Cometa 3I/Atlas: quais devem ser os próximos trajetos do objeto

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O cometa “visitante” 3I/ATLAS passou pelo periélio na última quarta-feira (30) a uma distância de cerca de 1,4 UA (210 milhões de quilômetros) — logo dentro da órbita de Marte, segundo informações da Nasa. O momento significa o ponto que o objeto interestelar passou mais próximo do Sol e, agora, segundo astrônomos ouvidos pela CNN, pode chegar próximo à Terra nas próximas semanas.Segundo Marcos Calil, astrônomo da Urânia Planetário, o cometa está indo embora do nosso sistema solar. O profissional ainda explica que a trajetória do 3I/ATLAS gerou especulações infundadas nas redes sociais.“Nesse momento, o pessoal começou a especular que ele poderia bater na Terra, o que é mentira. É um objeto enigmático, afinal, é o terceiro que passa pelo nosso sistema solar vindo de outro sistema, de outra estrela, e a gente não sabe direito o que ele é. Aí já começa aquela especulação de que é um OVNI, que de repente pode ser uma nave espacial. Então, trouxe toda essa fantasia imaginária.” SpaceX de fora? Nasa busca novas alternativas para pousar na Lua Céu de novembro traz chuva de meteoros, superlua e encontros celestes; veja Cometa 3I/Atlas é mais antigo que o planeta Terra, afirma astrônomo Apesar disso, o cometa passará relativamente próximo de outros planetas, segundo o também astrônomo da Urânia Planetário Emerson Roberto Perez. “Ele vai passar bem mais próximo, por exemplo, de Vênus e Marte. Vai passar mais perto deles do que da Terra nos próximos dias,” ressalta.De acordo com as previsões astronômicas de Emerson, o cometa alcançará seu ponto mais próximo da Terra aproximadamente em 19 de dezembro, mantendo uma distância segura de 1,8 unidade astronômica — o equivalente a quase duas vezes a distância entre nosso planeta e o Sol.“Infelizmente, não teremos como presente de natal a possibilidade de ver o cometa a olho nu, apenas com equipamento profissional”, diz o especialista. A situação se dá por conta da grande distância em relação à Terra e à baixa luminosidade.Uma característica notável deste cometa é que sua passagem pelo Sistema Solar será única. Após completar sua trajetória ao redor do Sol, o 3I/Atlas seguirá em direção ao espaço interestelar, não retornando mais ao nosso sistema planetário, ressalta Emerson.Importância o cometa 3I/Atlas para a comunidade científicaOs astrônomos ressaltam a importância científica desses objetos interestelares.“Eles podem trazer consigo muitas informações — como a questão primitiva da composição química do Sistema Solar ou de outro sistema solar. Qual é a sua composição química, se realmente carregam água dentro de si, e se isso pode ter impactado, há bilhões de anos, na formação da Terra e no surgimento da vida”, diz Calil.“Ele vai se aproximar um pouquinho mais da Terra nos próximos dias, e poderemos ter uma coleta de dados muito importante sobre uma região desconhecida e um objeto desconhecido. A composição dele, a maneira como se comporta e o fato de ter chegado até nós — ele viajou bilhões e bilhões de quilômetros para chegar aqui — nos traz informações de regiões que hoje não teríamos condições de visitar”, afirma Perez.Emerson destaca, por fim, que o estudo do 3I/ATLAS pode ampliar o entendimento sobre a formação de outros sistemas planetários. “Entender a formação do 3I/ATLAS vai permitir compreender a formação de outros sistemas, porque ele vem de uma nuvem de arte de outro sistema planetário. Isso vai ajudar também no entendimento não só dos cometas, mas de todo o sistema planetário,” conclui.O tamanho e as propriedades físicas do cometa interestelar estão sendo investigados por astrônomos ao redor do mundo. O objeto foi localizado pela primeira vez no início de julho deste ano, quando o telescópio da rede Asteroid Terrestrial‑impact Last Alert System (ATLAS), “flagrou” um objeto incomum em Río Hurtado, no Chile.Veja também: Astrônomo explica se Cometa 3I/Atlas representa algum perigo ao planeta TerraAstrônomo explica se Cometa 3I/Atlas representa algum perigo ao planeta Terra | AGORA CNNO que é o 3I/ATLAS, cometa que criou alerta internacional