Ré por assassinato da nora, aposentada é denunciada por morte da filha

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O Ministério Público de São Paulo (MPSP) denunciou Elizabete Arrabaça, de 68 anos, que já é ré pela morte da nora, pelo homicídio da própria filha, Nathália Garnica, que morreu em fevereiro deste ano em Ribeirão Preto, interior de São Paulo.A investigação sobre a morte da filha só começou após a nora, Larissa Rodrigues, morrer em março. Ambas morreram pelo mesmo causador: envenenamento por chumbinho, o que levantou suspeitas. Além disso, Elizabete foi a última pessoa a estar com ambas antes da morte. Leia também São Paulo “Iminente risco”, diz defesa de aposentada acusada de envenenar nora São Paulo Aposentada envenenou nora por dias até oferecer dose fatal, diz MPSP São Paulo Mulher suspeita de envenenar nora é investigada pela morte da filha São Paulo Acusada de matar filha e nora envenenadas tinha R$ 320 mil em dívidas No caso da morte de Larissa, segundo o MPSP, Elizabete teria agido junto ao filho, Luiz Antônio Garnica. A suspeita de ligação entre os dois crimes levou à exumação do corpo da filha, Nathália, confirmando a presença do mesmo veneno em seu organismo.Na investigação de participação da mãe na morte da filha, a promotoria identificou que Elizabete possuia dívidas altas e dependia financeiramente de Nathália. O dinheiro, então, teria sido a possível motivação para o crime.Luiz Antônio e a mãe respondem pelo crime de feminicídio triplamente qualificado por motivo torpe, meio cruel e recurso que impossibilitou a defesa de Larissa.A dupla está presa desde maio. A defesa de Elizabete afirma, em nota, que já está ciente da nova denúncia da promotoria de participação dela na morte da filha. “Importante expor que a cliente sempre negou qualquer participação na morte de Nathália, motivo pelo qual essa defesa técnica trabalhará para preservar todos os seus direitos”.Cronologia do crime contra noraNo dia 22 de março, Garnica relatou à polícia que chegou ao apartamento do casal, no bairro Jardim Botânico, zona sul de Ribeirão Preto, e estranhou o fato de a mulher, Larissa Rodrigues, não responder a seu chamado.Segundo o boletim de ocorrência, ele disse que depois de procurar a esposa por diferentes cômodos da casa, a encontrou no banheiro, caída e desfalecida.Garnica também relatou que, por ser médico, pegou a esposa e a colocou na cama do casal para a realização de procedimentos de urgência, sem sucesso. Ele, então, chamou o Samu.A equipe acionada confirmou a morte da professora no local. O caso foi registrado, inicialmente, como morte suspeita.Laudos foram solicitados ao Instituto Médico Legal (IML) e ao Instituto de Criminalística (IC) para apontar as circunstâncias da morte.O primeiro exame no corpo de Larissa foi inconclusivo e apontou que ela tinha lesões patológicas no pulmão e no coração, além de “cogumelo de espuma”, termo médico que indica contato do ar com líquido do organismo e que pode ocorrer tanto em situações de morte natural e não natural.Um novo laudo toxicológico apontou a presença de chumbinho no corpo de Larissa.Por isso, a Polícia Civil pediu a prisão de Luiz Antonio Garnica e da mãe dele, que também estaria envolvida no crime.Crime contra a filhaUm mês antes da morte de Larissa, Nathália Garnica, de 42 anos, filha de Elizabete e irmã de Luiz, morreu sob circunstâncias suspeitas. Depois de o laudo toxicológico detectar a presença de chumbinho em Larissa, a Polícia Civil passou a suspeitar a causa da morte de Nathália.Após a Justiça permitir a exumação do corpo da mulher, foi confirmada a presença do mesmo veneno em seu organismo. O caso abriu uma nova investigação, colocando Elizabete como a principal suspeita.A ligação entre as duas mortes reforça a tese do MPSP de que o envenenamento foi premeditado. “Ela fez isso com a filha, achou que deu resultado porque não se suspeitou de nada, já que a morte foi considerada como natural. Então, ela resolveu usar o mesmo método com a nora”, afirmou o promotor Marcus Tulio Alves Nicolino.