O presidente chinês Xi Jinping assumiu o centro das atenções na reunião anual de líderes do Fórum de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (APEC), realizada na Coreia do Sul nesta sexta-feira (31), devendo manter conversas com os líderes canadense, japonês e tailandês após garantir uma frágil trégua comercial com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.O acordo, firmado pouco antes de Trump deixar a Coreia do Sul — ele não participou dos dois dias principais da cúpula da APEC — suspenderá novas restrições às exportações chinesas de terras raras, que ameaçavam paralisar cadeias globais de suprimentos.SAIBA MAIS: Fique por dentro dos melhores conteúdos do Money Times sem pagar nada por isso; veja comoA região da APEC, que se estende da Rússia ao Chile, responde por 50% do comércio global e 61% do PIB mundial.Reforçar cadeias de abastecimento e reduzir barreiras comerciais é o foco central das discussões sediadas na cidade histórica de Gyeongju. No entanto, as decisões tomadas pelo grupo econômico de 21 membros não são vinculativas e alcançar consenso tem se tornado cada vez mais difícil devido às tensões geopolíticas.“Mudanças nunca vistas em um século estão se acelerando em todo o mundo”, disse Xi aos líderes reunidos na sessão de abertura a portas fechadas na manhã de sexta-feira, segundo o Ministério das Relações Exteriores da China.“Quanto mais revolto o mar, mais precisamos remar juntos”, acrescentou Xi, em um discurso pedindo a proteção do sistema multilateral de comércio e uma cooperação econômica mais profunda.O secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, representou Trump na reunião.Reunião de Xi com nova líder japonesaCom o líder da maior economia do mundo ausente, as atenções se voltam para Xi, que deve realizar suas primeiras conversas com a recém-eleita primeira-ministra do Japão, Sanae Takaichi.Fontes próximas disseram que os líderes devem se reunir ainda nesta sexta-feira. Antes de partir para a cúpula, Takaichi afirmou a repórteres que os preparativos para o encontro estavam em andamento.Embora as relações entre os rivais históricos tenham melhorado nos últimos anos, a ascensão inesperada de Takaichi, a primeira mulher a liderar o Japão, pode tensionar os laços devido a suas visões nacionalistas e políticas de segurança mais duras.Uma de suas primeiras ações desde que assumiu o cargo, na semana passada, foi acelerar a expansão militar japonesa, com o objetivo de conter as ambições territoriais de uma China cada vez mais assertiva no Leste Asiático. O Japão abriga ainda a maior concentração de forças militares dos EUA fora do território americano.A detenção de cidadãos japoneses na China e as restrições de Pequim às importações de carne bovina, frutos do mar e produtos agrícolas do Japão também devem estar entre os temas sensíveis da agenda.Canadá busca reaproximação com a ChinaO primeiro-ministro canadense Mark Carney se reunirá com Xi na tarde desta sexta na Coreia do Sul, informou seu gabinete, com o objetivo de retomar o engajamento com a China após anos de relações deterioradas.Envolvido em uma amarga guerra comercial com seu maior parceiro, os Estados Unidos, o Canadá tenta reduzir sua dependência e buscar novos mercados. A China é o segundo maior parceiro comercial do Canadá.Sob a liderança de seu antecessor, Justin Trudeau, cidadãos canadenses foram detidos e executados pelo governo chinês e as autoridades de segurança do Canadá concluíram que Pequim interferiu em pelo menos duas eleições federais. Xi também repreendeu publicamente Trudeau, acusando-o de vazar suas conversas à imprensa.Em agosto, a China anunciou tarifas antidumping preliminares sobre importações de canola canadense, um ano após o Canadá impor uma tarifa de 100% sobre veículos elétricos chineses. Autoridades dos dois países se reuniram no início deste mês para discutir esses temas, mas não houve sinal de avanço.O primeiro-ministro tailandês Anutin Charnvirakul também deve se encontrar com Xi nesta tarde, segundo Bangkok, após assinar um acordo de cessar-fogo ampliado com o Camboja no domingo, sob mediação de Trump.O presidente norte-americano tem se promovido como intermediário da paz global. Xi disse a Trump na quinta-feira que a China também tem desempenhado papel fundamental em favor do diálogo e da reconciliação em diversos temas urgentes.