Payroll nos EUA derruba o dólar: O que significa para a economia brasileira e o mercado global?

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Dólar em queda após dados do payroll: impacto nas finanças globais e brasileiras. Foto: UnsplashO impacto do payroll divulgado nesta sexta-feira (5) é profundo: a criação de empregos nos EUA foi bem abaixo das expectativas, com apenas 22 mil vagas criadas em agosto, frente a uma previsão de 76 mil. Esse dado fraco reacendeu as apostas em cortes de juros pelo Federal Reserve, e o dólar perdeu força globalmente, sendo negociado abaixo de R$ 5,30. Mas o que isso realmente significa para a economia brasileira e para o futuro próximo do mercado global?André Perfeito, economista-chefe da Órama, analisou a situação: “Os dados do payroll nos EUA colocaram uma pá de cal em quem acreditava que o FED não iria cortar os juros na próxima reunião”. Segundo ele, a queda do dólar é um reflexo direto da tentativa dos EUA de ajustar seu déficit em transações correntes. “O problema é o déficit em Transações Correntes nos EUA, e contra isso apenas um dólar mais fraco”, disse Perfeito.O impacto no Brasil: O suporte do dólar em R$ 5,30 e a inflaçãoA queda do dólar abaixo de R$ 5,30 é vista como um suporte técnico significativo. Para os analistas, esse valor pode se tornar um ponto de resistência importante, com possíveis repercussões no mercado financeiro brasileiro. Caso o dólar se desvalorize ainda mais, há uma possibilidade de ele atingir os R$ 5,10, o que pode afetar diretamente as projeções de inflação no Brasil. O IGP-M, por exemplo, mais sensível ao câmbio, pode ser revisado para baixo, como já foi observado nas projeções de 2025.André Perfeito alerta: “Romper esse suporte pode levar o dólar para os R$ 5,10, e isso tem implicações diretas no mercado brasileiro, especialmente nas previsões de inflação e na política monetária do Banco Central.”O cenário global: O que o payroll revela sobre a economia mundial?Globalmente, a reação foi clara: as bolsas europeias fecharam em baixa, refletindo o receio dos investidores com a desaceleração econômica nos EUA. O índice pan-europeu Stoxx 600 caiu 0,16%, enquanto outros índices na Alemanha, França e Reino Unido também sofreram quedas. O payroll, portanto, reforça os temores de uma recessão, o que tem levado o Federal Reserve a reconsiderar sua postura em relação às taxas de juros.Além disso, os analistas do Bank of America revisaram suas projeções, prevendo cortes de juros já para o próximo ano, enquanto o Commerzbank destaca a desaceleração no emprego como um sinal de recessão iminente. A cautela no mercado está mais do que justificada, com o impacto do payroll reverberando por todo o mercado financeiro internacional.O que vem pela frente para o mercado?Após o impacto do payroll nos EUA e a expectativa crescente de cortes de juros, tanto o mercado global quanto o brasileiro se preparam para um cenário de instabilidade. O comportamento do payroll e sua influência nas políticas econômicas dos EUA devem continuar a afetar a trajetória do dólar e, consequentemente, o futuro econômico no Brasil e no mundo.