Aliados do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), ainda acreditam em recuo da pré-candidatura do senador Flávio Bolsonaro (PL) à Presidência da República. Na avaliação de pessoas próximas, mesmo após a carta de próprio punho escrita pelo ex-presidente Jair Bolsonaro chancelando o nome do filho, a expectativa é que a partir de fevereiro o cenário comece a mudar.O entendimento é que o mês de janeiro ainda será “morto” politicamente nessa dança das cadeiras. A movimentação é esperada, principalmente, a partir do fim de fevereiro e início de março – o que daria um prazo apertado para Tarcísio já que, caso concorra ao cargo no Palácio do Planalto, terá que renunciar no início de abril.As análises no Palácio dos Bandeirantes são baseadas, principalmente, na visão de que a movimentação para trazer Flávio aos holofotes tinha dois objetivos principais: manter o legado da família Bolsonaro e dar uma resposta à militância. Como mostrou a coluna, caciques do Centrão chegaram a falar em estratégia. Para um membro do alto escalão da gestão estadual, a carta escrita por Bolsonaro é um “ato de sucesso política, com chances mínimas de vitória” e “em defesa da família [Bolsonaro], e não do país”.Essa mesma fonte entende que o lançamento da candidatura presidencial de Flávio pode ter sido uma maneira de dar mais visibilidade a ele, colocando o nome na mídia, para fortalecer sua própria campanha de reeleição ao Senado. A leitura é que a reeleição não estava mais sendo vista como “garantida”, já que o governador Cláudio Castro (PL), que também pode disputar a vaga, ganhou o noticiário e popularidade após a megaoperação policial no complexo do Alemão que pautou os debates sobre Segurança Pública no país.A forte rejeição ao nome de Flávio também continua sendo citada como empecilho. Há quem diga, inclusive, nos corredores, que ela pode se tornar maior do que a do pai. O senador, no entanto, não tem se importado com as críticas. Depois de uma rodada de encontros com empresários, autoridades e membros do mercado financeiro nas últimas semanas, em que ele mesmo se chamou de Bolsonaro “suave” para conquistar a confiança desse eleitorado, Flávio planeja, para o início de 2026, uma série de participações em cultos e agendas com o público evangélico – além de rodar o Brasil.Ele deve continuar se apresentando a esse público como versão mais “moderada” da família. Na última semana antes do fim do ano, o senador já esteve em dois cultos.Até por isso, mesmo sem descartar o projeto nacional, a avaliação no entorno de Tarcísio de Freitas é que o momento é de espera. Nenhum movimento deve ser feito nos bastidores.