O mercado se prepara para uma sequência de balanços do setor de telecomunicações. Hoje, após o fechamento, é a vez da Telefônica Brasil, dona da Vivo (VIVT3), divulgar seus números. Já a TIM Brasil (TIM3) publicará seu resultado na segunda-feira (3).De modo geral, a XP antecipa a continuidade da dinâmica operacional positiva para ambas as empresas, com o pós-pago impulsionando o crescimento da receita, compensando o desempenho fraco do pré-pago. A instituição financeira também prevê que ambas as empresas reportem expansão nas margens Ebitda (Ebitda = lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações/receita líquida).Leia tambémAmbev traz surpresa positiva e sobe 4% após balanço; veja o que animou investidoresAmbev registrou nesta quinta-feira lucro líquido de R$ 4,86 bilhões no terceiro trimestre, um crescimento de 36,4% sobre um ano antesBradesco tem balanço bom, mas mercado esperava mais – por que BBDC4 cai forte após 3TAnalistas veem resultado positivo, mas apontam que estagnação do ROE gerou alguma frustração em parte do mercadoO Bradesco BBI, por sua vez, projeta que os resultados do 3º trimestre de 2025 sejam neutros a ligeiramente negativos para as duas operadoras, refletindo uma leve desaceleração da receita de serviços móveis (MSR) devido à base de comparação mais difícil.Já o Itaú BBA espera que a TIM apresente resultados melhores em termos relativos, destacando seu plano de otimização de despesas. A Vivo provavelmente se beneficiará de tendências de crescimento ligeiramente melhores, mas a maior parte da expansão da lucratividade vem da venda de ativos neste momento.Diante disso, o BBA reconhece que o melhor desempenho da TIM no 3T25, em termos relativos, parece estar parcialmente refletido nos preços das ações, com a TIM superando a Vivo em cerca de 4,2% nos últimos 30 dias. O banco vê a TIM negociando com um rendimento de dividendos de 8,4% e a Vivo com um rendimento de 8,1% para 2026.Vivo (VIVT3) A XP projeta um lucro líquido de R$ 1,8 bilhão no trimestre, representando um crescimento de 7% na base anual. Também espera um crescimento anual de 5,9% da receita líquida total. Nos Serviços Móveis (MSR), projeta um crescimento de 5,8% na comparação anual, impulsionado pela estratégia proativa da empresa de migração para planos controle. Nas receitas de Serviços Fixos, a estimativa é de um crescimento de 8,5% ano a ano, apoiado pela expansão do FTTH e dos Serviços de Dados, TIC e Digitais.Além disso, a corretora espera um Ebitda de R$ 6,4 bilhões e uma margem EBITDA de 43,2%.Segundo estimativas do BBI, a Vivo deve reportar alta de 6,2% na receita e crescimento de 8% no Ebitda, com expansão de 0,7 ponto percentual (p.p.) na margem, parcialmente impulsionada pela venda de ativos da concessão. Excluindo esses efeitos, a margem de serviço deve ficar estável. Já a MSR deve subir 5,8%, mas tende a acelerar novamente no 4º trimestre com bases normalizadas.Leia também:Confira o calendário de resultados do 3º trimestre de 2025 da Bolsa brasileiraTemporada de balanços do 3T25 ganha destaque: veja ações e setores para ficar de olhoO BBA destaca que a Vivo adotou uma estratégia diferente para reajustes de preços em 2025, o que cria uma comparação mais difícil no segundo semestre. Em 2024, metade dos reajustes ocorreu em abril e metade em agosto; já em 2025, dois terços foram aplicados em abril e um terço em agosto. Com isso, o banco espera que o crescimento da MSR desacelere para 6,2%, abaixo dos 7,3% registrados no 2º trimestre.Segundo o banco, o principal destaque de rentabilidade deve vir das vendas de ativos não essenciais, relacionadas à migração da concessão para autorização, que devem gerar cerca de