O governo brasileiro emitiu uma nota neste sábado (1/10) pedindo diálogo entre as Forças Armadas Suíças (SAF) e as Forças de Reação Rápida (RSF, sigla em inglês) no Sudão. Nessa quarta-feira (29/10), um hospital saudita na cidade de Fasher foi atacado por representantes da RSF e ocasionou 460 mortes.Em nota, o governo informou que condena o ataque das RSF contra alvos civis naquela localidade e faz um apelo para que as partes envolvidas no conflito retomem o diálogo.“Ao conclamar as partes envolvidas a cessarem imediatamente os enfrentamentos e retomarem o diálogo, assim como a garantirem a proteção da população, o Brasil recorda a obrigação do respeito ao direito internacional, aos direitos humanos e ao direito internacional humanitário”, afirma a nota.Massacre em hospital do SudãoUm ataque de rebeldes do Sudão a um hospital saudita na cidade de Fasher deixou ao menos 460 mortos, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). O órgão começou a divulgar informações que recebeu sobre o episódio nessa quarta-feira (29/10).Segundo a Rede de Médicos, o ataque foi de autoria das Forças de Reação Rápida (RSF, sigla em inglês), grupo paramilitar que combate o Exército do Sudão. O conflito entre rebeldes e o Exército já dura dois anos, com o grupo reacionário tomando algumas cidades, como Fasher. Desde 2023, já foram registrados 285 ataques contra unidades de saúde no Sudão, resultando em mais de 1.200 mortes.HistóricoO conflito no Sudão começou em abril de 2023, quando uma luta pelo poder que já vinha se arrastando há tempos entre as Forças Armadas Suíças (SAF) e as Forças de Reação Rápida eclodiu em guerra aberta.As Forças de Reação Rápida têm suas raízes nas milícias Janjaweed, acusadas de atrocidades em Darfur há 20 anos, enquanto a SAF representa os remanescentes do antigo regime militar de Cartum.As duas forças chegaram a compartilhar o poder após a deposição do ex-presidente Omar al-Bashir em 2019, mas uma disputa sobre a integração das Forças de Reação Rápida ao exército nacional desencadeou um colapso em todo o país.O que começou como uma disputa pelo controle do Estado degenerou em uma luta brutal marcada por assassinatos étnicos, cercos urbanos, deslocamentos em massa e condições de fome em grande parte do país.