setor rural expõe o banco ao aumento da inadimplência, alimentado por juros altos, renegociações em massa e casos de recuperação judicial. As provisões cresceram além do esperado, afetando diretamente a rentabilidade.Bolsonaro – O julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no STF acrescenta incerteza política e risco geopolítico: consultorias como a Eurasia já apontam que novas condenações podem intensificar a postura dura da Casa Branca, ampliando tarifas e sanções sobre o Brasil — com impactos diretos no banco estatal.Para entender até onde o preço das ações do Banco do Brasil (BBAS3) pode ir, confira a análise técnica completa e os principais pontos de suporte e resistência.Análise técnica Banco do Brasil (BBAS3)No gráfico diário, a reação a partir da mínima em R$ 18,12 trouxe algum alívio, mas a tendência de baixa ainda não foi revertida. O fechamento em R$ 20,42 mostra que o papel continua pressionado, exigindo rompimento de resistências próximas para confirmar a retomada. A primeira barreira está em R$ 20,52, seguida da faixa de R$ 21,53/22,54, que concentra antigos pontos de briga entre compradores e vendedores.Se conseguir superar essas regiões, BBAS3 pode abrir espaço para buscar a média de 200 períodos em R$ 24,20, resistência de maior relevância no curto prazo. Acima dela, os próximos objetivos ficam em R$ 25,60/26,95, com alvo mais longo em R$ 28,58. Pelo lado oposto, caso volte a perder a faixa de R$ 20,12/19,00, o ativo pode retestar o suporte em R$ 18,12/17,35, abrindo espaço para movimentos mais fortes de baixa em direção a R$ 16,00/15,33.Fonte: Nelogica. Gráfico diário. Elaboração: Rodrigo PazConfira mais análises:Ações do Itaú (ITUB4) têm leve correção: hora de realizar lucros ou reforçar posição?Ações da WEG (WEGE3) caem 27% em 2025: oportunidade ou risco maior na Bolsa?COGN3: De R$ 0,95 a R$ 3,19, ação da Cogna dispara 175% e encara resistência; confiraAnálise de médio prazoNo semanal, a leitura é mais pesada, refletindo a correção acumulada desde o topo em R$ 29,57. O ativo negocia abaixo das médias de 9 e 21 períodos, e a proximidade da média de 200 períodos em R$ 20,00 é o ponto de maior atenção. Se essa região for perdida, a pressão vendedora tende a se intensificar, com alvos iniciais em R$ 18,12/17,77, podendo estender o movimento até R$ 15,33/13,20. Em cenários mais pessimistas, projeções mais longas chegam a R$ 12,30 e R$ 10,38.Para retomar a trajetória de alta no médio prazo, BBAS3 precisa confirmar a recuperação acima de R$ 21,53/22,54, faixa que representaria uma virada estrutural no gráfico semanal. Superando essa barreira, o ativo pode mirar R$ 24,45, seguido por R$ 27,08/28,58, até buscar novamente o topo histórico em R$ 29,57. Só acima desse patamar haveria espaço para um ciclo de valorização mais longo e consistente.Fonte: Nelogica. Gráfico semanal. Elaboração: Rodrigo PazSuportes e resistênciasBBAS3 (Banco do Brasil)Com base no fechamento do dia 04/09, aos R$ 20,42, as ações do Banco do Brasil contam com:Suportes de curto prazo em R$ 20,12 (1), R$ 19,00 (2) e R$ 18,12 (3);Resistências de curto prazo em R$ 20,52 (1), R$ 21,53 (2) e R$ 22,54 (3).Suportes de médio prazo em R$ 18,12 (1), R$ 17,77 (2) e R$ 15,33 (3);Resistências de médio prazo em R$ 24,45 (1), R$ 27,08 (2) e R$ 28,58 (3).(Rodrigo Paz é analista técnico)Guias de análise técnica:O que é uma linha de tendência na análise gráfica?O que são médias móveis e como usá-la para estratégia de TradeBandas de Bollinger: como usar e interpretar?Confira mais conteúdos sobre análise técnica no IM Trader. Diariamente, o InfoMoney publica o que esperar dos minicontratos de dólar e índice. The post Banco do Brasil (BBAS3) é compra ou venda, entre Lei Magnitsky, agro e Bolsonaro? appeared first on InfoMoney.