O método por trás da clareza: como Ariane Campolim estrutura decisões no day trade

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Conteúdo XPEncontrar uma técnica que faça sentido é um dos maiores desafios para quem inicia no mercado financeiro. Entre dúvidas, testes e ciclos de frustração, a maior parte dos traders passa meses — às vezes anos — tentando enxergar clareza operacional.Esse é justamente o ponto que Ariane Campolim, trader e influencer da XP, aprofunda no segundo episódio do Arena Tática, novo programa do canal Arena Trader XP. Convidada do episódio de estreia, ela participa de uma série exclusiva de cinco episódios, e este é o segundo episódio dedicado à sua trajetória e metodologia.Ao explorar o tema, Ariane desmonta ideias simplificadas sobre setup, técnica e indicadores, ressaltando que encontrar um método não é sobre decorar gatilhos, mas sim sobre construir leitura, contexto e autorresponsabilidade. “A melhor técnica para você é aquela que te permite enxergar o que você está fazendo e tomar decisões com clareza”, afirma.Por que iniciantes trocam tanto de técnicaSegundo Ariane, a dificuldade de se firmar em uma técnica começa pela ansiedade do iniciante em tentar ganhar dinheiro rapidamente, sem construir conhecimento. Essa pressa cria uma falsa impressão de que o problema está sempre na técnica — não na falta de entendimento. “O maior erro do iniciante é que ele está tentando ganhar dinheiro”, observa.Para Ariane, essa expectativa gera o ciclo infinito de trocar de setup sempre que o mês não fecha positivo, como se o erro estivesse sempre na técnica — nunca no trader.Por isso, ela destaca que muitos esperam que a solução venha pronta, sem assumir responsabilidade pelo próprio desenvolvimento. “A pessoa quer que alguém fale: ‘Olha, você faz isso aqui’, e ela quer ver o dinheiro sair. Ah, o problema sempre vai ser a técnica, nunca vai ser ele, né? Então é aquilo, eh, a falta da autorresponsabilidade é a técnica. O problema é a técnica”, conclui.Método, estratégia e técnica: diferenças essenciaisAriane esclarece um ponto que confunde a maioria dos traders: método não é técnica, e técnica não é estratégia. No método dela, cada estratégia — abertura, reversão ou continuidade — nasce da combinação de várias técnicas, que só fazem sentido dentro de um contexto. “O método engloba várias estratégias que você tem ali”, explica.Nessa linha, ela reforça que operar exige análise do cenário, e não a repetição automática de um padrão gráfico. Uma mesma barra ou gatilho não significa nada se for lido sem contexto diário, localização espacial ou tendência dominante. “Não é uma coisa só que eu uso”, afirma.Como Ariane escolheu seu métodoAo detalhar sua linha de raciocínio, Ariane mostra que sua escolha se baseia na capacidade do método de gerar leitura clara para qualquer cenário — seja tendência, correções ou reversões profundas.Na avaliação dela, compreender o comportamento das pernadas, a força do fluxo e o posicionamento da barra elefante é o que permite decisões objetivas. “Essa técnica, pelo menos para mim, ela me faz entender o que eu estou fazendo”, explica.Além disso, Ariane destaca ainda que muitos traders se perdem ao encher a tela de indicadores sem saber interpretá-los. Focada na probabilidade e não no achismo, ela ressalta que um plano de trade só funciona quando se entende o porquê de cada decisão. “Ninguém vai conseguir resultado sem entender”, orienta.A partir desta lógica, a trader reforça que seu método é universal e aplicável a qualquer ativo e tempo gráfico — de 2 minutos ao diário. Mas alerta que cada escolha tem impacto direto no risco, no stop e no esforço operacional. “Quanto maior o tempo gráfico dentro do meu método, mais caro vai ser o meu stop”, explica.Por fim, Ariane afirma que prefere o gráfico de 2 minutos por adequação ao seu perfil, intensidade emocional e rotina diária. Para ela, rapidez e objetividade são fundamentais. “Para mim, quanto menor o tempo, melhor”, observa.Quais indicadores ela usa — e por quêEm contraste com traders que dependem de telas cheias de sinais, Ariane utiliza apenas três médias móveis, sendo duas essenciais: a de 20 períodos e a de 200 períodos. Ambas servem não apenas como referência de tendência, mas também de localização espacial — um ponto que ela enfatiza repetidamente. “A média de 20 e a média de 200 eu não conseguiria operar sem elas”, explica.A localização — acima, abaixo ou entre as médias — determina se uma entrada tem ou não probabilidade favorável. “Uma compra abaixo das médias têm muito menos chance de dar certo”, conclui.Mesmo com esses elementos técnicos, Ariane ressalta que o maior desafio do trader é psicológico. Saber o que fazer não significa conseguir aplicar — e essa distância é onde a maioria falha. “Existe uma grande diferença entre saber e aplicar”, alerta.Confira mais conteúdos sobre análise técnica no IM Trader. Diariamente, o InfoMoney publica o que esperar dos minicontratos de dólar e índice. The post O método por trás da clareza: como Ariane Campolim estrutura decisões no day trade appeared first on InfoMoney.