A decisão de demolir a ponte da Ramiro Barcelos, no bairro Santana, em Porto Alegre, marca uma mudança importante na infraestrutura da região. Depois de cerca de um ano de interdição, um laudo técnico encomendado pela Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura (Smoi) apontou que a estrutura não oferece mais condições de recuperação segura, abrindo espaço para uma nova ponte planejada para atender às exigências atuais de segurança e durabilidade.O que o laudo técnico encontrou na ponte da Ramiro Barcelos?O estudo avaliou a travessia que liga as ruas Ramiro Barcelos e São Luiz e constatou um quadro de deterioração avançada. Entre as patologias estruturais identificadas estão armaduras expostas e corroídas, fissuras e rachaduras profundas, além de sinais de perda de sustentação em partes da ponte.Esses danos indicam que a estabilidade está comprometida e que reforços pontuais não garantiriam um nível aceitável de segurança. O laudo conclui que qualquer tentativa de recuperação exigiria obras complexas e caras, com vida útil limitada em comparação com uma nova estrutura estimada em cerca de R$ 6,8 milhões.Ponte da Ramiro Barcelos – Foto: Prefeitura de Porto AlegrePor que a recuperação da ponte antiga não é considerada viável?A ponte, construída no início da década de 1960 em concreto protendido, utilizou uma técnica pouco difundida na época e não possui registros de projeto ou memória de cálculo. Essa ausência de documentação aumenta a incerteza sobre o dimensionamento original e dificulta intervenções de reforço realmente seguras.O laudo aponta que as patologias exigiriam uma recuperação altamente especializada, com proteção de armaduras e reforço de concreto protendido, sem garantia de durabilidade adequada. Segundo o secretário municipal André Flores e o engenheiro Alexandre Arvis, a vida útil típica de cerca de 50 anos já foi ultrapassada, tornando mais segura e racional a substituição completa.Como será a nova ponte e quais mudanças trará para a região?Com a confirmação de que a ponte da Ramiro Barcelos será demolida, a Smoi projeta uma nova travessia com padrões atuais de desempenho. A estrutura deve suportar cargas maiores, adotar o trem-tipo TB-45 como referência e incorporar soluções que aumentem a durabilidade, a segurança e o conforto para usuários.Os estudos preliminares indicam que o projeto deve considerar diferentes aspectos funcionais e de mobilidade urbana, buscando integrar a ponte ao tráfego atual e futuro. Entre os pontos que tendem a ser priorizados estão:Materiais mais resistentes à corrosão e à ação do tempo;Normas técnicas atualizadas para dimensionamento de pontes urbanas;Capacidade de carga adequada ao fluxo de veículos (trem-tipo TB-45);Melhor acessibilidade para pedestres, com faixas de travessia definidas;Possível integração com ciclovias e transporte coletivo, conforme estudos futuros.Como a demolição vai impactar a mobilidade e o dia a dia dos moradores?Enquanto a obra não começa, a ponte permanece interditada por risco estrutural, exigindo rotas alternativas de motoristas, pedestres e serviços públicos. O fechamento prolongado impacta o comércio local, o acesso a equipamentos de saúde e educação e aumenta o tempo de deslocamento na região.A expectativa é que, com a nova ponte concluída, a mobilidade seja normalizada, reduzindo interdições emergenciais e melhorando a confiabilidade da travessia. A obra também se insere em um esforço mais amplo de atualização da infraestrutura urbana de Porto Alegre, alinhando a cidade às normas de engenharia exigidas em 2025. Veja os impactos à população:AspectoImpactos no dia a diaDurante a demolição• Interdições parciais ou totais da via• Desvios no tráfego local• Aumento pontual no tempo de deslocamentoMobilidade urbana• Redirecionamento de linhas de ônibus• Maior uso de rotas alternativas pelos motoristasRotina dos moradores• Mudanças no acesso a comércios e serviços• Mais ruído e circulação de máquinas durante as obrasApós a nova ponte• Travessia mais segura para veículos e pedestres• Melhora no fluxo do trânsito localInfraestrutura• Estrutura moderna e adequada às normas atuais• Redução de riscos estruturais e de manutençãoQualidade de vida• Menos congestionamentos no entorno• Valorização urbana da regiãoQuais os impactos na vida útil de pontes em áreas urbanas?O caso da ponte da Ramiro Barcelos evidencia o envelhecimento de estruturas construídas nas décadas de 1960 e 1970, muitas já no fim da vida útil de projeto. Sem inspeções regulares, problemas de corrosão, fissuras e deformações podem evoluir silenciosamente até exigir interdições e demolições.Especialistas defendem políticas permanentes de manutenção preventiva, com vistorias periódicas, monitoramento e planejamento antecipado de investimentos. Essa abordagem permite decidir entre reforçar ou substituir a tempo, priorizando a segurança da população e o uso eficiente dos recursos públicos.FAQ sobre a ponte da Ramiro BarcelosA ponte da Ramiro Barcelos ainda pode ser utilizada até a demolição? Não. A ponte permanece interditada porque o laudo apontou risco estrutural e falta de confiabilidade para o uso seguro.O que é concreto protendido e por que isso importa no caso? O concreto protendido é um tipo de concreto reforçado com cabos tensionados; a falta de registros do projeto original dificulta intervenções seguras nesse sistema.Por que é usado o trem-tipo TB-45 no projeto da nova ponte? O trem-tipo TB-45 é um modelo de carga padrão para dimensionamento de pontes rodoviárias no Brasil, garantindo que a estrutura suporte o tráfego previsto.O custo de R$ 6,8 milhões inclui a demolição da ponte antiga? A estimativa refere-se à nova travessia; a definição exata do que está incluído depende do projeto executivo e dos contratos a serem firmados.O post Nova ponte mais segura vai substituir estrutura antiga em Porto Alegre com investimento de R$ 6,8 milhões para facilitar a travessia de moradores apareceu primeiro em Terra Brasil Notícias.