Juros futuros em queda após dados de emprego nos EUA; mercado espera cortes do Fed. Foto:Pexels.Os juros futuros apresentaram forte queda nesta sexta-feira, 25, acompanhando o movimento de desvalorização do dólar e a redução nos rendimentos dos Treasuries. A reação foi imediata após o anúncio do relatório de emprego nos Estados Unidos, que trouxe números abaixo das expectativas do mercado e alimentou especulações sobre um possível corte na taxa de juros do Federal Reserve (Fed). Em agosto, a economia americana criou apenas 22 mil postos de trabalho, um número muito inferior à projeção de 76 mil vagas, e dentro do intervalo de expectativa, que variava de 0 a 104 mil.A revisão dos dados anteriores também surpreendeu, com o relatório de julho sendo ajustado de 73 mil para 79 mil, e o de junho, passando de +14 mil para -13 mil. A taxa de desemprego ficou em 4,3%, como esperado, e o salário médio por hora subiu 0,27% em agosto, abaixo da previsão de 0,30%.Às 9h36 de sexta-feira, os contratos de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2027 caíam para 13,920%, comparado a 13,970% no fechamento de quinta-feira. Já os vencimentos mais longos, como janeiro de 2029 e 2031, também apresentaram queda, sinalizando uma expectativa mais forte de afrouxamento monetário no Brasil.No cenário interno, os juros futuros haviam mostrado uma leve alta na quinta-feira, pressionados pela oferta de títulos públicos do Tesouro Nacional. O leilão de NTN-B, papéis atrelados à inflação, e a subsequente venda de títulos prefixados geraram um aumento nas taxas de juros, o que afastou o mercado doméstico da dinâmica externa positiva, especialmente diante da expectativa em torno do relatório de emprego dos EUA.No entanto, a reação dos mercados foi instantânea com a divulgação do dado do “payroll”, e os investidores passaram a precificar uma chance maior de cortes de juros nos EUA, o que também afetou as taxas de juros internas.Em comparação com outras economias, o Brasil segue com taxas mais elevadas, o que tem gerado uma sensação de pressão nos juros futuros nacionais. Com a queda dos juros no exterior, principalmente com os Treasuries, e a sinalização de um Fed mais dovish, o cenário doméstico passa a ser mais incerto. “O juro do Brasil é o pior do mundo novamente”, disse um operador, evidenciando a discrepância entre os mercados.A expectativa é que os dados econômicos dos EUA continuem influenciando diretamente o rumo da política monetária, tanto por lá quanto aqui, já que a trajetória de juros no Brasil está intimamente ligada às movimentações do mercado global.Com informações da Agência Estado