Copa do Mundo melhora prêmios, mas Fifa paga mais para clubes do que para seleções

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A Copa do Mundo de 2026 vai distribuir a maior premiação da história do torneio de seleções, mas ainda assim continuará pagando menos do que a própria Fifa já entregou aos clubes no novo Mundial de Clubes. Essa diferença ajuda a ilustrar como o futebol internacional passou a remunerar de forma mais agressiva as competições envolvendo times, mesmo quando o evento de seleções segue como o principal produto esportivo do planeta.Durante o Congresso da Fifa realizado nesta quarta feira em Doha, no Catar, a entidade definiu os valores que serão pagos às 48 seleções participantes da Copa do Mundo de 2026, em repasses feitos diretamente às confederações nacionais. No total, a Fifa distribuirá 727 milhões de dólares, algo em torno de R$ 4 bilhões, montante 50 por cento superior ao da Copa de 2022, disputada no Catar.Leia Mais: Só com premiação, Mirassol arrecada mesma coisa que conseguiu durante 2024 inteiroO campeão da próxima edição receberá 50 milhões de dólares, cerca de R$ 275 milhões na cotação atual, valor recorde na história do torneio. A cifra supera o que foi pago à Argentina em 2022, quando o título rendeu 42 milhões de dólares, e também o prêmio recebido pela França em 2018, de 38 milhões de dólares. Ainda assim, o patamar fica bem abaixo do que a Fifa destinou aos clubes no Mundial de Clubes realizado em meados deste ano, nos Estados Unidos.O Chelsea, campeão da competição entre clubes, faturou 115,2 milhões de dólares, aproximadamente R$ 633,6 milhões. O vice campeão PSG recebeu 107,5 milhões de dólares, enquanto Real Madrid e Fluminense, terceiro e quarto colocados, embolsaram 83,2 milhões e 60,8 milhões de dólares, respectivamente. Mesmo equipes que não chegaram à decisão tiveram receitas superiores às de muitas seleções. O Palmeiras, eliminado nas quartas de final, recebeu 38,6 milhões de dólares.Segundo especialistas, a diferença se explica pelo modelo de construção das competições. “Diferentemente do que se dá na Copa do Mundo de seleções, foi preciso convencer os principais clubes do mundo para que se mobilizassem pelo novo torneio de clubes, e só uma premiação relevante também para os clubes mais ricos viabilizaria a competição. Mas a análise nao se resume a esses prêmios, já que a composição das receitas de federações e clubes é muito diferente. Se o Mundial de clubes apenas adiou férias das principais equipes europeias, para as confederações nacionais a Copa de seleções é a maior geradora de receitas com patrocinadores. Ela rende muito mais indiretamente”, explica Thiago Freitas, COO da Roc Nation Sports no Brasil, empresa controlada pelo cantor Jay Z.Leia Mais: Futebol brasileiro terá dança das cadeiras dos fornecedores de uniformes em 2026Moises Assayag, sócio diretor da Channel Associados e especialista em finanças no esporte, também destaca o impacto para os clubes. “A Copa do Mundo de Clubes proporcionou uma premiação significativa aos clubes brasileiros. Além do ganho financeiro, também há o intangível, que é a repercussão e visibilidade internacional”, afirma.No caso da Copa do Mundo de seleções, a Fifa tenta reduzir a distância com um modelo mais inclusivo de repasses. Todas as seleções classificadas receberão automaticamente 10,5 milhões de dólares apenas pela participação, o equivalente a cerca de R$ 57,7 milhões. Somando esse valor ao prêmio máximo de 50 milhões de dólares pelo título, o campeão poderá chegar a um total aproximado de 107,7 milhões de dólares, ainda assim abaixo do montante recebido pelo Chelsea no Mundial de Clubes.Além do prêmio ao campeão, a Fifa detalhou a divisão completa das premiações. O vice campeão ficará com 33 milhões de dólares. O terceiro colocado receberá 29 milhões, enquanto o quarto lugar garantirá 27 milhões. As seleções que terminarem entre o quinto e o oitavo lugar embolsarão 19 milhões cada. Do nono ao décimo sexto lugar, o valor será de 15 milhões. As equipes entre o décimo sétimo e o trigésimo segundo lugar receberão 11 milhões, e aquelas que ficarem do trigésimo terceiro ao quadragésimo oitavo lugar levarão 9 milhões. Além disso, cada participante terá direito a 1,5 milhão de dólares adicionais para custos de preparação.Mesmo com valores inferiores aos pagos aos clubes, a Copa do Mundo segue como um fenômeno global de interesse e consumo. A Fifa também divulgou dados da procura por ingressos para a edição de 2026, que será disputada nos Estados Unidos, México e Canadá. Três países da América do Sul aparecem entre os que mais registraram pedidos na terceira fase de vendas, a primeira após o sorteio da fase de grupos.A Colômbia lidera o ranking, com 367.376 inscrições, seguida por Inglaterra, com 140.291, e Alemanha, com 138.246. O Brasil aparece na quarta posição, com 101.576 pedidos, logo à frente da Argentina, com 101.056. Completam o Top 10 Equador, Escócia, França, Austrália e Espanha.Os números mostram que, mesmo pagando menos diretamente do que as competições entre clubes, a Copa do Mundo de seleções segue como o principal ativo do futebol internacional, capaz de mobilizar torcedores, patrocinadores e mercados ao redor do mundo.The post Copa do Mundo melhora prêmios, mas Fifa paga mais para clubes do que para seleções appeared first on InfoMoney.