R$ 184 milhões em receita líquida de custos. Assim, o Ebitda deve atingir R$ 6,492 bilhões, com margem de 43,5%.O BBA estima ainda um aumento de 4,5% nos arrendamentos, para R$ 1,358 bilhão, e capex de R$ 2,549 bilhões. Apesar do efeito positivo das vendas de ativos, o resultado financeiro mais pesado e a maior alíquota efetiva de imposto devem compensar parte do ganho. O lucro líquido deve subir 6,1% na base anual.TIM (TIMS3)No caso de TIM, a XP prevê que as receitas de serviços móveis cresçam 4,9% na base anual, impulsionadas pela continuidade das migrações para planos de maior valor e crescimento no segmento pós-pago, que espera aumento de 11% base anual. No pré-pago, analistas esperam a continuação do desempenho fraco, com uma queda de 9,5% ano a ano. Para as receitas fixas, eles projetam que se mantenham praticamente estáveis, dinâmica semelhante aos trimestres anteriores. Para as receitas de produtos, a estimativa é de queda de 4% na comparação anual. Em termos de rentabilidade, a previsão da XP é de que o EBITDA cresça acima das receitas, atingindo uma margem de 51,3%, com lucro líquido de R$ 1,105 bilhão, um aumento de 37% ano a ano, impulsionado por uma menor alíquota de impostos no trimestre.O BBI também prevê crescimento de 4,6% na receita e alta de 6,6% no EBITDA, com margem de 51,4% apoiada por ganhos de eficiência de custos. A MSR deve crescer 5,2%, impactada pela normalização de iniciativas lançadas no 2º semestre de 2024, como o TIM Viagem e projetos de Internet das Coisas (IoT).No 3º trimestre, o BBA projeta crescimento de 4,8% na MSR, puxado principalmente pelos serviços pós-pagos, com a migração do pré-pago para o controle sendo um fator relevante.A receita do segmento fixo deve se estabilizar em R$ 330 milhões no trimestre — ainda com crescimento orgânico difícil, mas com expectativa de melhora na taxa de cancelamento (churn). A rentabilidade, porém, é o grande destaque do trimestre. A TIM segue comprometida com ganhos de eficiência operacional, especialmente na redução de custos com prestadores de serviço. O BBA projeta expansão de 0,9 ponto percentual na margem EBITDA em relação ao 2º tri, chegando a 51,6%.Os gastos com arrendamentos devem ficar praticamente estáveis, e o capex (investimentos) deve atingir R$ 1,074 bilhão. Com isso, o fluxo de caixa livre (FCF) deve crescer 1,6% na base anual, totalizando R$ 2,379 bilhões.Recomendação de compra a neutroO Bradesco BBI manteve recomendação outperform (desempenho acima da média do mercado, equivalente à compra) para Vivo e TIM, com preços-alvo inalterados em R$37 e R$26, respectivamente, para o fim de 2026. Segundo o banco, as duas continuam sendo ações defensivas dentro da Bolsa brasileira, com yield (rendimento) de fluxo de caixa livre para o acionista (FCFE) estimado em 9,5% para Vivo e 10,4% para TIM em 2026.Apesar do bom desempenho recente das ações, o BBI avalia que as empresas já não negociam com prêmio expressivo em relação à taxa real livre de risco do Brasil, atualmente próxima de 7,5%. Ainda assim, o banco segue otimista com o setor, destacando fundamentos sólidos, disciplina de preços e crescimento do pós-pago.Considerando as comparações de crescimento mais difíceis para o 2º semestre de 2025, o BBA acredita que haverá melhores pontos de entrada para ambas as empresas no futuro. Portanto, manteve recomendação neutra para Vivo e TIM, com preço-alvo de R$ 35,50 e R$ 24, nesta ordem.Já a XP manteve recomendação de compra para ações da Vivo, com preço-alvo de R$ 36. A recomendação para TIM segue neutra, com preço-alvo de R$ 21.The post Vivo (VIVT3) X TIM (TIMS3): qual tele se sairá melhor no terceiro trimestre? appeared first on InfoMoney.