Ciclones tropicais elevam riscos de morte semanas após o evento

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Os ciclones tropicais, também conhecidos como furacões ou tufões, estão entre os desastres climáticos mais destrutivos do planeta. Além de causarem danos físicos imediatos, como afogamentos e ferimentos, um novo estudo global revelou que seus impactos sobre a saúde se estendem por semanas após o evento, aumentando o risco de morte por várias doenças.Ciclones tropicais e seus impactos além da destruição imediataA pesquisa, publicada na revista científica BMJ, analisou 14,8 milhões de mortes em 1.356 comunidades de nove países, entre 2000 e 2019, que enfrentaram 217 ciclones tropicais. O levantamento envolveu regiões como Austrália, Brasil, Canadá, Coreia do Sul, México, Nova Zelândia, Filipinas, Taiwan e Tailândia.Pesquisa observou que riscos de morte aumentaram após a passagem dos ciclones em diversos países analisados (Imagem: Shutterstock AI)Os cientistas observaram que os riscos de morte aumentam significativamente após a passagem dos ciclones, com o pico ocorrendo nas duas primeiras semanas. As maiores altas foram identificadas em:Doenças renais: aumento de 92% nas mortes;Lesões: aumento de 21% por dia de ciclone na primeira semana;Diabetes: aumento de 15%;Distúrbios neuropsiquiátricos: aumento de 12%;Doenças infecciosas: aumento de 11%;Doenças gastrointestinais: aumento de 6%;Doenças respiratórias: aumento de 4%;Doenças cardiovasculares e câncer: aumento de 2%.Os pesquisadores apontam que a falta de acesso a cuidados médicos, interrupções no fornecimento de energia e transporte, além do estresse físico e psicológico, são fatores que agravam a situação. Pacientes com doenças crônicas, como insuficiência renal, são particularmente vulneráveis, pois podem ter seus tratamentos interrompidos devido a apagões ou enchentes.Pacientes com doenças crônicas podem ter seus tratamentos interrompidos devido a enchentes e apagões (Imagem: John Rapone / Shutterstock.com)Chuvas intensas são mais letais que ventos, diz pesquisaO estudo também mostrou que as chuvas provocadas pelos ciclones tropicais representam um risco maior de morte do que os ventos fortes, principalmente por doenças cardiovasculares, respiratórias e infecciosas. A contaminação da água e as inundações aumentam o risco de surtos de doenças e dificultam o acesso a serviços médicos.De acordo com os pesquisadores, os países mais pobres sofrem de forma desproporcional, já que possuem sistemas de saúde menos estruturados e populações mais vulneráveis. Além disso, regiões que historicamente não enfrentavam ciclones estão agora mais expostas por causa das mudanças climáticas, o que pode ampliar os impactos futuros.Os autores destacam que, a cada ano, os ciclones tropicais afetam mais de 20 milhões de pessoas e causam cerca de US$ 51,5 bilhões em prejuízos. Com o aquecimento global, esses eventos estão se tornando mais intensos e duradouros, exigindo novas estratégias de preparação e resposta.Os países mais pobres sofrem mais que os mais ricos com a passagem dos ciclones (Imagem: BEST-BACKGROUNDS/Shutterstock)Para mitigar os efeitos, o estudo recomenda que os sistemas de saúde e meteorologia adotem medidas integradas, como incluir dados epidemiológicos nos alertas climáticos, fortalecer o atendimento em comunidades vulneráveis e ampliar o foco dos planos de emergência para além dos danos físicos imediatos.Leia mais:Google fecha ‘acordo verde’ com startup brasileira para reflorestar a AmazôniaCOP30 vai ser ‘momento da verdade’, diz Lula na ONUMudanças climáticas: o que são e quais suas causas e efeitos no planetaTempestade à vista! Ciclone extratropical deve atingir SPA Defesa Civil do Estado de São Paulo emitiu um alerta para a formação de tempestades severas entre esta sexta (07) e sábado (08), causadas por um ciclone extratropical que avança pela costa da região Sudeste. Saiba mais detalhes aqui e proteja-se!O post Ciclones tropicais elevam riscos de morte semanas após o evento apareceu primeiro em Olhar Digital.