Na noite desta quinta-feira (6/11), durante participação no Flow Podcast, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), afirmou que a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Segurança “é uma grande encenação”. Com objetivo de estabelecer maior integração entre União e entes federados ao lidar com a temática, a medida, que foi enviada pela gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para o Congresso em abril deste ano, voltou a ganhar destaque no cenário político nacional após a operação que deixou 121 mortos no Rio de Janeiro neste mês.Tarcísio foi ao programa ao lado de Guilherme Derrite, secretário da Segurança Pública, atualmente licenciado para voltar à função de deputado federal e relatar o projeto de lei (PL) 1.283/2025, que equipara facções criminosas a terroristas, na Câmara dos Deputados.PEC da SegurançaAlém de determinar que compete ao governo federal legislar sobre segurança pública e coordenar o sistema, o texto prevê a integração de todas as forças de segurança. Trata-se de um dos principais embates atuais entre governo e oposição.O relator é o deputado federal Mendonça Filho (União-PE), que já vê obstáculo à tramitação da PEC ao dizer esta semana ser favorável à integração das forças de segurança, mas sem um comando único.“A minha principal crítica à PEC da Segurança Pública é que o texto enviado à Câmara coloca muitas coisas que já existem, só não funcionam porque não tem liderança”, repreendeu Derrite no Flow. “É que não precisa de PEC. Tudo que tão querendo fazer via PEC já é possível”, completou Tarcísio.No programa, Tarcísio argumentou que o governo federal tem dificuldade de lidar com o tema de segurança pública. Ele classificou a PEC como uma tentativa de preencher uma “falta de agenda”“Cria a PEC como a ‘grande solução da segurança pública’. Essa é a aposta que eles estão fazendo, mas todo mundo sabe que não é isso que vai resolver o problema, que é muito mais profundo. É estrutural e demanda cooperação”, avaliou o governador de SP. “O governo federal talvez se julgue onipotente e onipresente”, acrescentou Derrite.Reforçando as críticas, o governador de São Paulo seguiu. “Os caras desconhecem o assunto e têm uma grande dificuldade de lidar com isso. Qual é a política de segurança? Mandar PEC, que é uma grande encenação”.Eleições No podcast, Tarcísio falou que não se preocupa em se candidatar à presidência do Brasil nas eleições de 2026. “Não perco muito tempo pensando ou discutindo isso”, declarou.“Não tenho essa ambição, acho que a gente precisa de um bom projeto para o Brasil. O protagonista disso é o menos importante. O plano estando bem construído é o que vai dar certo”, completou o chefe do Executivo paulista.Ao ser questionado pelo apresentador Igor Coelho sobre virar o substituto de Jair Bolsonaro no imaginário dos eleitores conservadores e liberais, Tarcísio apontou que haverá uma harmonia coletiva na decisão. “Engana-se quem pensa que a direita não vai se unir, que não via ser competitiva”, afirmou.Na ocasião, o governador de São Paulo também criticou o atual presidente. “É preciso romper esse ciclo de ‘desgoverno’ em que a gente está andando”, manifestou Tarcísio. “Pode até ser que ele [Lula] eventualmente ganhe a eleição, mas aí haverá um encontro [dos eleitores] inescapável com 2027 e com as mazelas que vocês mesmos estão construído. A matemática é imperdoável.”