A Telefônica Brasil (VIVT3), dona da Vivo, registrou lucro líquido de R$ 1,9 bilhão no terceiro trimestre, alta de 13,3% sobre o desempenho do ano anterior, segundo balanço divulgado nesta quinta-feira. Às 12h50, as ações da companhia caíam 3,26%, a R$ 32,97.A XP Investimentos classificou os resultados como robustos, com pontos positivos. A receita ficou em linha, mas o baixo churn no pós-pago e FTTH, o controle de custos e a sólida geração de caixa se destacaram, refletindo consistência e execução sólida. Além disso, o trimestre marcou o início da captura dos benefícios da migração para o regime de autorização.“A Vivo continua sendo nossa principal escolha no setor de Telecom, pois gostamos da combinação de yield atrativo, portfólio resiliente e crescimento nas linhas de receita, juntamente com a expectativa de aceleração dos lucros até 2028”, diz a XP.Saiba mais: Confira o calendário de resultados do 3º trimestre de 2025 da Bolsa brasileiraTemporada de balanços do 3T25 ganha destaque: veja ações e setores para ficar de olhoO BTG Pactual avaliou que a Vivo apresentou resultados sólidos e em linha com as expectativas no terceiro trimestre de 2025. O banco destacou ainda o perfil defensivo da companhia, sustentado por forte geração de caixa, posição competitiva sólida e retorno atrativo aos acionistas. A Vivo negocia a cerca de 13 vezes o lucro estimado para 2026, com dividend yield projetado de aproximadamente 8%, nível superior ao das operadoras norte-americanas e semelhante ao da TIM. O banco manteve recomendação de compra e preço-alvo de R$ 31.“Embora os números reportados tenham vindo em linha ou ligeiramente acima das estimativas, parte dos destaques positivos decorre de fatores não recorrentes, como a venda de ativos”, comenta o Bradesco BBI.Para o BBI, a desaceleração da receita de serviços móveis para 5,5% em base anual foi o principal ponto negativo. Além disso, algumas tendências favoráveis observadas no trimestre podem ser difíceis de sustentar, como o crescimento da receita de pré-pago, mesmo com desconexões líquidas relevantes e cenário econômico mais desafiador. O EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) ajustado por vendas de ativos cresceu 6,8% em base anual, com margem estável, mas ainda pressionada por custos crescentes de serviços.Leia tambémMarcopolo cai 7% após receita frustrar expectativas e vendas desacelerarem no BrasilReceita líquida R$ 2,5 bilhões ficou abaixo das expectativas do consenso de mercadoGPA (PCAR3): JPMorgan segue com venda para as ações e destaca alta alavancagemBanco destaca que a alta alavancagem tende a limitar boa parte da melhora operacional e manter a geração de caixa sob pressãoO Itaú BBA, por sua vez, avaliou que a Vivo mantém uma trajetória consistente de lucros, mas destacou que a desaceleração esperada na Receita de Serviços de Telecomunicações (MSR) levanta dúvidas sobre a sustentabilidade de um crescimento acima da inflação. O banco espera que os investidores foquem nesse ponto, já que as projeções do mercado indicam uma aceleração relevante da MSR no quarto trimestre, apoiada por uma base de comparação mais favorável, movimento considerado essencial para reforçar a confiança na recuperação do setor de telecomunicações no Brasil.O Itaú BBA ressaltou também o avanço consistente das iniciativas de monetização da companhia, especialmente no segmento corporativo (B2B), e o desenvolvimento da plataforma Vivo Total, que pode representar um fator de alta para as projeções de longo prazo, caso continue evoluindo. O lucro da Vivo superou as expectativas do Goldman Sachs, com avanço de 21% em relação à projeção do banco e de 9% frente ao consenso, refletindo o bom desempenho do EBITDA e uma alíquota efetiva de impostos menor que a esperada.A receita de serviços móveis cresceu 5,5% na comparação anual, 0,6 p.p. abaixo da projeção do banco, desacelerando frente aos avanços de 7,3% no segundo trimestre e 6,5% no primeiro, movimento parcialmente esperado, dada a base de comparação mais forte do 3T24.A companhia também reportou, pela primeira vez, ganhos de R$ 232 milhões com a venda de ativos relacionados a concessões, acima da estimativa do Goldman Sachs de R$ 168 milhões, e reiterou sua projeção de R$ 4,5 bilhões em vendas totais desses ativos, concentradas principalmente entre 2026 e 2027.RecomendaçõesApesar da Vivo ser uma excelente companhia, a Monte Bravo disse ter dificuldades de enxergar algum potencial de valorização nos atuais preços, por isso rebaixou a recomendação de compra para neutra, com preço-alvo de R$ 31. “Isso acontece pois: (i) mercado maduro e com competição; (ii) entrada de outros players (Nu) pode tornar a vida dos atuais incumbentes mais desafiadora; e (iii) múltiplos esticados”, explica a corretora.O BBA manteve recomendação neutra para Vivo, com preço-alvo de R$ 35,50, pois acredita que boa parte da melhora do case já está precificada, refletida no dividend yield de 7,7% e no múltiplo P/L de 13,7 vezes para 2026.O Goldman Sachs, por sua vez, reiterou recomendação de compra e preço-alvo de R$ 34.The post Vivo mantém resultados sólidos, mas receita móvel preocupa investidores; ação cai 3% appeared first on InfoMoney.