Ouro tomba após CME exigir mais garantias de investidores e deixa recorde para trás

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O ouro sofreu uma forte correção nesta segunda-feira (29), aprofundando as perdas após a Chicago Mercantile Exchange (CME) passar a exigir garantias adicionais para posições em contratos de metais preciosos. A medida acelerou um movimento de realização de lucros que já vinha ganhando força após o metal alcançar máximas históricas nas últimas sessões.No início da tarde, por volta das 14h40, o contrato de ouro com vencimento em fevereiro recuava cerca de 4,70%, negociado a US$ 4.338,30 por onça-troy, afastando-se da marca de US$ 4,5 mil.A queda ocorreu após o mercado digerir a decisão da CME de elevar as margens exigidas para uma série de contratos, incluindo ouro e prata. Segundo a bolsa, a mudança faz parte de uma “revisão normal da volatilidade do mercado” e entrou em vigor hoje.A elevação das margens obriga investidores a aportar mais capital para manter posições abertas, o que tende a pressionar principalmente operadores mais alavancados. Em momentos de forte valorização, esse tipo de ajuste costuma desencadear vendas técnicas, à medida que parte do mercado reduz exposição para atender às novas exigências.O movimento também atingiu a prata, cujos contratos futuros chegaram a cair cerca de 8% no início do pregão. Apesar do tombo recente, o desempenho acumulado dos metais preciosos em 2025 segue expressivo. O ouro acumula alta próxima de 65% no ano, enquanto a prata mais do que dobrou de valor no período.No caso da prata, a volatilidade tem sido amplificada por fatores estruturais. A oferta global vem sendo pressionada pela desaceleração da produção em grandes minas, ao mesmo tempo em que a demanda industrial cresce, impulsionada pelo uso do metal em painéis solares, data centers e outras aplicações ligadas à transição energética e à digitalização da economia. No início do ano, a prata era negociada em torno de US$ 30 por onça e chegou a tocar brevemente US$ 80 antes do anúncio da CME.Já o rali do ouro foi sustentado por uma combinação de incertezas geopolíticas, compras consistentes de bancos centrais e receios de sobrevalorização em alguns mercados acionários globais. Tradicionalmente visto como ativo de proteção, o metal atraiu fluxos intensos ao longo do ano, o que elevou o risco de correções mais abruptas diante de qualquer mudança no ambiente de mercado.