VP e cofundador da RD Station falam sobre investimento e adoção de IA e equilíbrio com inteligência humana

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StartupiVP e cofundador da RD Station falam sobre investimento e adoção de IA e equilíbrio com inteligência humanaA inteligência artificial generativa é daqueles assuntos que todo mundo fala, mas pouca gente entende de verdade como aplicar no dia a dia. E, para o empreendedor que já se sentiu perdido tentando descobrir se deveria jogar todas as fichas na IA ou continuar fazendo marketing do jeito tradicional, saiba que não está sozinho. Durante uma entrevista no RD Summit 2025, Bruno Ghisi, cofundador da RD Station, e Gustavo Avelar, vice-presidente da TOTVS para a RD Station, foram diretos ao ponto sobre como estão navegando nessa transformação — e como as empresas podem fazer o mesmo sem perder o rumo.Como confiar em algo que você não entende completamente?Os executivos comentaram sobre os desafios de trabalhar com a Inteligência Artificial, que hoje é uma tecnologia não-determinística – nem todo mundo entende como ela funciona e suas respostas são imprevisíveis. Para eles, o segredo está em apostar em muitas etapas evolutivas e avançar com cuidado.“A gente tem três passos na IA dentro da RD”, explicou Avelar. O primeiro é focado em produtividade simples — sugestões de título de e-mail, recomendações básicas de conteúdo. Depois vem uma fase intermediária com recursos mais robustos, mas ainda sem operar efetivamente o produto para o usuário. E só no terceiro momento surgem os agentes de IA que realmente executam tarefas de forma autônoma.Gustavo complementou com uma analogia interessante: “Nem tudo que a gente lê na internet é necessariamente verdade. A gente também com uma nova ferramenta vai ter desafios nesse sentido.” O recado é que todo mundo está aprendendo junto — e isso vale tanto para as empresas quanto para quem desenvolve as soluções.Um ponto crucial que Gustavo destacou é que a velocidade de implementação da IA varia muito dependendo do tipo de produto. Em soluções financeiras, por exemplo, onde um erro de 2% significa pagar a pessoa errada, a margem para experimentação é zero. Já em ferramentas de marketing, há mais espaço para testar e evoluir rapidamente.Lançamentos da RD Station que prometem mudar o jogoOs executivos anunciam novidades que mostram para onde a RD Station está indo. A primeira é a expansão da Rê da RD, um copiloto de inteligência artificial que agora se expande para todos os produtos, e visa auxiliar os usuários em toda operação do produto, análise de dados e levantamento de oportunidades para impulsionar o crescimento do negócio.“Ainda estava disponível no CRM, então o vendedor conseguia pegar o celular e dizer: ‘Olha, eu tô aqui em campo, eu visitei tal empresa'”, contou Bruno. Agora, esse tipo de interação será universal.O segundo lançamento são os agentes especializados. O agente de CRM, por exemplo, entra junto nas ligações de vendas, transcreve tudo e atualiza o sistema automaticamente — acabando com aquele problema clássico de vendedor que não registra as informações. Já o agente de atendimento consegue responder dúvidas dos clientes sem precisar de intervenção humana na maioria dos casos, escalando para uma pessoa só quando realmente necessário.Mas a novidade que mais empolgou Bruno foi o MCP (Model Context Protocol). Trata-se de uma camada que permite que agentes de IA, feitos pela própria RD ou por terceiros, acessem os dados da plataforma para fazer diagnósticos e tomar decisões de forma automática. “Hoje, já é possível entrar no Claude e fazer perguntas que levem em consideração dados da RD Station. Nossa ideia é evoluir para que cada vez mais estejamos em outros chatbots também, isso vai evoluir. Mas para nós, essa evolução é um embrião que trará automação, mais produtividade – a gente conseguir além no uso de todos os produtos”, afirmou Bruno.O outro lançamento da RD Statio é o Radar GEO, uma ferramenta gratuita que analisa o conteúdo de um site, e indica o quão preparado ele está para ser mencionado corretamente pelas LLMs, além de oferecer insights para direcionar a estratégia de GEO (Generative Engine Optimization, o SEO para IAs).O paradoxo da simplicidade: IA torna tudo mais fácil ou mais complexo?Se antes as ferramentas tinham fluxos que induziam boas práticas, a IA não exigiria um nível maior de proficiência dos usuários? Gustavo discordou completamente. “É bem o contrário”, defendeu, lembrando a transição do Blackberry para os smartphones com tela touch. No começo parecia mais complicado, mas depois até as crianças passaram a conseguir usar. “Um dos principais efeitos que a gente tem dos nossos produtos é justamente diminuir a distância entre o bom usuário do nosso produto e o mau usuário.”“Um dos objetivos da inteligência artificial na RD, é transformar todo o usuário num super usuário: é auxiliar ele quando ele errar, impedir que ele erre, executar para ele alguma tarefa”, explica Avelar. Bruno reforçou: “A RD nasceu para isso, ela nasceu de fato para permitir que uma empresa pequena, sem gastar muito dinheiro, mas com disposição para gerar conteúdo, com a estratégia correta de impactar o cliente dela, seja por post, seja por e-mail, seja o que for, possa evoluir uma relação com o cliente muito antes, muitas vezes, de consumo, para quem sabe se tornar uma compra depois.”Como não se perder em meio a tanto barulho?Se você está se sentindo sobrecarregado com tantos lançamentos, tanto “tudo termina em IA”, você não está sozinho. Os executivos falaram sobre as dificuldades em adotar tantas novidades e recursos sem que isso sobrecarregue, não só usuários mas equipes inteiras. A resposta de Bruno foi honesta: “Essa pergunta é bem difícil, eu não acho que a gente tenha uma solução ótima, nem uma resposta completa.” Mas ele compartilhou o que tem funcionado: primeiro, mensurar tudo. Saber exatamente qual o retorno de cada iniciativa. Segundo, investir pesado em educação, tanto interna quanto para os clientes.“São exatamente nesses momentos que é muito menos sobre colocar todas suas fichas em um lugar ou em outro”, ponderou. “É muito mais sobre diversificar, manter calma, manter todos seus canais funcionando, distribuir peso no funil.”Gustavo complementou lembrando que a TOTVS revisou seus valores este ano, e um deles virou “IH + IA” — inteligência humana + inteligência artificial. “É justamente pra gente deixar bem claro para as pessoas que é muito mais sobre empoderar seres humanos com IA do que qualquer tom de ameaça.”A IA e os influenciadoresVivemos num mundo onde a IA está popularizada e acessível para todo mundo, mas ao mesmo tempo nunca fomos tão influenciados por pessoas reais, autênticas, com opinião própria.“A gente tem um CazéTV da vida com o tamanho que ele é, que surgiu como influenciador”, exemplificou Bruno. “Então, de fato, a gente tem esses dois mundos: tem a IA ajudando um monte de coisa, em especial ajudando geração de conteúdo, e a gente consumindo cada vez mais conteúdo opinativo, conteúdo onde você consegue reconhecer que tem uma pessoa normal com bastante originalidade.”A mensagem final é clara: não se trata de escolher entre tecnologia e humanização. É sobre usar a tecnologia para ter mais tempo, mais recursos e mais capacidade de ser genuinamente humano e original na forma como você se conecta com seus clientes.Aproveite e junte-se ao nosso canal no WhatsApp para receber conteúdos exclusivos em primeira mão. Clique aqui para participar. Startupi | Jornalismo para quem lidera inovação!O post VP e cofundador da RD Station falam sobre investimento e adoção de IA e equilíbrio com inteligência humana aparece primeiro em Startupi e foi escrito por Cecília Ferraz