O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Ricardo Alban, reuniu-se nesta quinta-feira (6/11) com o vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, para discutir estratégias e próximos passos nas negociações comerciais com os Estados Unidos.Durante o encontro, Alban apresentou propostas elaboradas com o apoio de empresas de diversos setores, incluindo dados atualizados e recomendações técnicas destinadas a subsidiar o governo brasileiro nas tratativas com Washington.Entre as medidas sugeridas estão a suspensão temporária das tarifas adicionais impostas aos produtos brasileiros, criação de um mecanismo de diálogo comercial de alto nível, eliminação da bitributação e o estímulo a alianças tecnológicas e investimentos bilaterais em áreas estratégicas como energia, minerais críticos, saúde, infraestrutura digital e inovação.“É muito importante a participação da iniciativa privada junto ao governo para resolver a questão tarifária com os Estados Unidos. Agradeço ao presidente Ricardo Alban e à CNI pela contribuição técnica e pelo trabalho profundo, que vai ajudar muito nesse diálogo”, afirmou Alckmin.“Boas notícias em breve”O vice-presidente lembrou ainda que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu ao governo norte-americano, sob a administração de Donald Trump, a suspensão temporária da tarifa adicional de 40% sobre produtos brasileiros, enquanto durarem as negociações. Para Alban, a remoção temporária das alíquotas seria um avanço concreto para o setor exportador. “A suspensão das tarifas, enquanto se negocia uma solução definitiva, é um gesto de maturidade comercial — algo que os próprios Estados Unidos já fizeram com outros parceiros. Essa agenda é essencial para setores que não conseguem compensar facilmente a perda de competitividade, como máquinas, equipamentos, madeiras e produtos naturais como a cera de carnaúba”, afirmou o presidente da CNI.Alckmin ressaltou que, nos últimos dois meses, as relações comerciais entre Brasil e Estados Unidos avançaram, com a retirada das tarifas sobre a celulose e o ferroníquel, que agora possuem alíquota zero — produtos que representam cerca de 4% das exportações brasileiras para o mercado norte-americano. Leia também Negócios “Estamos muito otimistas”, diz Alckmin sobre redução de tarifa dos EUA Negócios Alckmin: relação com EUA “não se desfaz por questões conjunturais” São Paulo “Se depender de nós, acaba amanhã”, diz Alckmin sobre tarifaço dos EUA Segundo ele, também houve redução de tarifas sobre madeira e alguns tipos de móveis, o que ajudou a recuperar a competitividade de setores nacionais. O vice-presidente afirmou que o governo pretende acelerar as negociações, seguindo a orientação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.