Com sua criação aprovada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na terça-feira (4/11), o Missão, partido do Movimento Brasil Livre (MBL), vai partir para cima de Tarcísio de Freitas (Republicanos) nas eleições de 2026. Em entrevista ao Metrópoles, o presidente do MBL e pré-candidato do Missão à Presidência nas eleições do ano que vem, Renan Santos, avaliou o governador de São Paulo como um “preposto de Jair Bolsonaro” e “sem perfil de líder”.Santos disse ainda não dar como certa a candidatura de Tarcísio, nome preferido pelo mercado financeiro e pelo Centrão para a disputa presidencial. O líder do MBL também criticou o governador por sua suposta “falta de imaginação”.“Eu não dou como favas contadas que o Tarcísio será o candidato deles [do Centrão]. Eu concordo que ele é o nome principal, o nome sonhado por eles e pelo mercado financeiro também. O Tarcísio é um engenheiro — inclusive, engenheiro de formação. Então, ele pega uma ideia, vai lá e executa. É um bom aluno. O Brasil tem um grave problema de imaginação política e de imaginação para soluções. O Tarcísio não tem nenhuma imaginação”, afirmou.3 imagensFechar modal.1 de 3Presidente do Missão, Renan dos Santos critica Tarcísio Reprodução / YouTube2 de 3O ex-presidente Jair Bolsonaro foi condenado a 27 anos de prisão por tentativa de golpe de EstadoHUGO BARRETO/METRÓPOLES@hugobarretophoto3 de 3Tarcísio de Freitas é criticado pelo presidente do MBL por "falta de liderança"Isabella Finholdt / MetrópolesSegundo Renan Santos, Tarcísio de Freitas apresenta falhas em uma de suas principais plataformas de campanha: o combate ao crime organizado. “Eu duvido que ele vá tocar uma guerra contra o crime organizado, porque já não faz isso como governador de São Paulo. Ele não age assim aqui no estado, implorando a atenção do Alexandre de Moraes para fazer uma operação lá na Baixada Santista”, criticou.“Ele [Tarcísio] também não esteve com Cláudio Castro [governador do Rio de Janeiro], dando apoio ao Cláudio Castro. Portanto, nem sequer liderança para o tema ele tem. O Tarcísio, sendo liderado pelos caras do Centrão, jamais vai tocar uma reforma administrativa nos estados, especialmente do Nordeste”, disse Santos. Leia também Paulo Cappelli Ministros do STM avaliam que Bolsonaro não pode cumprir pena na Papuda Paulo Cappelli Ministra de Lula libera R$ 2,8 milhões a anistiados do regime militar Paulo Cappelli Governo Lula discute assistência a familiares de mortos no RJ Paulo Cappelli “Se MDB estiver com Lula em 2026, eu não estarei”, diz Otoni “Preposto”Para Renan Santos, Tarcísio de Freitas foi apontado por Jair Bolsonaro como provável escolha para a disputa presidencial de 2026 por se comportar como um “preposto” do ex-presidente. O líder do MBL avalia, no entanto, que o governador será cobrado durante a campanha por sua proximidade com Bolsonaro.“Tarcísio é um preposto do Bolsonaro, que vive todos os medos de alguém que tem de ficar com uma espécie de espada sobre a cabeça, aguardando a próxima bronca que vai levar. É um sujeito fraco, sem perfil de liderança — nunca teve”, disse Santos.“O Tarcísio vai ser cobrado, inclusive, já que ele quer tanto se vincular ao Bolsonaro, por ter ficado calado quando o ex-presidente destruiu a Operação Lava Jato. Se ele é tão contra o crime, se é um cara tão probo, por que se calou quando Bolsonaro colocou o [ex-procurador-geral da República, Augusto] Aras na PGR e promoveu o desmonte da Lava Jato?”, questionou.“A lealdade dele é tamanha que, quando Bolsonaro apareceu em um caminhão de som, mandou o próprio Tarcísio ligar para as polícias e desligar o som de outro bolsonarista que estava presente na Avenida Paulista — como se o governador de São Paulo fosse um vassalo do Bolsonaro. Já que ele quer ser tão ‘lealzão’, vai ser cobrado por isso. O projeto da direita no Brasil não tem de ser o projeto do Bolsonaro. O Tarcísio faz uma confusão — muito conveniente para ele, eleitoralmente — de achar que o Brasil de direita é o Bolsonaro. Não é”, afirmou o presidente do MBL.