O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) negou nesta sexta-feira (5) que a relação com o governo da Argentina tenha sido abalada devido à visita a ex-presidente Cristina Kirchner.“Eu não fui apoiar a Cristina Kirchner, fui visitar, com autorização da Justiça, porque eu não esqueço da relação de amizade que eu tive. Foram oito anos de amizade, doze com o marido dela. Doze de convivência”, disse o presidente em entrevista ao “SBT Brasil”.Lula visitou a ex-presidente da Argentina em 3 de julho deste ano. Kirchner está em prisão domiciliar em Buenos Aires. A reunião durou cerca de 50 minutos.“Eu fui visitar porque acho que ela está sendo acusada quase do mesmo modo que fui acusado. Como quem define é a Justiça, jamais deixaria de visitar um conhecido meu que está sendo julgado”, declarou Lula.Tarifaço e ChinaTambém na entrevista, o presidente brasileiro fez críticas ao governo dos Estados Unidos pelas tarifas aplicadas e a falta de disposição para negociações.“A carta do [Donald] Trump mostra que é política. A carta do Trump se intromete no Judiciário brasileiro, na soberania brasileira, na legislação brasileira. Isso não existe em nenhum lugar do mundo, cada um dá palpite no seu quintal, no seu galinheiro, do nosso nós cuidamos”, disse.O presidente Lula também defendeu a relação com a China. “O comércio do Brasil e China hoje é o dobro do comércio com os EUA. Com uma diferença: com a China, o Brasil é superavitário, com os EUA, é deficitário”, afirmou na entrevista.