Leilão da Aneel tem forte competição e retorno limitado: quais ações se destacaram?

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O leilão de transmissão realizado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) na última sexta-feira (31), foi marcado por maiores deságios sobre a receita anual permitida (RAP) em relação aos leilões anteriores, apresentando um deságio médio de 48,3% ante 50,1% no último leilão de 2024.A relação RAP/Capex (investimentos) do leilão ficou em 8,8%, uma ligeira melhora em relação ao leilão anterior, que registrou 8,4% quando R$ 3,3 bilhões em investimentos foram ofertados em 27 de setembro. O Goldman Sachs destaca que o cenário competitivo segue desafiador, limitando oportunidades de Valor Presente Líquido (VPL) atrativas em projetos greenfield de transmissão.Leia tambémIbovespa Hoje Ao Vivo: Bolsa sobe, renova recorde e chega aos 150 mil pontosBolsas dos EUA operam com ganhos no primeiro pregão do mêsEntre as empresas de capital aberto, a Axia Energia, antiga Eletrobras (ELET3;ELET6), arrematou os Lotes 6 e 7 com desconto médio de cerca de 48% (capex estimado em R$ 1,6 bilhão), enquanto a CPFL (CPFE3) venceu o Lote 3, oferecendo desconto de 54% (capex de R$ 1,1 bilhão).Considerando um cenário sem sinergias, com alavancagem de 80%, antecipação de um ano no início das operações e eficiência de 15% no capex, a análise preliminar do Goldman indica uma Taxa Interna de Retorno (TIR) real na faixa média de um dígito para ambas as companhias. No entanto, o banco ressalta que aguarda comentários das empresas para uma avaliação final dos resultados.De modo geral, o Goldman Sachs mantém preferência por empresas capazes de alocar capital dentro de seus portfólios existentes, destacando as distribuidoras Equatorial (EQTL3), Copel (CPLE6) e Energisa (ENGI11), todas com recomendação de compra. Também reforça a visão positiva para companhias com exposição a ativos de transmissão altamente depreciados, como a Axia Energia, com recomendação de compra e preço-alvo de R$ 62. A CPFL segue com recomendação neutra, com preço-alvo de R$ 42,00.Segundo estimativas da Genial, os projetos não devem gerar retorno aos acionista da Axia. “Resta esperar as premissas oficiais das empresas para cada um dos projetos para se obter com maior clareza os retornos esperados pela empresa.”O Itaú BBA também destaca que a competição foi novamente intensa no leilão de transmissão, resultando em descontos expressivos sobre as receitas anuais permitidas.Segundo o banco, as análises indicam retornos atrativos para a Axia, especialmente no Lote 7, favorecido pelos incentivos fiscais da SUDENE e pelo menor desconto médio. No cenário-base, o Itaú BBA estima um Valor Presente Líquido (VPL) positivo de R$ 10 milhões e uma Taxa Interna de Retorno (TIR) real de 7,5% para o Lote 6, além de VPL positivo de R$ 68 milhões e TIR real de 10,5% para o Lote 7. O relatório ressalta que ainda busca compreender com mais clareza a estratégia adotada pela companhia em seus lances.A CPFL venceu o Lote 3, o segundo maior do leilão, com um desconto expressivo de 53,9%, superando os lances da Taesa (35,9%) e da própria AXIA Energia (35,3%). As estimativas do Itaú BBA apontam retornos razoáveis para a CPFL, com VPL positivo de R$ 21 milhões e TIR real de 8%. O banco observa que o lote oferece fortes sinergias com a atual operação de transmissão da companhia, principalmente devido à sua localização estratégica.No cenário-base considerado pelo Itaú BBA, os parâmetros incluem: custo de capital próprio (Ke) de 7% em termos reais, 15% de desconto sobre o capex definido pela Aneel, início operacional quase dois anos antes do cronograma regulatório, margem EBITDA de 95% e alavancagem total de 85% a um custo da dívida de IPCA + 6,7%. A CPFL acredita que sua experiência no Rio Grande do Sul permitirá antecipar o início das operações e atingir margens superiores às estimadas.Para os Lotes 6 e 7 da AXIA Energia, o Itaú BBA utilizou as seguintes premissas no cenário-base: custo de capital próprio de 7% em termos reais, 15% de desconto sobre o capex definido pela Aneel, início das operações um ano antes do cronograma, margem EBITDA de 93%, alavancagem de 80% a IPCA + 6,7% e benefício fiscal da SUDENE, aplicável apenas ao Lote 7.O Bank of America aponta a antiga Eletrobras (Axia) e a CPFL como os destaques do leilão. Para a Axia, em seu cenário base, estima uma TIR real de aproximadamente 8%, mas ela pode chegar a mais de 10%, considerando os ganhos de escala significativos da ELET3 e as sinergias nas regiões em que já opera. “Notavelmente, os ativos adquiridos não devem limitar o potencial de dividendos da Axia nos próximos anos, dado o impacto praticamente nulo da alavancagem para a empresa. Mantemos nossa recomendação de compra”, avalia o BofA. Já sobre a CPFL, em seu cenário-base, o BofA estima que o projeto apresente um retorno interno real inferior a 5% em um cenário conservador, mas possivelmente superior a 8% assumindo maiores vantagens competitivas, dado o seu acionista controlador, com possível menor investimento em aquisição de equipamentos (capex) e menor custo de operação e manutenção (O&M) devido às sinergias na região em que opera (margens EBITDA mais altas). O banco mantém recomendação equivalente à venda, considerando os menores retornos na distribuição de energia e a avaliação elevada em comparação com seus pares.The post Leilão da Aneel tem forte competição e retorno limitado: quais ações se destacaram? appeared first on InfoMoney.