O Irã confirmou neste domingo (2) que recebeu mensagens para retomar as negociações nucleares com os Estados Unidos, paralisadas desde a guerra de 12 dias em junho, mas indicou que os detalhes serão divulgados no momento oportuno. “O Ministério das Relações Exteriores recebeu mensagens (para a retomada das negociações), mas explicarei o conteúdo e a natureza das mensagens no momento oportuno”, disse a porta-voz do governo iraniano, Fatemeh Mohajerani, segundo informou a agência Mehr.Essas declarações foram feitas depois que o veículo de comunicação iraquiano Baghdad Al-Youm informou que os EUA haviam enviado uma mensagem a Teerã através de Omã, expressando sua disposição de retomar as negociações nucleares, paralisadas desde a guerra de 12 dias entre o Irã e Israel em junho. O veículo de comunicação indicou que a mensagem transmitia a intenção do presidente americano, Donald Trump, de buscar um novo acordo com o Irã. Autoridades iranianas reconheceram nos últimos meses que a troca de mensagens com os EUA continua por meio de intermediários diplomáticos como Omã.No sábado (1º), o ministro das Relações Exteriores iraniano, Abbas Araghchi, descartou a possibilidade de iniciar negociações diretas com os EUA. No entanto, ele disse que é possível chegar a um acordo para retomar as conversas indiretas que as partes mantiveram de abril a junho, com a mediação de Omã. Em entrevista à emissora Al Jazeera, Araghchi disse que Teerã está disposta a manter negociações “para dissipar as preocupações” sobre seu programa nuclear e confia em “sua natureza pacífica”. No entanto, acusou Washington de impor “condições inaceitáveis e impossíveis”, em referência à exigência americana de “enriquecimento zero” de urânio no Irã e de limitar o alcance dos mísseis iranianos. “Nunca negociaremos nosso programa de mísseis e nenhum ator racional aceitaria se desarmar”, afirmou o chefe da diplomacia iraniana.Esta posição foi reforçada após a guerra de 12 dias, desencadeada em 13 de junho, com bombardeios israelenses contra alvos nucleares, militares e civis do Irã, dois dias antes da sexta rodada de negociações indiretas entre Teerã e Washington. Siga o canal da Jovem Pan News e receba as principais notícias no seu WhatsApp! WhatsApp Os ataques de Israel causaram a morte de mais de mil pessoas no Irã, que, por sua vez, respondeu com o lançamento diário de mísseis e drones contra o território israelense, causando cerca de 30 mortes. Os EUA, principal aliado de Israel, juntaram-se à guerra em 22 de junho com ataques contra três instalações nucleares do Irã, dois dias antes do cessar-fogo.Após a guerra e diante do impasse no processo diplomático, França, Alemanha e Reino Unido, signatários do acordo nuclear de 2015 com o Irã, juntamente com Rússia, China e EUA, impulsionaram a restauração das sanções da ONU contra Teerã, que entraram em vigor no final de setembro. Apesar dessa medida, os países europeus garantem que o caminho da diplomacia continua aberto e instaram o país islâmico a retornar à mesa de negociações com Washington.*Com informações da EFEPublicado por Nícolas Robert Leia também Ataques russos na madrugada deixam ao menos seis mortos na Ucrânia Reino Unido descarta motivação terrorista no ataque com faca que deixou 10 feridos em um trem