Extensão da patente de “irmã do Ozempic” muda expectativa de genérico e farmacêuticas

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A decisão da Justiça Federal no Distrito Federal de conceder a extensão da patente da liraglutida, princípio ativo dos medicamentos Victoza e Saxenda produzidos pela Novo Nordisk para perda de peso, traz novas incertezas para o setor farmacêutico no Brasil, segundo relatórios divulgados pelo Itaú BBA e XP Investimentos nesta sexta-feira (5). A liraglutida é uma molécula considerada “irmã” da semaglutida, de medicamentos como Ozempic.A liminar reconheceu que a demora do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi) em conceder a patente, superior a 13 anos, prejudicou o período de exclusividade da empresa, que agora terá direitos sobre o medicamento por mais oito anos, cinco meses e um dia. A medida ocorre após a patente original ter vencido, permitindo o lançamento de genéricos como Olire e Lirux, da EMS, que tiveram suas vendas iniciadas em agosto. Analistas da XP Investimentos afirmam que, embora a liraglutida represente uma pequena parcela das vendas de medicamentos do tipo GLP-1 (peptídeo similar ao glucagon-1), a decisão pode abrir precedente para outros casos, incluindo os genéricos de semaglutida.Isso indica a possibilidade de adiamento de lançamentos que já estavam precificados pelo mercado como geradores de crescimento para a categoria, afetando a perspectiva de margens e vendas futuras das farmácias e distribuidores. A XP diz que o efeito esperado da chegada de genéricos, que poderia acelerar o crescimento do segmento, tende a ser reduzido por causa da recomposição da patente.Leia tambémIbovespa Ao Vivo: Bolsa sobe 1% e caminha ao maior nível de fechamento da históriaBolsas dos EUA caem após dados do payroll elevarem preocupações sobre a economiaNa mesma linha da corretora, o Itaú BBA concorda que o precedente é negativo para o setor farmacêutico, mesmo que a decisão ainda possa ser contestada e não altere de imediato a comercialização de genéricos já aprovados.O banco lembra que a extensão da patente da semaglutida, com validade prevista para março de 2026, também está sob análise do Superior Tribunal de Justiça (STJ), após a negativa em primeira e segunda instância no Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), em Brasília. O resultado poderá influenciar o calendário de entrada de genéricos e a dinâmica de competição no mercado de GLP-1 no país.A recomposição da exclusividade altera a projeção de crescimento do segmento. Segundo a XP, o modelo RADL, modelo de projeção de lucros e vendas usado para estimar o impacto de fatores como lançamento de genéricos, desempenho de medicamentos de marca e alterações regulatórias no setor farmacêutico, já considera a entrada de genéricos de GLP-1 no segundo semestre de 2026, com cerca de nove pontos percentuais da revisão de lucros estimados para o período atribuídos à categoria.Desses números, quatro pontos percentuais vêm da chegada de genéricos e cinco pontos percentuais do desempenho dos medicamentos de marca. Mudanças na trajetória da patente de semaglutida podem levar a ajustes para baixo nas estimativas de resultados das empresas, tornando a entrada de genéricos menos previsível e aumentando a atenção de investidores sobre o setor.The post Extensão da patente de “irmã do Ozempic” muda expectativa de genérico e farmacêuticas appeared first on InfoMoney.