Donald Trump comemora recordes econômicos, promete endurecer fronteiras e ataca democratas

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O presidente Donald Trump fez mais uma de suas grandes aparições em rede nacional — e não deixou ninguém indiferente. Durante a entrevista ao programa “60 Minutes”, da CBS, Trump cravou: vive “os nove meses mais bem-sucedidos da história de qualquer governo americano”. A frase incendiou o debate político nos Estados Unidos e foi acompanhada por números que, de fato, mostram um país em alta. “Temos o maior mercado de ações de todos os tempos. As aposentadorias estão nas alturas e o emprego segue batendo recordes. O povo americano está vencendo de novo, afirmou.Trump citou o crescimento do mercado, a queda no desemprego e o fortalecimento da indústria americana como provas de que “a política de colocar a América em primeiro lugar” está dando resultado.Números que embasam o discursoDe acordo com o Departamento de Trabalho dos EUA (BLS), a taxa de desemprego está em 4,1%, um dos índices mais baixos desde 2019. O país criou mais de 1,5 milhão de novos empregos formais desde janeiro, com destaque para o setor industrial e de energia.A Bolsa de Nova York (S&P 500) bateu recordes sucessivos em 2025, ultrapassando os 6.500 pontos — alta de cerca de 16% no ano, segundo dados do U.S. Bank e da AP News.Nos planos de aposentadoria 401(k), a valorização média foi de 8,7% desde janeiro, impulsionada pelo desempenho das empresas de tecnologia e energia.Trump usou esses dados como prova de sucesso: “O trabalhador americano está ganhando mais, economizando mais e acreditando novamente no país”. Mas economistas independentes destacam que o crescimento é sólido, embora ainda moderado comparado a períodos históricos como o auge dos anos 1990 sob Bill Clinton.‘Democratas travam o país por pura política’O presidente aproveitou a entrevista para mirar na oposição. Segundo ele, os democratas estariam “usando o fechamento do governo como chantagem” e “impedindo o avanço do país”. “Os republicanos estão votando para reabrir o governo. Os democratas seguem bloqueando tudo. Eles perderam o rumo, não pensam mais nas pessoas’, disse.Trump reforçou que está aberto ao diálogo, mas deixou claro que não aceitará imposições: “Podemos consertar o sistema de saúde, podemos cortar custos e melhorar o atendimento. Mas precisa de diálogo, não sabotagem.”O impasse orçamentário é um dos principais embates em Washington neste momento. O presidente quer ampliar os investimentos em segurança e defesa, enquanto os democratas exigem mais recursos sociais e mudanças no sistema de saúde.Linha dura na imigraçãoOutro ponto forte da entrevista foi a política de fronteiras. Trump reafirmou o lema “Lei e Ordem” e prometeu tolerância zero à imigração ilegal: “Entrou ilegalmente, vai sair. Mas pode voltar de forma legal, com documentos e respeito às leis”.Segundo dados do U.S. Border Patrol, as apreensões na fronteira com o México caíram 18% desde janeiro, o que o governo atribui à nova política de deportações rápidas.Trump disse que seu objetivo é “restaurar o controle” e acabar com o que chamou de “anos de fronteiras abertas e caos herdados da gestão Biden”.Segurança e criminalidadeO presidente também voltou a atacar os governadores democratas de grandes estados, como Califórnia e Nova York, citando o aumento da criminalidade urbana. “Se for preciso mandar o Exército ou os Fuzileiros para restaurar a ordem, eu mando. A lei e a segurança vêm em primeiro lugar”.Dados do FBI mostram que os crimes violentos subiram 6% em áreas urbanas desde o ano passado, enquanto os homicídios caíram 3% no mesmo período.Trump diz que o governo federal está “reagindo onde os estados falham”.Tarifas, economia e o lema ‘America First’Ao ser questionado sobre a política de tarifas, Trump foi categórico: “Graças às tarifas, temos o maior mercado de ações da história. Milhões de americanos estão vendo suas aposentadorias crescerem. As tarifas protegem os empregos e fortalecem os Estados Unidos”.Economistas concordam que parte do crescimento vem da reindustrialização e dos incentivos fiscais adotados nos últimos meses, mas lembram que as tarifas também encarecem produtos importados, o que pode pressionar o consumo a médio prazo.Mesmo assim, a popularidade de Trump entre os trabalhadores do setor industrial segue alta. O slogan “America First” — primeiro os americanos — segue funcionando.‘Tentaram me impedir, mas não conseguiram’Em tom de provocação, Trump também falou sobre os processos e investigações que enfrentou nos últimos anos. “Fui acusado, investigado e processado inúmeras vezes. Tentaram me impedir de concorrer. Tentaram me derrubar. E aqui estou — eleito, no comando e fazendo história”.O presidente se vê como “um outsider” que luta contra o sistema político e midiático tradicional — imagem que continua mobilizando sua base. “Eles querem um presidente fraco e submisso. Eu não sou esse homem”. Siga o canal da Jovem Pan News e receba as principais notícias no seu WhatsApp! WhatsApp ‘O melhor ainda está por vir’Encerrando a entrevista, Trump apostou no otimismo e disse que “os próximos meses serão ainda melhores”: “Os primeiros nove meses foram históricos, mas ainda temos muito mais por fazer. Os Estados Unidos estão voltando a liderar o mundo — e ninguém vai nos parar”.O discurso agrada sua base, que vê em Trump uma liderança firme, e preocupa adversários que temem uma escalada de confronto político em Washington.Com frases afiadas, tom confiante e postura combativa, Trump mostrou que ainda domina a narrativa política americana. Os dados lhe dão munição: economia em alta, desemprego baixo e um eleitorado que, por enquanto, aprova os resultados.Mas também há riscos — inflação controlada com esforço, tensões com a oposição e um Congresso dividido. Mesmo assim, Trump faz o que sempre fez: fala alto, provoca e mantém o país inteiro discutindo sobre ele. “Quem quiser que os Estados Unidos cresçam, precisa trabalhar junto — quem não quiser, que saia do caminho”, resumiu o presidente. Leia também Cristãos e muçulmanos da Nigéria rejeitam intervenção de Trump Israel mata mais duas pessoas em Gaza apesar do cessar-fogo