Um dos homens presos por suspeita de envolvimento na morte do advogado Luiz Fernando Pacheco, em Higienópolis, no centro de São Paulo, foi até uma loja da marca Rolex, na Avenida Paulista, consultar o valor do relógio que havia roubado da vítima.A informação consta no depoimento de um dos suspeitos à Polícia Civil, obtido pelo Metrópoles. O homem não teria participado diretamente do assalto, que ocorreu na madrugada de quarta (1º/10).8 imagensFechar modal.1 de 8O advogado criminalista Luiz Fernando Sá e Souza PachecoReprodução/OAB2 de 8O advogado criminalista Luiz Fernando Sá e Souza PachecoReprodução/OAB3 de 8O advogado criminalista Luiz Fernando Sá e Souza PachecoReprodução/OAB4 de 8Luiz Fernando Pacheco foi agredido e roubado antes de morrerMaterial cedido ao Metrópoles5 de 8Luiz Fernando Pacheco foi agredido e roubado antes de morrerMaterial cedido ao Metrópoles6 de 8Luiz Fernando Pacheco foi agredido e roubado antes de morrerMaterial cedido ao Metrópoles7 de 8Luiz Fernando Pacheco foi agredido e roubado antes de morrerMaterial cedido ao Metrópoles8 de 8Luiz Fernando Pacheco foi agredido e roubado antes de morrerMaterial cedido ao MetrópolesEntenda a dinâmica do crimeEm interrogatório, José Lucas Domigo Alves, de 23 anos, afirmou que foi chamado pelo casal Lucas Bras dos Santos, 27, e Ana Paula Teixeira Pinto de Jesus, 45, para praticar roubos pelo centro de São Paulo.O casal localizou a vítima na Rua Itambé, em Higienópolis, pouco antes da 1h. José afirma que não estava presente no momento do crime, pois teria desistido da ação. Ele não aparece nas imagens das câmeras de segurança que registraram o assalto.Cerca de duas horas depois, às 3h, José reencontrou o casal, que lhe apresentou os objetos subtraídos: um celular iPhone 8 e um relógio Rolex. Lucas, apontado como responsável pelo golpe que derrubou Pacheco, afirmou que venderia o celular no Glicério, também na região central.O trio se encontrou novamente às 12h, quando Lucas informou a José que teria ido a uma loja da Rolex na Avenida Paulista. No local, ele verificou que o relógio roubado da vítima é avaliado em R$ 94 mil.Interrogada, Ana Paula confirmou que seu companheiro saiu pela manhã para vender os objetos, mas disse não saber se o negócio foi feito. Já Lucas afirmou que a venda não foi fechada. Porém, não soube dizer onde estariam os pertences do advogado.De acordo com o relatório policial, a localização do celular de Pacheco batia com o local em que os suspeitos foram encontrados, um estabelecimento que fornece refeições para populações vulneráveis, próximo ao Terminal Bandeira. Leia também São Paulo Advogado do Mensalão morre após ter convulsão na rua em Higienópolis São Paulo Morte de advogado em SP: polícia investiga latrocínio e até metanol São Paulo Quem era o advogado do Mensalão encontrado morto em Higienópolis São Paulo Vídeo completo mostra agressão e roubo contra advogado morto em SP Vídeo completo mostra agressão e rouboImagens mostram o momento em que Pacheco é abordado na esquina das ruas Itambé e Maranhão. É possível ver o assaltante pegar algo do bolso do advogado, que resiste em entregar. Depois, o suspeito dá um soco na vítima, que cai no chão. A cena é acompanhada de perto pela mulher que acompanha o assaltante. Veja:Um carro passou pelo local e viu Pacheco caído no chão. O motorista desceu do veículo e acionou o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e, em seguida, a Polícia Militar (PM) para socorrê-lo. “Demoraram 40 minutos para estar no local”, disse ao Metrópoles o advogado e amigo da vítima, Ivan Filler Calmanovici.O motorista também prestou depoimento à polícia. Em interrogatório, ele afirmou que viu Pacheco convulsionando após cair e bater a cabeça no chão. Quando os policiais militares chegaram, o advogado já estava morto.Trio é preso após morte de advogadoOs três suspeitos, que vivem em situação de rua, foram presos na noite dessa sexta (3/10), em cumprimento de mandados de prisão temporária expedidos pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP). Eles passaram por audiência de custódia neste sábado (4/10) e permanecem detidos.Em relatório, a autoridade policial afirmou estar “empenhada” em identificar e localizar um quarto suspeito, chamado apenas de Willian. Ele, assim como José, teria sido convidado a participar do roubo, mas não estava presente no momento do crime.A investigação trata o ocorrido como um “crime de oportunidade”, visto que o advogado saía de um estabelecimento aparentando estar embriagado, quando foi abordado pelos criminosos. Os investigadores aguardam a divulgação dos resultados dos laudos médicos que indicarão a causa da morte.Quem era o advogadoO advogado criminalista Luiz Fernando Sá e Souza Pacheco começou a carreira em 1994, quando ingressou na banca de advocacia de Márcio Thomaz Bastos, ex-ministro da Justiça durante o primeiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva e em parte do segundo mandato.Ele se formou em Direito pela Universidade Presbiteriana Mackenzie em 1996.Pacheco atuou no caso do Mensalão, defendendo o então deputado José Genoino (PT-SP).Ele também foi sócio-fundador do Prerrogativas, grupo de juristas pró-PT.Além da atuação profissional, Pacheco ocupou cargos relevantes na advocacia e na política de defesa dos direitos:Foi conselheiro da OAB/SP em diferentes mandatos (2019-2021 e 2022-2024);Presidente da Comissão de Prerrogativas da seccional paulista e vice-presidente do Conselho Deliberativo do Instituto de Defesa do Direito de Defesa (IDDD);E também integrou o Conselho Nacional Antidrogas da Presidência da República.Nos últimos anos, atuava em seu próprio escritório, Luiz Fernando Pacheco Advogados, no Itaim Bibi, zona sul de São Paulo.