Com a Selic (ainda) em 15%, vale a pena investir em fundos imobiliários? 

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Quem entende do mercado de fundos imobiliários costuma destacar que mudanças na Selic não têm tanto impacto nos preços dos FIIs na Bolsa quanto as expectativas de juro futuro. Com isso, alguns podem dizer que a decisão do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) nesta quarta-feira (5) de manter os juros básicos em 15% ao não afeta esses ativos. No entanto, especialistas entrevistados pelo InfoMoney ponderam que há impacto – negativo – nos FIIs, mas só para quem tem visão de curto prazo.  “A manutenção da Selic em patamares elevados diminui o apetite por risco e a atratividade relativa dos fundos imobiliários”, diz Tiago Waldeck. Já Sérgio Tormin, head de Real State na Blue3 Asset, destaca que a atratividade da renda fixa foi mantida, “o que pressiona as cotas dos FIIs no curto prazo”, já que o investidor pode encontrar boas alternativas com alta liquidez e retorno robusto na segurança da renda fixa. Leia também: Corretoras recomendam 8 fundos imobiliários para investir em novembro Porém, Waldeck também destaca que “o mercado de FIIs reage mais à curva futura de juros do que às mudanças da Selic no curto prazo”, enquanto Régis Chinchila, analista da Terra Investimentos, diz que vale a pena investir em fundos imobiliários agora, mas com “seletividade e foco no longo prazo”. Vale a pena investir em fundos imobiliários agora? Antes de responder, Danilo Bastos, analista e sócio da Ticker Research, pontua que “é importante que o investidor coloque o fundo imobiliário no lugar certo dentro da alocação, mantendo foco no médio e longo prazos”. Para quem tem essa visão, “vale muito a pena investir em FIIs agora, principalmente para o investidor que está pensando em construção patrimonial no longo prazo”. O especialista diz que momentos como o atual, em que o mercado precifica um corte de juros nos próximos meses, são ideais para aproveitar o desconto dos FIIs. “O investidor precisa agir agora e fazer a maior parte da alocação agora, não depois que os juros começarem a cair”. Na mesma linha, Chinchila, da Terra Investimentos, defende que o investidor deve olhar para os fundos imobiliários com foco em seus fundamentos e potencial de geração de renda recorrente, sem comparações com o CDI, referência da renda fixa. Leia também: Cinco fundos de renda fixa para se blindar e ainda surfar os juros altoPara ele, “há oportunidades interessantes enquanto os preços estão descontados, especialmente em fundos com boa gestão, contratos de longo prazo e ativos de qualidade”. O especialista diz que “o momento é mais de acumular posições do que de buscar ganhos rápidos”.Tormin, da Blue3 Asset, se junta ao coro ao dizer que “o momento atual representa uma das melhores oportunidades dos últimos anos para o investidor de longo prazo, já que muitas cotas ainda negociam com deságio em relação ao valor patrimonial e oferecem dividend yields (retorno com dividendos) atrativos”. Onde investir e o que evitarAinda que os preços considerados baixos sejam um dos principais argumentos para justificar a atratividade dos FIIs agora, Waldeck pondera que “nem todo desconto é sinal de compra” e que a Nomos sempre busca fundos com gestão ativa, portfólios diversificados, baixa vacância e outros pontos positivos. Atualmente, a preferência da casa está em fundos que investem em shopping centers e galpões logísticos. Ainda há oportunidades em fundos de papel que investem em ativos high grade (com alta nota de crédito), segundo o especialista. A Blue3 Asset também gosta do investimento em fundos imobiliários de galpões logísticos agora: “as cotas seguem bastante descontadas em relação ao valor patrimonial, o que cria potencial relevante de valorização conforme o mercado volta a precificar a normalização dos juros”, diz Sérgio Tormin. Bastos conta que a Ticker Research vem sugerindo alocação majoritária em fundos de tijolo (55% a 60%) em detrimento dos FIIs de papel (45% a 40%). Nos fundos de tijolo, os segmentos mais tradicionais, de galpões, shoppings, lajes corporativas e renda urbana são os preferidos por terem mais tempo de mercado: “temos muitos dados, são fundos robustos e consolidados”. Em shoppings, uma das indicações é o XPMLL11, enquanto o BTLG11 é a sugestão em logística e o TRXF11 compõe as recomendações em renda urbana. Nas lajes corporativas, o especialista cita o FATN11: “pouca gente está olhando, mas a gestão faz um excelente trabalho, mantendo a vacância muito baixa e excelente distribuição de dividendos”. Entre os fundos de papel, VCJR11 e RBRR11 são citados como boas opções. Entre o que evitar agora, Bastos e Tormin concordam que fundos de papel que investem em ativos high yield (com baixa avaliação de crédito). O especialista da Blue3 Asset diz que “apesar das taxas contratadas mais altas, esses fundos tendem a apresentar maior volatilidade e risco de inadimplência em um cenário de juros elevados e atividade econômica mais lenta”. Régis Chinchila ainda recomenda ficar de fora dos FIIs que investem em lajes corporativas com alta vacância e baixa demanda, além de fundos imobiliários muito alavancados. “É hora de priorizar qualidade e previsibilidade”, conclui. The post Com a Selic (ainda) em 15%, vale a pena investir em fundos imobiliários?  appeared first on InfoMoney.