De acordo com o secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, Victor Cesar, uma ocupação permanente de forças policiais em favelas do estado “não é solução”. O debate sobre uma reocupação dos Complexos da Penha e Alemão ocorre após a megaoperação do dia 28 de outubro nas comunidades. Ao todo, 121 pessoas morreram no confronto, entre elas quatro policiais.Em entrevista ao programa Fantástico, da TV Globo, neste domingo (2/11), Victor Cesar afirmou que o efetivo policial é insuficiente para manter ações permanentes em todas as comunidades do Rio.“No Rio de Janeiro, infelizmente, nós temos quase um quarto da população morando em favela. São mil e novecentas favelas no Rio de Janeiro. Se a gente pegar todo o efetivo, cem por cento, das polícias – cinquenta e três mil policiais – e dividirmos pelas comunidades, daria cerca de sete policiais por comunidade. Então, ocupação não é a solução”, disse. Leia também Mirelle Pinheiro Megaoperação no Rio: saiba quem eram os 115 suspeitos mortos Brasil Megaoperação no Rio: corpos de todos os mortos são liberados pelo IML Brasil Moraes determina preservação integral de provas da megaoperação no Rio Brasil Datafolha: 76% dos moradores do Rio querem Exército na segurança Nos últimos anos, o Comando Vermelho (CV) tem intensificado a expansão territorial dentro e fora do estado. “Antes dessa operação, até o final de setembro, só a Polícia Civil havia prendido, em cerca de um ano, 449 lideranças de fora do estado, fora as apreensões da Polícia Militar, que também deteve centenas”, afirmou o secretário da Polícia Civil, Felipe Curi, em entrevista coletiva.Palco da recente operação, os complexos da Penha e o do Alemão são considerados redutos estratégicos da facção. Segundo a Polícia Civil, 33 suspeitos de outros estados foram presos na região.A ação policial mobilizou cerca de 2,5 mil agentes das polícias civil e militar e resultou em centenas de mortes. Foram presas 81 pessoas e apreendidos pelo menos 93 fuzis, além de pistolas, granadas e mais de 500 kg de drogas.