Análise: BC é técnico e conta com capital humano alto

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O colunista do CNN Money e ex-diretor do Banco Central, Tony Volpon, comentou sobre a determinação de Dias Toffoli para que envolvidos no caso do Banco Master participem de uma acareação, incluindo o diretor do BC, Ailton de Aquino.Ele destacou que o cerne da credibilidade do sistema bancário brasileiro é o BC.“O Banco Central é visto como uma instituição bem gerida, que tem um capital humano alto para o Brasil, que não atua de maneira política, sempre atua de maneira técnica”, afirmou.Ele alertou que uma possível reversão da decisão técnica da autoridade monetária por interferência judicial poderia “abalar a confiança que os agentes financeiros têm” na instituição, comprometendo a percepção de que o Brasil possui “um regulador eficiente, eficaz e técnico”. Leia Mais Análise: Acareação apressada pode enfraquecer autonomia do BC Caso Master: PF decidirá sobre necessidade de acareação após depoimentos BC entrega ao TCU resposta sobre Master e detalha passos até liquidação Volpon também expressou preocupação com o formato determinado pelo ministro do STF, classificando o procedimento como “inédito” e “estranho”.Segundo ele, apenas um diretor da autarquia estaria participando, possivelmente acompanhado por um advogado da instituição, sem ter domínio completo sobre todos os detalhes do processo de liquidação do Banco Master.“Claramente para mim, o indicado aqui seria fazer, já que esse processo está rolando no nível do Supremo, que o ministro Toffoli mandasse perguntas por escrito ao Banco Central, dando à instituição como um todo, inclusive seu corpo técnico, a devida oportunidade de responder corretamente com toda a riqueza de detalhes”, afirmou.Volpon: BC é técnico e conta com capital humano alto | FECHAMENTO DE MERCADOHistórico do caso e atuação do BCO ex-diretor do BC explicou que o caso do Banco Master remonta ao período da gestão de Roberto Campos Neto, quando já se sabia que a instituição tinha uma estratégia de captação muito vinculada ao FGC (Fundo Garantidor de Créditos), pagando taxas bem acima do mercado.Volpon questionou por que o BC não agiu antes, considerando que havia indícios de uma “arbitragem regulatória” por parte do banco.Segundo ele, o que levou a autoridade monetária a finalmente intervir foi a descoberta de uma fraude na venda de créditos ao BRB (Banco de Brasília).“Aí sim não tinha como não fazer essa interferência”, comentou, destacando que se tratava de um banco público e que haveria uma tentativa de “jogar a conta mais uma vez em cima de um banco público”.Caso Master: Acareação cria precedente perigoso, diz especialista | MORNING CALLPossível reversão da liquidaçãoQuando questionado sobre rumores de uma possível reversão da liquidação do Banco Master, Volpon diz esperar que “seja fake news, invenção do Twitter, porque é uma coisa tão ridícula frente aos fatos já conhecidos”.Ele alertou que, se tal reversão ocorrer, “vai levantar todo tipo de dúvida sobre o arcabouço regulatório e bancário do país”.O ex-diretor do BC ressaltou que o Brasil não pontua mal em termos de segurança jurídica no mercado bancário e financeiro, sendo este um ponto positivo para atrair investimentos estrangeiros.Porém, uma interferência judicial dessa natureza poderia comprometer essa percepção, especialmente em um momento de proximidade com as eleições.Quebra de bancos: como funciona a proteção do FGC aos clientes Os textos gerados por inteligência artificial na CNN Brasil são feitos com base nos cortes de vídeos dos jornais de sua programação. Todas as informações são apuradas e checadas por jornalistas. O texto final também passa pela revisão da equipe de jornalismo da CNN. Clique aqui para saber mais.