Apple e Samsung que se preparem, pois a Xiaomi veio com tudo — e, dessa vez, é para valer. Há muito tempo, a liderança no mercado de smartphones é disputada principalmente entre a gigante sul-coreana e a empresa da maçã. A Xiaomi até chegou a ocupar o segundo lugar por um período, mas esperávamos algo mais impactante desde a "invasão chinesa" iniciada em 2013.Agora, essa hegemonia quase inabalável foi, aparentemente, abalada. Os novos topo de linha da Xiaomi estão chamando a atenção, levantando sobrancelhas e ganhando um destaque impressionante e inesperado. Isso me leva a crer que essa briga, antes polarizada, tornou-se uma ameaça tripla.Na cara duraVamos falar sobre o elefante na sala. É, de fato, bastante suspeito que a Xiaomi tenha pulado o número 16 e ido direto para o 17, o mesmo do recém-anunciado topo de linha da Apple. Além disso, a empresa também adotou os nomes "Pro" e "Pro Max" para seus modelos mais avançados.O próprio presidente da divisão de smartphones da Xiaomi, Lu Weibing, afirmou em sua conta na rede social Weibo que o objetivo da empresa com essa estratégia é mostrar que eles estão competindo com os iPhones 17 na mesma geração e no mesmo nível.O design do aparelho também não parece ser uma coincidência. Desconsiderando um detalhe importante sobre o qual falarei em instantes, tanto o formato e o tamanho do módulo de câmeras traseiro quanto o posicionamento das lentes são extremamente similares ao que vimos nos iPhones 17 Pro e Pro Max.As semelhanças são grandes até demais (Imagem: Xiaomi)É verdade que celulares da Xiaomi e da Poco já utilizavam módulos parecidos anteriormente, porém a semelhança neste caso específico é muito mais gritante. O módulo do Xiaomi 17 é mais parecido com o dos iPhones 17 do que com o de outros celulares da empresa chinesa e de suas subsidiárias.Visor e retrovisorO mais interessante, no entanto, é o que a empresa fez além dessa questão. O novo aparelho é extremamente poderoso e ainda apresenta um diferencial muito bem-vindo: uma tela na parte traseira.A ideia não é exatamente inovadora. Diversas empresas já testaram tecnologias semelhantes, como a Ulefone com o Armor 33 Pro, a Lava com o Agni 3, e a Yota com o YotaPhone, que contava com tecnologia E-Ink. Contudo, nenhuma delas obteve sucesso.A proposta aqui está mais próxima da tela externa de um dobrável, como os modelos Flip ou Fold, do que dos exemplos citados. Isso se deve tanto à sua principal funcionalidade quanto à qualidade do visor. O display AMOLED de 2,7 polegadas, com 120 Hz de taxa de atualização, envolve as lentes traseiras, facilitando a captura de selfies com a maior qualidade possível.Várias funcionalidades para a tela traseira (Imagem: Xiaomi)E que qualidade! São 50 megapixels, sensor principal Light Fusion 950L, zoom periscópico de 5x, HDR, gravações em 8K com HDR10+ e uma lente ultrawide com sensor OV50M. A câmera frontal também não fica para trás, com seus 50 MP.A tela traseira, entretanto, vai além de ser um simples visor para selfies. O usuário pode adicionar widgets, mostradores de relógio, participar de chamadas de vídeo, trocar de música e até ter uma espécie de Tamagotchi.Isso, em qualquer celular, já seria um belo diferencial, mas não seria o suficiente para convencer um usuário a abandonar seu iPhone ou Galaxy pelo aparelho chinês. Obviamente, há mais.Potência máximaA linha Xiaomi 17 vem equipada com o novo e poderosíssimo processador Snapdragon 8 Elite Gen 5. Ele conta com uma configuração de oito núcleos no formato 2+6, sendo dois de performance a 4,6 GHz e seis de eficiência a 3,6 GHz. Somado a isso, há 16 GB de memória RAM e até 1 TB de armazenamento do tipo UFS 4.1. Pode-se dizer que não existe jogo ou aplicativo que este celular não rode com fluidez.Anunciado há poucas semanas, é o grande processador mobile do momento (Imagem: Qualcomm)Outro gigantesco diferencial que merece destaque é a bateria. Enquanto a maioria dos topo de linha do mercado tem capacidade em torno de 5.000 mAh, o Xiaomi 17 apresenta 7.000 mAh, o 17 Pro, 6.300 mAh, e o Pro Max chega aos absurdos 7.500 mAh.Esses números são possíveis graças à adoção da tecnologia de baterias de silício-carbono de alta densidade, algo que tanto a Apple quanto a Samsung parecem estranhamente hesitantes em adotar, apesar dos benefícios óbvios e do uso bem-sucedido por várias concorrentes ao longo do último ano.Para coroar, toda a linha Xiaomi 17 vem com um carregador de 100 W na caixa e suporte a carregamento sem fio de 50 W, desde que se tenha uma base compatível.Agora vai?Agora que vocês conhecem o novo dispositivo da Xiaomi, deu para entender que a empresa não está para brincadeira. Ela levou muito a sério o conceito de "topo de linha" e desenvolveu um celular que não deixa nada a desejar em comparação a um Galaxy S25 Ultra ou um iPhone 17 Pro Max. E o mais importante: ele tem personalidade.Diferente da Apple, a Xiaomi não tem medo de arriscar. Pelo contrário, ela busca o novo para se destacar, construindo uma base sólida para apoiar o conjunto. O resultado foi a sua linha 17. Design, desempenho, recursos e muito mais têm chamado a atenção até mesmo de consumidores fiéis de outras marcas e de especialistas do mercado.Contudo, nem todos os especialistas estão convencidos. Convidei o Leonardo Rocha, especialista em produto aqui do TecMundo, para opinar sobre o tema:“É inegável que a Xiaomi faz smartphones excelentes e inovadores há anos, e a linha Xiaomi 17 deixa mais claro do que nunca que eles conseguem, sim, igualar e, em muitos sentidos, superar as gigantes rivais. Para mim, a estratégia de forçar a comparação ao provocar e assumir as similaridades funciona para fazer com que as pessoas, que normalmente não olhariam para fora de seu ‘iMundinho’, percebam que o Xiaomi 17 existe.A questão é: será que isso será suficiente para que essas pessoas entendam que ele é superior em vários aspectos? Ou será apenas mais um argumento para alimentar o viés de confirmação que diz ‘olha lá, se estão copiando, é porque sabem que o nosso é melhor’?”Só descobriremos a resposta daqui a um tempo; por enquanto, resta-nos especular. Segundo o analista Ming-Chi Kuo, o iPhone 17 atualmente lidera as vendas na China, mas o jogo pode virar a qualquer momento.