A ofensiva da oposição contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes ganhou um novo capítulo com a convocação de uma coletiva em plena pausa legislativa, marcada para esta segunda-feira (29/12), na Câmara dos Deputados, com o objetivo de fortalecer o movimento pelo impeachment de Alexandre de Moraes, em uma articulação liderada pelo novo chefe da oposição na Câmara, deputado Cabo Gilberto Silva (PL-PB), em meio a um ambiente de forte disputa institucional em Brasília. As informações são do Metrópoles.Como Alexandre de Moraes entra no centro do embate político?A reunião rompe simbolicamente o recesso parlamentar, iniciado em 23 de dezembro, com ao menos 16 deputados e senadores esperados em Brasília para marcar posição política. A oposição quer pressionar o Supremo e a cúpula do Senado para que o pedido de afastamento do ministro, hoje entre mais de 80 representações sem andamento, passe a tramitar efetivamente.O novo pedido de impeachment de Alexandre de Moraes foi apresentado em 23/12 pela senadora Damares Alves (Republicanos-DF) e será encaminhado ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP). A iniciativa se soma a outras ações que transformam o processo em bandeira simbólica contra o que a oposição classifica como ativismo judicial e interferência do STF em temas políticos e eleitorais.Qual é a polêmica envolvendo Alexandre de Moraes e o Banco Master?Damares acusa o ministro de suposta advocacia administrativa, alegando que ele teria atuado em benefício do Banco Master, ligado ao empresário Daniel Vorcaro, ao procurar o presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo. Moraes nega qualquer pressão indevida e afirma que a reunião tratou da chamada Lei Magnitsky, voltada a sanções contra violações de direitos humanos e corrupção.O estopim foi reportagem de Malu Gaspar, em O Globo, sobre encontro em que Moraes teria defendido autorização do BC para operação envolvendo o Banco Master e o BRB. O caso ganhou contornos mais delicados com a revelação de um contrato estimado em cerca de R$ 129 milhões entre o banco e o escritório de advocacia da família de Moraes, alimentando acusações de possível conflito de interesses, embora o vínculo em si não seja necessariamente ilegal.Como a oposição pretende manter a pressão durante o recesso?A convocação da coletiva em plena pausa legislativa indica que o tema não ficará adormecido até fevereiro. Cabo Gilberto Silva defende a presença de parlamentares de direita em Brasília durante o recesso para intensificar a pressão política sobre o STF e sobre a presidência do Senado, apostando no desgaste gradual de Moraes e no aumento do custo político de novos arquivamentos.Além dos pedidos de impeachment, a oposição prepara uma estratégia multifacetada para manter o caso em evidência e ampliar a fiscalização política sobre o episódio:O senador Alessandro Vieira (MDB-SE) pretende coletar assinaturas para instalar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre o Banco Master e o contrato com o escritório da família de Moraes.Na Câmara, o líder do Novo, Marcel van Hattem (RS), busca nova rodada de assinaturas para mais um pedido de impeachment de Alexandre de Moraes.Parlamentares articulam usar redes sociais, coletivas de imprensa e requerimentos de informação para manter o assunto em pauta durante todo o recesso.O que pode acontecer com o pedido de impeachment?Os desdobramentos do novo pedido de impeachment de Alexandre de Moraes dependem da decisão de Davi Alcolumbre, que pode aceitar, rejeitar ou simplesmente não despachar as representações. A tradição do Senado é de resistir à abertura de processos contra ministros do STF, o que explica o acúmulo de pedidos sem andamento, inclusive mais de 80 referentes a Moraes.Mesmo sem perspectiva clara de avanço formal, a oposição aposta no impacto político da ofensiva, nas articulações por CPI e na pressão constante durante o recesso. De outro lado, as notas divulgadas por Moraes, o silêncio institucional do Senado e a ausência de provas conclusivas até o momento indicam um embate prolongado, com possíveis efeitos tanto na imagem do STF quanto nas relações entre Poderes.FAQ sobre Moraes e CongressoO que é advocacia administrativa? Trata-se da utilização de cargo público para favorecer interesses privados junto à administração, o que pode configurar crime ou infração administrativa, dependendo do contexto e das provas.Quem é Daniel Vorcaro, ligado ao Banco Master? Daniel Vorcaro é um empresário do setor financeiro, associado ao controle do Banco Master, instituição que aparece no centro das suspeitas levantadas contra Alexandre de Moraes.O que é a Lei Magnitsky citada por Moraes? A chamada Lei Magnitsky é um modelo de legislação internacional que prevê sanções, como congelamento de bens e restrições de visto, contra pessoas acusadas de graves violações de direitos humanos ou corrupção.Uma CPI pode afastar diretamente um ministro do STF? Não. Uma CPI tem poder de investigação, podendo produzir relatórios e encaminhar recomendações, mas o afastamento de um ministro do STF depende de processo de impeachment conduzido pelo Senado.O post Oposição articula estratégia no recesso para aumentar pressão sobre Moraes apareceu primeiro em Terra Brasil Notícias.