XP mantém projeção para PIB e inflação, mas alerta para questões fiscais e eleitorais

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A XP Investimentos divulgou nesta sexta-feira (5) seu relatório macroeconômico e manteve as principais projeções para a economia brasileira, reforçando que a atividade perdeu fôlego, mas deve avançar de forma moderada em 2025 e 2026. Os analistas apontam que o ambiente global é mais positivo para países emergentes, ainda que riscos fiscais e políticos domésticos sejam os principais fatores de instabilidade.“O crescimento desacelerou, mas segue firme nos Estados Unidos e na China”, diz o documento. A avaliação é que a inflação internacional permanece sem sinais de repasse relevante das tarifas comerciais, enquanto as commodities estão praticamente estáveis. Outro ponto importante destacado pelo relatório – e muito esperado pelos investidores – é a expectativa de corte na taxa de juros dos Estados Unidos. A projeção da XP é que o Federal Reserve deve adotar cortes em ritmo mais intenso do que o esperado. Leia tambémIbovespa Ao Vivo: Bolsa perde fôlego após renovar máxima histórica de 143 mil pontosBolsas dos EUA passam a cair após dados do payroll Dólar recua a R$ 5,38 após payroll reforçar expectativa de corte de juros nos EUAEUA criam 22 mil vagas de trabalho em agosto, abaixo do esperadoO relatório mostra que até uma última revisão recente nos dados de criação de ocupações nos EUA, o mercado enxergava até dois cortes na taxa de juros ainda em 2025. Porém, com evidências de um mercado de trabalho mais fraco e um discurso menos do Presidente do Fed, Jerome Powell, os analistas começaram a antecipar que haja no mínimo dois cortes, com reduções adicionais no ano que vem. Essa movimentação seria positiva para os emergentes, em especial o Brasil.PIB e inflaçãoNo cenário doméstico, a XP manteve sua projeção de crescimento de 2,2% para o PIB em 2025 e de 1,7% em 2026. A visão dos analistas é que o mercado de trabalho continue aquecido, com aumento na renda. O relatório ainda pontua que os estímulos fiscais devem compensar parcialmente o impacto da política monetária restritiva, mas o ritmo de expansão tende a ser mais moderado.Já quando se trata de inflação, os dados mais recentes trouxeram algum alívio. “As leituras recentes do IPCA mostraram deflação de alimentação e certa estabilidade no grupo de bens industrializados. O enfraquecimento do dólar, safras de alimentos robustas e clima favorável para itens in natura explicam tal movimento”, avalia a XP. Por outro lado, a inflação de serviços, em especial os mais intensivos em mão de obra, voltaram a subir em agosto, “refletindo o cenário de superaquecimento no mercado de trabalho e expectativas (ainda) desancoradas”.Com isso, a XP manteve as projeções para o IPCA em 4,8% em 2025 e 4,5% em 2026, e que os preços de bens devem seguir “bem-comportados” nos próximos dois anos. Porém, combustíveis e serviços continuam incertos.Fiscal e política monetáriaO quadro fiscal do Brasil também é mencionado no relatório da XP. Há uma expectativa que o governo cumpra a meta de resultado primário neste ano, “mas pressões de despesas devem impor bloqueio adicional”, afirma. Os analistas acreditam que em relação ao ano que vem a meta é considerada possível, mas ainda possui riscos mais altos sobre a expansão dos gastos.Já sobre a política monetária, espera-se manter a restrição. “O cenário para a inflação melhorou em alguma medida, mas é cedo para discutir cortes de juros”, diz o documento”. “O BC continua enfatizando que a taxa Selic deve seguir inalterada por ‘período bastante prolongado’”. A XP projeta cortes graduais a partir de janeiro do ano que vem, com a Selic atingindo 12% até o final do ciclo.No câmbio, as estimativas dos analistas continuam em R$ 5,50 para o dólar no fim de 2025 e R$ 5,70 em 2026. Já a projeção de déficit em conta corrente foi revista de 3,2% para 3,3% do PIB, em razão de menores receitas com lucros e dividendos.A XP ressalta que as eleições de 2026 são fatores determinantes para as projeções e a confiança do mercado como um todo, principalmente em relação às reformas fiscais, já que elas estão diretamente relacionadas às campanhas para as eleições de 2026. “Por esse motivo, os mercados continuarão sensíveis às pesquisas e a outros eventos ligados ao processo eleitoral, mesmo com o pleito ainda distante”, conclui.The post XP mantém projeção para PIB e inflação, mas alerta para questões fiscais e eleitorais appeared first on InfoMoney.