Em um ano marcado principalmente pela política monetária dos Estados Unidos e do Brasil, o Ibovespa (IBOV) saltou mais de 30% e registrou o melhor desempenho anual em nove anos.O principal índice da bolsa brasileira valorizou 33,95% e terminou o último pregão aos 161.125,37 pontos.Já o dólar à vista (USBRL) encerrou as negociações a R$ 5,4890. Em 2025, a divisa norte-americana recuou 11,18% sobre o real, maior perda anual desde 2016.Em 2025, o jogo do mercado virou: as ações cíclicas puxaram o desempenho do Ibovespa para o tom positivo com os sinais de desaceleração da inflação, que levou ao fechamento da curva de juros futuros, mesmo com a Selic ainda em patamar restritivo elevado.Já as empresas exportadoras de commodities ficaram para trás, com a forte desvalorização da moeda norte-americana.As maiores altas e quedas do Ibovespa em 2025Entre as ganhadoras do ano, Cogna (COGN3) saltou quase 240%, em um ano marcado por resultados robustos, na avaliação dos analistas — com destaque para a geração de caixa da educacional.Para o BTG Pactual, o grupo de educação apresentou mais um terceiro trimestre “limpo”, marcado pela “mesma consistência observada nos trimestres anteriores, com forte crescimento de receita no segmento de graduação (Kroton) e maior desalavancagem”.“Os resultados marcam mais um capítulo do ciclo de recuperação da Cogna. Acreditamos que a consistência demonstrada nos últimos trimestres fala por si só, especialmente ao observar os números encorajadores de fluxo de caixa ao acionista”, escreveram os analistas Samuel Alves, Maria Resende e Marcel Zambello, em relatório.Os números do quarto trimestre deste ano serão divulgados no final do primeiro trimestre de 2026.Além disso, a Cogna fechou o capital da Vasta, sua divisão de educação básica, e anunciou dividendos já nos primeiros meses após registrar lucro líquido em 2024, cessando uma sequência de prejuízos anuais desde 2020.Confira as maiores altas do Ibovespa no ano:CÓDIGONOMEVARIAÇÃO ANUALCOGN3Cogna ON239,78%AXIA3Axia Energia ON105,23%CYRE3Cyrela ON97,86%BPAC11BTG Pactual units97,15%DIRR3Direcional ON93,69%ENEV3Eneva ON91,64%AXIA6Axia EnergiaPNB88,70%CPFE3CPFL Energia ON85,81%VIVA3Vivara ON82,34%RDOR3Rede D’Or ON76,03%Na ponta negativa, Raízen (RAIZ4) foi a ação com pior desempenho anual entre as companhias que compõem o Ibovespa. O papel encerrou 2025 abaixo de R$ 1, nível mantido por 59 sessões seguidas.A companhia foi pressionada pelo endividamento elevado da maior processadora global de cana-de-açúcar, mas também pelo desempenho operacional, uma vez que condições climáticas afetaram a moagem da matéria-prima de açúcar e etanol.Ao longo do ano, a empresa, uma joint venture das gigantes Cosan (CSAN3) e Shell, vendeu ativos como parte do plano de desinvestimentos — que deve levantar entre R$ 10 bilhões e R$ 15 bilhões nos próximos 18 meses na tentativa de reduzir a alavancagem.Desde o final do ano passado, a Raízen já levantou mais de R$ 3 bilhões, com destaque para 55 usinas de geração distribuída, Usina Santa Elisa e do Leme. Já em setembro, a Cosan anunciou um aporte de R$ 10 bilhões do BTG Pactual e da Perfin.A Raízen também encerrou neste ano a joint venture com a Femsa, que envolvia as lojas de conveniência Oxxo.Confira as maiores quedas do Ibovespa no ano:CÓDIGONOMEVARIAÇÃO ANUALRAIZ4Raízen ON-62,50%HAPV3Hapvida ON-55,96%NATU3Natura ON-41,61%CSAN3Cosan ON-34,80%SMTO3São Martinho-33,60%BRKM5Braskem PN-31,87%VAMO3Vamos ON-29,48%BRAV3Brava Energia ON-28,40%RECV3PetroReconcavo ON-26,45%SUZB3Suzano ON-14,92%