O Sindicato dos Funcionários do Banco Central (Sinal) publicou uma nota, nesta terça-feira (30/12), repudiando tentativas de “construir artificialmente um clima de antagonismo” entre o Banco Central (BC) e o Supremo Tribunal Federal (STF).A declaração surgiu em resposta ao debate público gerado pela liquidação extrajudicial do Banco Master, envolvido em uma fraude de R$ 12 bilhões.A nota do Sinal afirma que as análises veiculadas na mídia sobre a atuação do BC têm sido contraditórias, com opiniões variando entre críticas à demora na implementação do regime e acusações de precipitação. Leia também Dinheiro e NegóciosPGR diz que contrato de esposa de Moraes com Master não configura “ilicitude” BrasilOposição “rompe” recesso para pressionar Congresso contra Moraes Blog do NoblatBC aponta novas fraudes do banco Master Tácio LorranBC responde TCU sobre Master, detalha supostas irregularidades e cita nova investigação Além disso, o sindicato aponta tentativas de associar a decisão do BC a pressões externas, como as de agentes políticos ou do mercado, e até de criar um confronto direto com o STF, distorcendo os fatos e gerando desinformação.“O Sinal repudia veementemente qualquer tentativa de arrastar o Banco Central para disputas de natureza político-eleitoral ou de fomentar indisposição institucional entre a autarquia e membros do STF. Essas iniciativas apenas contribuem para a desinformação, fragilizam o debate público e colocam em risco a credibilidade das instituições”, afirmou o sindicato.Na semana passada, foram repercutidas informações sobre eventuais encontros não oficiais entre o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, e o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes.Essas reuniões teriam sido sugeridas por Moraes para discutir a liquidação do Banco Master, no contexto da defesa da instituição feita por sua esposa, a advogada Viviane Barci de Moraes. Alexandre de Moraes nega qualquer interferência ou envolvimento nesse processo.Autonomia do Banco CentralPara o sindicato, a repercussão dos encontros entre Galípolo e Moraes reacendeu discussões sobre a Proposta de Emenda à Constituição (PEC 65/2023), que propõe retirar o Banco Central da esfera do direito público.Na nota, o Sinal condena a mudança legislativa e afirma que ela prejudicaria a autonomia técnica da instituição, além de enfraquecer a proteção jurídica de seus servidores.De acordo com os funcionários do Banco Central, a instituição desempenha uma função essencial do Estado, e, por isso, seus servidores devem estar submetidos às garantias do direito público e ao Regime Jurídico Único.O sindicato também afirmou que os representantes do BC prestarão todos os esclarecimentos necessários às autoridades competentes, como sempre ocorreu, e que a instituição continuará agindo de acordo com os procedimentos legais e nas instâncias adequadas para esclarecer os fatos.