Brasil Terrenos, que faturou R$ 2 bi em 2024, capta R$ 700 milhões para acelerar mais

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Mais de 88% dos brasileiros moram em casas. Este número pode parecer estranho para os habitantes de grandes metrópoles que veem, a cada dia, um novo arranha-céu sendo construído nas cidades. Esta, no entanto, é a realidade da maior parte do Brasil e é neste “terreno fértil” que a Brasil Terrenos, uma companhia que faz loteamento aberto e já alcançou cifras bilionárias – e quer crescer ainda mais. Fundada por Moisés Carvalho Pereira e Sidney Penna em 2003, a empresa acabou de realizar uma captação de R$ 700 milhões em um CRI de alta demanda, segundo especialistas do setor. “Já tínhamos feito vários CRIs, mas para casos específicos – não, necessariamente, para fazer distribuição no varejo”, diz Alexandre Pedreira Pereira, vice-presidente de finanças e filho de um dos fundadores, comemorando a maior emissão realizada por uma loteadora.  Leia também: Pravaler capta R$ 588 mi em FIDCs e quer dar crédito para 130 mil alunos em 2025A emissão vem para alongar uma dívida que “já não é tão grande”, e para consolidar o “crescimento dos próximos três anos: já estamos colocando dentro de casa o que precisamos até o final de 2027”, diz o executivo.Em 2024, a Brasil Terrenos alcançou o segundo maior lucro imobiliário do Brasil, com R$ 1,246 bilhão e contabiliza uma margem bruta de quase 79% e uma margem líquida de 64%, com alavancagem extremamente baixa – 0,1x em relação ao Patrimônio Líquido de R$ 4 bilhões. “Estamos falando que o que tem disponível em caixa paga todo o nosso endividamento a curto prazo, que é extremamente baixo”, diz o executivo. Tudo isso corroborou para o rating AA+ da S&P, da companhia e da emissão. Com a operação, a empresa já se prepara para os eventuais impactos que as eleições presidenciais de 2026 poderão ter. “Sabemos que, em ano de eleição, pode haver um crédito mais escasso e enxergamos isso como oportunidade. Por isso, nos adiantamos para ter um caixa cheio, nos posicionar para colher as oportunidades”, diz, ressaltando o timing da oferta, por conta da isenção de IR, que pode cair.  O processo para fazer a emissão foi relativamente longo. “Tivemos ajuda dos bancos, modelando o negócio, fazendo projeções e nos trazendo a visão de que dever um pedaço do PL é extremamente saudável para dar velocidade para o negócios”, avalia. IPO à vista?A captação é uma forma de ‘testar as águas’ para uma eventual oferta pública de ações. Mas Pereira não busca apenas dinheiro na Faria Lima, o interesse real é pela perenidade da empresa. “O dinheiro, a valorização da empresa, nada disso é errado. Vivemos no capitalismo, e no final do dia, é importante ganhar dinheiro, sim. Mas o nosso case vem muito ligado à governança. Buscamos o mercado de capitais para a perenidade: queremos que a empresa seja eterna”, diz o executivo. Leia também: Empreender é transformar pessoas e impulsionar o Brasil: veja conselhos de BenchimolA empresa nasceu em 2003 no Pará e começou seu processo de expansão em 2008, ao chegar no Tocantins. Em 2014, a sede mudou para Goiânia – “uma cidade centralizada, a duas horas de voo de qualquer região do Brasil”. Entre 2021 e 2022, a empresa consolidou sua presença nacional e, entre 2023 e 2024, os bancos ajudaram na estruturação de mercados e capitais. Agora, a empresa é uma S/A de capital fechado, com auditoria trimestral, preparada para entrar no mercado quando for a hora.“Estamos com a casa pronta para o mercado de capitais, mas não depende da gente, depende ‘dos astros’ do mercado de capitais. O que posso dizer é que vamos abrir com o menor percentual possível [free float] e só vamos prometer o que for entregar”, diz. Com presença em 79 cidades de 17 estados, a Brasil Terrenos tem um landbank de R$ 23 bilhões. “A empresa cresce de duas formas diferentes: dentro das cidades em que já estamos hoje e olhando para novas oportunidades”, afirma o executivo. O crescimento almejado para o próximo triênio é de 15 mil lotes por ano e um VGV de R$ 2 bilhões por ano. “Mas, se você olhar no retrovisor, já chegamos a fazer 33 mil imóveis no ano. Então podemos dizer que nosso case não tem um risco de execução na mesa”, afirma. Espalhada por diversos “Brasis”, como Pereira diz, o negócio e os riscos estão pulverizados. “Não estamos ligados a uma só região. Se alguma cidade ou estado tiver um problema, como uma demora para aprovação, por exemplo, este é um percentual muito irrelevante na empresa no final do dia. Para nós, isso é uma grande fortaleza do negócio”, afirma.Outra forma de mitigar riscos é a aposta na verticalização em todas as etapas do processo: da prospecção de terrenos, incorporação e parceria com empreendedores locais até a distribuição de mais de 730 máquinas próprias para construção e gestão da carteira de clientes. “ Imóvel tem três regras na nossa cabeça, localização, localização e localização”. Neste caso, a Brasil Terrenos parece estar no lugar certo.The post Brasil Terrenos, que faturou R$ 2 bi em 2024, capta R$ 700 milhões para acelerar mais appeared first on InfoMoney.