O mercado está certo de que o Comitê de Política Monetária (Copom) deve manter a Selic estável no patamar de 15% ao ano na reunião de novembro, que acontece nos dias 4 e 5. O que divide o mercado, no entanto, é o início dos cortes de juros.Para alguns, dezembro já seria suficiente para manter a taxa básica no nível atual — embora essa ainda seja uma visão minoritária. Nas Opções de Copom, as apostas para uma redução de 0,25 ponto percentual (p.p.) valem R$ 8,01, enquanto aquelas para 0,50 p.p. valem R$ 3 — quanto maior o preço, maior a probabilidade atribuída a esse cenário.Essa é a opinião do Bank of America. A perspectiva é de que a desaceleração econômica deve se consolidar até o fim do ano, ao mesmo passo que a inflação pode ficar mais favorável — o que justificaria um ajuste da Selic já na reunião de dezembro.LEIA TAMBÉM: Descubra agora como se aposentar sem depender do INSS; Simule sua aposentadoria com a ferramenta 100% gratuita do Money Times em parceria com o BTG PactualPara o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o banco diz que a inflação de serviços ter arrefecido em setembro é um “excelente sinal”. Já em relação à atividade, ele destaca que a prévia do Produto Interno Bruto (PIB), o IBC-Br, está em um nível mais baixo do que o observado no começo do ano e os indicadores de alta frequência também apontam para desaceleração.A Galapagos compartilha da mesma opinião. A casa avalia que, ao final de 2025, o balanço entre os preços e o motor econômico evidenciará que o atual nível de aperto monetário é “excessivo”.Ambos projetam o início do ciclo com uma redução de 0,50 ponto percentual (p.p.). Para o BofA, a taxa fecha o ano no patamar de 11,25% e, para a Galapagos — ainda mais otimista —, vai a 10,50%.Boa parte das apostas para a largada do afrouxamento monetário, no entanto, se concentram na reunião de janeiro deste ano. As Opções de Copom indicam que as expectativas para um corte que levaria os juros a 14,75% estão em R$ 22, e as que projetam 14,50% valem R$ 19,50.O Itaú é uma das casas que faz essa aposta. O banco diz que o modelo do Banco Central (BC) deve mostrar inflação mais perto da meta, no horizonte relevante, em janeiro, permitindo o começo de ajustes graduais e pequenos.Além disso, ele destaca que os diretores da autarquia têm reafirmado o compromisso de manter a Selic elevada por bastante tempo, a fim de garantir a convergência da inflação à meta.O BTG Pactual, por sua vez, diz que a atividade em desaceleração, os sinais claros de inflexão no mercado de trabalho e a dinâmica inflacionária mais benigna corroboram o cenário de flexibilização na primeira reunião de 2026.“Nossa expectativa é que essa tendência persista nos próximos meses, o que deve conferir ao Copom grau de convicção suficiente para iniciar o ciclo de afrouxamento em janeiro de 2026”.A projeção do Itaú para a Selic terminal é de 12,75% — uma das mais pessimistas —, enquanto a do BTG é de 12%.Há quem diga que cortes começam em março – e até abrilApesar de algum otimismo por parte do mercado para que o afrouxamento da política monetária comece maios cedo, outros projetam os cortes mais tarde no próximo ano.A XP Investimentos vê o início dos ajustes apenas em março. O cenário econômico tem evoluído relativamente conforme as projeções, mas os riscos de maior pressão inflacionária adiante estão aumentando.Segundo a casa, as medidas de estímulo fiscal e parafiscal também podem levar a uma demanda doméstica mais forte, inflação mais alta e ampliação do déficit em conta corrente no ano que vem.A XP espera que os juros fechem o ciclo em 12% ao ano. “A taxa básica se estabilizaria em torno de 7,5% em termos reais, acima do que consideramos neutro, devido aos desafios fiscais para o próximo mandato presidencial.”Já o UBS BB projeta que os cortes da Selic comecem ainda depois, em abril. A instituição não espera que o Comitê se movimente enquanto a inflação estiver projetada distante da meta.“O Copom só preveria a inflação próxima o suficiente da meta em abril de 2026, quando estará projetando 3,2% para o quarto trimestre de 2027.”Para que a flexibilização ocorra mais cedo, o UBS diz que seria preciso observar uma reversão muito mais acentuada das expectativas de inflação ou uma valorização maior do real. “Isso não parece provável no momento.”As apostas para a flexibilização da SelicInstituiçãoInício dos cortesSelic terminalBank of AmericaDezembro11,25%GalapagosDezembro10,50%BTG PactualJaneiro12%InterJaneiro12%ItaúJaneiro12,75%SantanderJaneiro13%DaycovalJaneiro11,50%Banco PineJaneiro11,50%XP InvestimentosMarço12%ASAMarço13%UBS BBAbril–Caixa AssetAbril12%