Europeus colocam dinheiro em fundo climático lançado por Lula na COP30

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Belém – Os países europeus começaram a anunciar aportes, ainda que modestos, no Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF), lançado oficialmente pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nesta quinta-feira (6/11), durante a Cúpula do Clima. Até o momento, cerca de US$ 5,5 bilhões foram garantidos, e mais anúncios são esperados para esta sexta-feira (6/11).Até o começo da Cúpula, somente Brasil e Indonésia haviam garantido verba, com US$ 1 bilhão cada. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, espera captar US$ 10 bilhões para o novo mecanismo de financiamento climático até o fim do ano. O chefe da equipe econômica falou após um almoço promovido por Lula com países interessados no fundo.A Noruega anunciou US$ 3 bilhões, enquanto a França indicou US$ 577 milhões. Haddad celebrou. “Esperávamos no primeiro ano de lançamento, como o ano da COP Brasil, chegaríamos a US$ 10 bilhões para transmitir a presidência. Mas pode ser antes. Tivemos anúncios já feitos, outros a serem feitos durante a COP. A Alemanha esperará para anunciar na reunião bilateral com o presidente Lula”, disse o ministro.6 imagensFechar modal.1 de 6Fernando Haddad, ministro da FazendaDiogo Zacarias/Ministério da Fazenda2 de 6Presidentes da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT); do Supremo Tribunal Federal, Edson Fachin; do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP); e da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB) Ricardo Stuckert / PR3 de 6Ricardo Stuckert4 de 6Presidente do Novo Banco de Desenvolvimento, Dilma Rousseff, com a primeira-dama Janja e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na COP30 Ricardo Stuckert5 de 6Presidente Luiz Inácio Lula da Silva na COP30Ricardo Stuckert6 de 6Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e presidente Luiz Inácio Lula da Silva na COP 30 Ricardo StuckertAté então, o TFFF contava com US$ 2 bilhões, metade garantido pelo Brasil e a outra metade pela Indonésia. Com a verba da Noruega e da França, o montante foi para US$ 5,5 bilhões. Portugal fez um aporte simbólico, de US$ 1,3 milhão.Mas há uma questão: os aportes europeus foram anunciados para serem feitos em 10 anos.Dessa forma, Haddad afirmou ter atingido “50% do que imaginamos”. O ministro ainda indicou que a China e os Países Baixos declararam apoiar o TFFF, mas não anunciaram ainda os valores a serem aportados. Outras nações, como o Reino Unido, afirmaram que farão uma ofensiva com o setor privado em nome do financiamento, segundo o petista.O TFFF  prevê recompensa financeira aos países em desenvolvimento que conservem esse tipo de bioma, importante para a mitigação das mudanças climáticas. A meta de recompensar os países em US$ 4 por hectare preservado.No total, mais de 70 países são considerados elegíveis para receber os recursos do TFFF. O maior desafio, porém, é fazer com que as nações desenvolvidos coloquem dinheiro nesse mecanismo. A meta é chegar, a longo prazo, em US$ 25 bilhões em contribuições de Estados e US$ 75 bilhões de empresas privadas.Haddad disse estar “muito confiante” de que o Brasil vai conseguir “integralizar” o valor de US$ 25 bilhões do fundo. “Se cada país do G20 colocar o que o Brasil colocou, praticamente fechamos a conta”, disse o ministro da Fazenda.O chefe da equipe econômica lembrou que Lula irá para reunião da cúpula do G20 no final de novembro em Joanesburgo, na Áfica do Sul, quando deverá fazer um relato do que aconteceu na COP30 e buscar apoio ao fundo de florestas tropicais.“O almoço marcou o lançamento oficial dessa ideia animadora. Você não tem doação de países e empresas, mas um aporte de investidores, remunerados por taxa básica. Esses recursos vão ser emprestados a projetos, definidos pelo seu comitê.  A diferença entre a taxa de juros vai ser o que financiará os programas ambientais”, explicou o ministro.ApoioNegociador do Brasil na COP30, o embaixador Maurício Lyrio afirmou que, até o momento, ao menos 53 países endossaram a criação do Fundo de Proteção das Florestas Tropicais. Entre eles, ele destacou países que já anunciaram investimentos ou que são potenciais investidores.Entre esses países, o diplomata citou Alemanha, Armênia, Austrália, Áustria, Bélgica, Canadá, China, Dinamarca, Emirados Árabes Unidos, Filândia, França, Irlanda, Japão, Mônaco, Noruega, Países Baixos, Portugal, Reino Unido, Suécia e União Europeia.Lyrio também elencou países que, juntos, controlam mais de 90% das florestas tropicais do mundo e que também apoiaram o fundo. Entre eles, Bolívia, Brasil, Costa Rica, Cuba, Indonésia, Madagascar, Malásia, México, Miamar, Moçambique, Panamá, Peru, Ruanda, Serra Leoa e Suriname.