A megaoperação no Rio de Janeiro (RJ) nesta semana trouxe para a direita uma pauta para voltar a ganhar espaço e reverter o declínio frente a retomada da popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O grupo político estava sem uma estratégia definida desde que Lula voltou a crescer nas pesquisas e encontrou pessoalmente o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.Com a operação, que deixou mais de 100 mortos e tornou-se a mais letal da história do país, a direita viu no tema da segurança pública uma forma de aumentar as críticas ao governo Lula, e assim antecipar um embate com o petista de olho em 2026. Foi no assunto que o campo político achou uma pauta “da vida real”, que tem clamor popular amplo.11 imagensFechar modal.1 de 11Megaoperação no Rio deixa mais de 100 mortosTercio Teixeira/Especial Metrópoles2 de 11Tercio Teixeira/Especial Metrópoles3 de 11Moradores empilham e fazem contagem de corpos após operação da polícia contra o CV no Rio de JaneiroTercio Teixeira/Especial Metrópoles4 de 11Tercio Teixeira/Especial Metrópoles5 de 11Tercio Teixeira/Especial Metrópoles6 de 11Tercio Teixeira/Especial Metrópoles7 de 11Tercio Teixeira/Especial Metrópoles8 de 11Cadáveres serão recolhidosTercio Teixeira/Especial Metrópoles9 de 11Corpos enfileirados na Praça São LucasTercio Teixeira/Especial Metrópoles10 de 11Tercio Teixeira/Especial Metrópoles11 de 11Tercio Teixeira/Especial MetrópolesDurante a semana, governadores de direita fizeram duas reuniões, sendo uma presencialmente no Rio de Janeiro. O evento no Palácio Guanabara contou com a presença de três presidenciáveis: o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que participou remotamente.Do evento, saiu o anúncio do chamado de “Consórcio da Paz” para combater a violência de maneira conjunta. Segundo Caiado, o grupo será aberto a todos os governadores que quiserem participar. A reunião que discutiu a segurança pública teve críticas ao Planalto e a consolidação da união de nomes da direita na véspera do ano eleitoral.Os governadores negam que a criação do consórcio seja uma forma de antecipar o debate eleitoral e fazer ainda mais oposição ao governo federal, mas admitem que o tema da segurança pública será um dos principais de 2026.Em entrevista ao Metrópoles no dia da megaoperação, Cláudio Castro apontou que o governo Lula “não vê segurança pública como prioridade”. “É uma crítica recorrente que eu faço: entendo que essa gestão não vê segurança pública como prioridade. É uma crítica que eu faço recorrentemente e eu mantenho”, declarou o governador.A partir de agora, a direita deve prolongar o assunto até onde conseguir, já que as pesquisas revelam que os brasileiros estão se sentindo mais inseguros e o campo conservador precisa reconquistar o espaço perdido. O foco do grupo será no Congresso Nacional, onde projetos que envolvem a segurança devem ser votados.Um deles é a Proposta de Emenda a Constituição (PEC) da Segurança, proposta pelo governo Lula, que enfrenta oposição dos governadores de direita, que devem seguir na ofensiva para tentar desfigurar o texto que veio do Planalto.