A recente afirmação do chefe da Polícia Federal (PF), Andrei Rodrigues, sobre a consulta realizada à corporação para participar de uma operação contra o crime organizado no Rio de Janeiro trouxe um desconforto significativo para o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A operação, de grande repercussão, marcou a história do Rio devido ao seu impacto e ao número de mortos, que chegou a 121, levantando polêmicas e trazendo à tona questões sobre a comunicação e a coordenação entre as forças federais e estaduais.Por que a declaração da PF irritou o governo Lula?A admissão pública de Rodrigues sobre a consulta à Polícia Federal, feita durante uma coletiva de imprensa, contradiz declarações anteriores de integrantes do governo federal. Até então, representantes do governo afirmavam que não havia ocorrido qualquer aviso formal da operação. A irritação gerada pela fala de Rodrigues decorre do fato de que a consulta, ainda que através de setores operacionais e não de forma oficial, foi vista como um descompasso entre as diferentes partes do governo.Membros do governo Lula argumentaram que não houve um pedido formal de colaboração por parte das autoridades estaduais. Segundo eles, o que se verificou foi uma “sondagem” direcionada à Superintendência da PF no Rio de Janeiro, que acabou por não participar da ação. Essas palavras refletem uma clara tentativa de sublinhar a falta de formalidade no contato, tentando afastar-se das responsabilidades e da coordenação direta da operação letal.Qual o papel do Ministro da Justiça e a interpretação oficial?Durante a coletiva de imprensa, o Ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, tomou a palavra para salientar que pedidos de colaboração, especialmente em operações de tamanha envergadura, deveriam ser formalmente dirigidos a altas autoridades, incluindo ele próprio, o presidente Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin, ou diretamente ao chefe da Polícia Federal. Sua intervenção ressalta a importância de um processo formal e bem documentado para colaborações interinstitucionais.A insistência de Andrei Rodrigues em reafirmar que a operação não era atribuição direta da Polícia Federal reforça a separação de responsabilidades. Rodrigues frisou que a PF participa somente de ações onde possui inquéritos específicos, planejando e executando suas medidas. Isso deixa claro que o papel da PF é limitado a situações onde sua intervenção é formalmente requerida e planejada de acordo com suas competências exclusivas.Quais as polêmicas em torno da operação?Em coletiva de imprensa, o ministro Ricardo Lewandowski reforça a importância de uma atuação integrada entre as forças de segurança pública no país. Confira mais detalhes no vídeo. Audiovisual/PR pic.twitter.com/8YqF4ElBP3— Ministério da Justiça e Segurança Pública (@mjspgov) October 29, 2025 A operação contra o Comando Vermelho e suas repercussões não só reabrem discussões sobre métodos de combate ao crime no Brasil, mas também evidenciam as tensões políticas entre o governo federal e as forças estaduais. A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, em entrevista à GloboNews, destacou que o aviso recebido pela Superintendência da Polícia Federal por parte da inteligência da Polícia Militar do Rio de Janeiro não constituiu um “pedido de ajuda institucional”.Tais desencontros de comunicação levantam questionamentos sobre a eficácia dos protocolos interinstitucionais e a necessidade de uma sinergia mais robusta entre as forças de segurança do país. Em um cenário onde a violência urbana continua sendo um dos principais desafios, a articulação precisa e coordenada entre as diferentes esferas de governo é essencial.FAQ sobre governo Lula e PFQual foi o resultado imediato da operação no Rio de Janeiro? A operação resultou na morte de 121 pessoas, tornando-se a mais letal da história do estado.Quem é responsável pela decisão de envolver a Polícia Federal em operações estaduais? Tradicionalmente, a decisão de envolver a Polícia Federal requer um pedido formal das autoridades estaduais à liderança federal, incluindo ministros e, quando necessário, o presidente.Como a Polícia Federal decide participar de uma operação? A PF decide participar de operações com base em inquéritos específicos onde sua intervenção seja justificável e previamente planejada.Por que o governo federal nega a comunicação formal sobre a operação? Membros do governo argumentam que não houve um pedido formal, mas sim uma consulta informal, que não se traduziu em envolvimento oficial.O post PF admite consulta sobre operação no Rio e provoca irritação no governo Lula apareceu primeiro em Terra Brasil Notícias.