O Melissa entrou para a história ao atingir a costa oeste da Jamaica como um furacão de categoria 5. Com ventos de até 300 km/h, ele provocou ondas de quatro metros de altura, causando mortes e deixando um rastro de destruição ainda incalculável na região.Este evento extremo ainda está sendo estudado por cientistas e algumas imagens podem ajudar a compreender o seu potencial destrutivo incomum. Alguns destes registros foram feitos de dentro do furacão.Avião fez registro dentro do furacão Melissa (Imagem: Força Aérea dos EUA)Nuvens apresentam formatação incomumAs imagens foram divulgadas pela equipe do 53º Esquadrão de Reconhecimento Meteorológico da Força Aérea dos Estados Unidos.A equipe, apelidada de “Caçadores de Furacões”, realizou voos dentro do Melissa para coletar dados meteorológicos.De acordo com o portal Futurism, os trabalhos tiveram que ser interrompidos algumas vezes em função da grande turbulência.Apesar disso, as fotos e vídeos impressionantes mostram algumas características diferenciadas deste fenômeno.A que mais chamou a atenção foi que as nuvens captadas são menos inclinadas do que o comum, apresentando uma verticalidade incomum.Leia mais Furacão Melissa atinge a Jamaica com categoria 5 e já é um dos “mais fortes da história”Tempestade de fakes: vídeos de IA enganam usuários sobre furacão MelissaFuracão Melissa: avião faz imagem impressionante do olho do fenômenoThis footage from inside the eye of Category 5 Hurricane Melissa might be the most jaw-dropping video ever captured of a hurricane’s eye, showcasing the infamous “stadium effect." pic.twitter.com/AEhj2g2Ban— Colin McCarthy (@US_Stormwatch) October 27, 2025 O que explica o poder destrutivo do furacão Melissa?A combinação entre o calor recorde do mar do Caribe e o padrão atmosférico causado pelo fenômeno climático La Niña potencializou o furação. Isso possibilitou a redução do chamado cisalhamento, que consiste na mudança na direção ou na velocidade do vento em diferentes altitudes. Quando o cisalhamento vertical está baixo, como costuma acontecer em episódios de La Niña, os furacões no Atlântico têm maior facilidade para se organizar e se intensificar, já que a velocidade e a direção do vento não mudam muito. Já um alto cisalhamento dificulta o crescimento e fortalecimento dos fenômenos.Ao mesmo tempo, o oceano libera calor e umidade, o que ajuda a alimentar a formação de tempestades. Com uma superfície do mar mais quente, maior foi a quantidade de energia disponível e maior o potencial de intensificação do Melissa. Para piorar a situação, a atmosfera estava extremamente úmida, favorecendo a formação de nuvens chamadas de convectivas explosivas, que crescem rapidamente em altitude e causam chuva torrencial.Melissa foi um dos furacões mais fortes registrados nos últimos anos (Imagem: reprodução/NOAA)Outro ponto importante para explicar o que aconteceu foi o fato do furacão não seguir para o norte, como costuma acontecer. Ele permaneceu quase parado sobre águas muito quentes, absorvendo ainda mais energia. Todas essas características mantiveram o Melissa em constante fortalecimento, o que tornou esse um dos fenômenos climáticos mais intensos dos últimos anos.O post Imagens feitas por avião mostram o interior do furacão Melissa apareceu primeiro em Olhar Digital.