Problema em descontos do INSS era recorrente, mas sem relevância, diz Onyx

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O ex-ministro do Trabalho e Previdência Onyx Lorenzoni afirmou nesta quinta-feira (5) que problemas em descontos associativos em benefícios do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) eram “recorrentes”. Em depoimento na CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) do INSS, ele declarou que o tema não tinha “relevância” durante sua gestão.“O problema com descontos associativos era recorrente. Tem denúncias de problemas com acordos ou com procedimentos, dos mais diferentes governos desde 2010, registrados pela imprensa brasileira”, disse. Leia Mais: CPMI aprova pedido de acareação entre “Careca do INSS” e advogado INSS firma acordo com instituições financeiras para regular consignado INSS diz ter recebido sinal positivo do governo para reforço do orçamento Lorenzoni esteve à frente da pasta entre 2021 e 2022, durante o governo de Jair Bolsonaro (PL). Segundo ele, o foco da sua gestão envolveu dois problemas principais: a fila de processos do INSS e o crédito consignado de beneficiários.“No nosso tempo, os números expõem com clareza, não havia relevância o discurso de descontos associativos”, afirmou. “Nós considerávamos a questão dos descontos associativos dentro da sua normalidade”, declarou.Segundo Onyx, houve redução no número de aposentados com descontos associativos em folha de janeiro de 2019 a 2022. Em resposta, no entanto, o relator da CPMI, deputado Alfredo Gaspar (União-AL), afirmou que os números começaram a subir a partir de 2022, na gestão de José Carlos Oliveira, que substituiu Onyx no cargo e também já foi ouvido pela CPMI.“Quando o senhor sai [do cargo], essa curva estabiliza um pouco, mas tem um crescimento muito grande, nós saímos da casa de milhões para a casa de bilhões [em descontos]”, disse o relator. “A gestão do José Carlos Oliveira está diretamente ligada aqui ao início da curva de crescimento”, declarou.Na oitiva, Onyx defendeu a indicação de Oliveira para a função na época e afirmou que teve o aval de Bolsonaro. Na ocasião, Onyx afirmou ter buscado alguém com conhecimento da Previdência, histórico de bom gestor e um funcionário de carreira.“A escolha do José Carlos Oliveira foi ao conversar com diretores, com servidores que atuavam aqui no núcleo central do INSS, na busca da história, do currículo dele. Foi uma coisa técnica, não teve nenhuma interferência política”, afirmou.Na chegada ao Congresso nesta quarta-feira, Onyx negou que tenha ocorrido corrupção durante o governo Bolsonaro. Ao longo de toda a oitiva, ele exaltou e elogiou a atuação do governo anterior. Onyx também ocupou os cargos de ministro da Casa Civil, da Cidadania e da Secretaria-Geral da Presidência durante o governo anterior.A CNN apurou que na última terça-feira (4) Onyx Lorenzoni esteve no Senado e se encontrou com Rogério Marinho (PL-RN), atual líder da oposição na Casa e ex-ministro e ex-secretário do governo Bolsonaro. O senador, que é membro da CPMI, foi secretário especial da Previdência de 2019 a 2020 e ministro do Desenvolvimento Regional de 2020 a 2022.CPMI ouve ex-ministro Onyx Lorenzoni nesta quinta-feira (6) | CNN NOVO DIA