O ex-ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, negou nesta segunda-feira (8) qualquer envolvimento em irregularidades no esquema que desviou R$ 6,3 bilhões de aposentados por meio de descontos fraudulentos. Durante depoimento à CPMI do INSS, no Senado, ele disse que não tinha conhecimento das fraudes nem atuou para escondê-las. “Nunca acobertei”, afirmou. “Nunca tivemos a capacidade de dimensionar o tamanho, o volume que esses criminosos fizeram no INSS. Isso só foi possível depois que a Polícia Federal investigou para valer, quando ela não arquivou”, disse Lupi, lembrando que a Polícia Federal abriu investigações em 2016 e em 2020 para apurar fraudes na Previdência, mas ambas foram arquivadas. Siga o canal da Jovem Pan News e receba as principais notícias no seu WhatsApp! WhatsApp O ex-ministro compareceu como testemunha, acompanhado por dois advogados, e frisou que não está sendo investigado. “O que me perguntar será respondido”, declarou ao chegar à comissão, acrescentando que esperava ser tratado com respeito. Nos 15 minutos iniciais de fala, ele destacou medidas que teria adotado contra irregularidades e defendeu sua trajetória.“Errar é humano e eu posso ter errado várias vezes, mas má-fé eu nunca tive. Acobertar desvios nunca fiz na minha vida. Pode ter alguém que tenha lutado tanto pelos apostados quanto eu, mais não tem não”, disse. Na CPMI, Lupi também defendeu a revisão dos descontos de créditos consignados nos benefícios de aposentados e pensionistas. . “É importante ir fundo nesse processo de descontos que se faz junto aos aposentados e pensionistas pelo empréstimo consignado. Agora acabaram com o desconto em folha dos associativos, por que não acabar também com os descontos de crédito consignado?”, questionou.A sessão foi marcada por embates. O relator da CPMI, deputado Alfredo Gaspar (União-AL), adotou tom duro e acusou Lupi de omissão. “É padrão Lupi ser envolvido em denúncias de corrupção, foi omissão deliberada ou o senhor funcionava como rainha da Inglaterra?”, questionou. A postura do relator provocou reação de parlamentares governistas, que cobraram equilíbrio nas perguntas. Gaspar, que já havia feito críticas públicas ao governo federal antes de assumir a relatoria, também tentou relacionar o presidente Lula ao caso, questionando quem teria convidado Lupi para chefiar a pasta.Em sua defesa, o ex-ministro ressaltou que todas as denúncias contra ele foram arquivadas. Segundo Lupi, a primeira decisão ocorreu em 2016 e a segunda em 2020, durante o governo de Jair Bolsonaro. “Todas as acusações que fizeram contra mim foram arquivadas”, reforçou. A CPMI pretende ouvir todos os ex-ministros da Previdência desde o segundo governo Dilma Rousseff. Ao todo, dez nomes devem ser convocados até o fim do mês, caso não aceitem comparecer espontaneamente.*Com informações da Agência Brasil