Título não faz Corinthians entrar no top 3 de premiação do futebol brasileiro

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A temporada 2025 chegou ao fim com números inéditos no futebol brasileiro e confirmou um movimento que vinha sendo desenhado nos últimos anos: as premiações passaram a ocupar papel central no orçamento dos clubes. Impulsionados pela realização da Copa do Mundo de Clubes da Fifa no meio do ano, os cofres nunca estiveram tão cheios. Flamengo e Fluminense lideram o ranking de arrecadação com premiações, enquanto o Corinthians conseguiu entrar entre os cinco primeiros com a conquista da Copa do Brasil.Somando todas as competições disputadas em 2025, o Flamengo encerra o ano como o clube que mais arrecadou com premiações no país, com R$ 418,7 milhões. O valor é impulsionado principalmente pelo título da Copa Libertadores, que rendeu R$ 177,2 milhões, além da participação e campanha vitoriosa na Copa do Mundo de Clubes, responsável por outros R$ 147,7 milhões. A combinação entre desempenho esportivo e competições cada vez mais rentáveis ajuda a explicar o salto financeiro rubro negro.Leia Mais: Como as bets se preparam para uma Copa do Mundo de quase R$ 200 bi em apostas“A premiação das competições sul americanas vem crescendo a cada temporada e isso mostra que a Conmebol está sabendo trabalhar muito bem o torneio. Com atenção aos detalhes e valorizando a experiência do torcedor, a entidade tem atraído novas marcas e conquistado um público cada vez maior. Esse movimento aumenta as receitas e fortalece a competição a médio e longo prazo”, afirma Joaquim Lo Prete, Country Manager da Absolut Sport no Brasil, agência parceira oficial da Conmebol desde 2022.Na segunda posição aparece o Fluminense, com R$ 401,1 milhões arrecadados em premiações ao longo do ano. Mais de 80 por cento desse montante veio da campanha histórica na Copa do Mundo de Clubes, em que o clube chegou à semifinal e garantiu cerca de R$ 331 milhões. Palmeiras e Botafogo ocupam o terceiro e o quarto lugares do ranking, com R$ 357,6 milhões e R$ 229,8 milhões, respectivamente, ambos também beneficiados pela participação no torneio da Fifa.“A Copa do Mundo de Clubes proporcionou uma premiação significativa aos clubes brasileiros. Além do ganho financeiro, também há o intangível, que é a repercussão e visibilidade internacional”, alerta Moises Assayag, sócio diretor da Channel Associados e especialista em finanças no esporte.O quinto lugar ficou com o Corinthians, que entrou no grupo dos maiores arrecadadores após a conquista da Copa do Brasil. O clube paulista somou R$ 132,4 milhões em premiações em 2025, sendo R$ 97,7 milhões provenientes apenas da campanha e do título conquistado na final contra o Vasco.Fechando o grupo dos dez clubes que mais arrecadaram aparecem Bahia, com R$ 79,7 milhões, São Paulo, com R$ 77,1 milhões, Cruzeiro, com R$ 69,4 milhões, Vasco, com R$ 65,7 milhões, e Atlético Mineiro, com R$ 65,3 milhões. Ao todo, as premiações distribuídas em 2025 superaram a marca de R$ 2 bilhões, beneficiando 146 equipes das Séries A a D, além de clubes sem divisão nacional que disputaram competições regionais oficiais.Os valores consideram as premiações pagas pela Copa do Mundo de Clubes, Copa Libertadores, Copa Sul Americana, Recopa, Campeonato Brasileiro, Copa do Brasil, Supercopa, Copa do Nordeste, Copa Verde e os campeonatos estaduais. Para especialistas, esse volume de recursos muda estruturalmente a lógica do futebol nacional.Leia Mais: Só com premiação, Mirassol arrecada mesma coisa que conseguiu durante 2024 inteiro“O impacto dessas cifras vai além do caixa imediato. Essas premiações exponenciais, especialmente as dolarizadas vindas da Fifa e da Conmebol, deixaram de ser um bônus para se tornarem um pilar central do planejamento orçamentário. Isso alimenta um abismo competitivo: o dinheiro financia a performance, que, por sua vez, gera mais premiações. O sucesso em campo se monetiza imediatamente, reforçando o branding do clube e atraindo patrocínios de maior valor. O grande desafio passa a ser a gestão dessa nova realidade”, analisa Thales Rangel Mafia, gerente de marketing da Multimarcas Consórcios.Fora do eixo dos grandes centros, o Mirassol se tornou um dos símbolos dessa nova realidade. Em 2024, quando ainda disputava a Série B, o clube teve um faturamento total de R$ 60 milhões ao longo do ano, somando direitos de transmissão e patrocínios. Em 2025, apenas com premiações, o valor recebido praticamente iguala todo o orçamento da temporada anterior.No Campeonato Brasileiro, o Mirassol terminou na quarta posição e deve receber da CBF entre R$ 40 milhões e R$ 45 milhões em premiações. Além disso, a vaga assegurada na fase de grupos da Copa Libertadores de 2026 garante ao clube mais de R$ 16 milhões fixos, levando a arrecadação apenas com prêmios aos mesmos patamares de todo o ano de 2024.“Os grandes destaques do Mirassol são os que conseguiram identificar como se ganham jogos em diferentes divisões. Marcando mais gols do que sofrendo, claro, mas em cada uma delas o modelo de jogo e o perfil de atleta mudam de forma significativa. Dinheiro permite buscar os melhores atletas, mas por vezes ele está nas mãos de quem não sabe identificar os nomes certos para um contexto específico. Eles são a grande história do futebol brasileiro neste ano”, analisa Thiago Freitas, COO da Roc Nation Sports no Brasil.O crescimento esportivo veio acompanhado do avanço comercial. O Mirassol ampliou suas receitas com patrocínios, que hoje representam cerca de R$ 15 milhões anuais e ajudam a manter salários em dia e a investir em infraestrutura. Um dos principais parceiros nesse processo é a empresa 7K, que apostou no clube ainda na Série C e ocupa atualmente espaço de destaque no uniforme.“Completamos três anos de uma parceria construída sobre confiança, resultados e propósito. Quando decidimos apoiar o Mirassol, o clube estava em ascensão e demonstrava uma gestão moderna, transparente e altamente profissional. Nesta temporada, presenciamos o Mirassol competir de igual para igual com os grandes da Série A, confirmando a assertividade da nossa visão estratégica”, afirma Nickolas Tadeu Ribeiro de Campos, fundador e presidente do conselho da Ana Gaming, holding que gere as marcas 7K, Cassino e Vera.Além da 7K, o clube do interior paulista conta com patrocínios de empresas como Guaraná Poty, Ecori Energia Solar, Kodilar, Ruiz Coffees, Atacadão Pisos e ITS Brasil, todas estampadas no uniforme. Em um cenário de premiações recordes, o Mirassol mostra que planejamento, gestão e performance esportiva podem transformar receitas extraordinárias em crescimento sustentável.The post Título não faz Corinthians entrar no top 3 de premiação do futebol brasileiro appeared first on InfoMoney.