Quanto investir mensalmente para comprar um apartamento em 5 anos?

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O sonho da casa própria continua entre os mais populares no Brasil, independente da idade ou classe social da pessoa. Apesar de ser um objetivo dos mais comuns ele também é um dos mais desafiadores, exigindo um intenso planejamento financeiro. Mas, com metas bem traçadas e, principalmente, disciplina, é possível transformar esse sonho em realidade em até cinco anos.O InfoMoney foi ouvir especialistas em finanças pessoais para mostrar como fazer isso, conhecendo as regras do mercado imobiliário. O primeiro passo é entender que o sucesso de um projeto dessa magnitude depende de três fatores: tempo, rentabilidade e constância. “O valor a investir por mês depende dessas três variáveis. Quanto mais tempo você tem e maior for o rendimento, menor será o esforço mensal exigido”, explica a planejadora financeira Rejane Tamoto.Quanto investir?Na simulação feita por Rejane, o objetivo é acumular R$ 700 mil em 5 anos, considerando uma aplicação inicial de R$ 50 mil e rentabilidade média de 1% ao mês, em um cenário compatível com produtos de renda fixa atualmente.Nesse caso, seria necessário investir R$ 7.458,89 por mês durante 60 meses para alcançar o valor desejado. “Com disciplina e constância, o investidor vê o tempo e os rendimentos trabalharem. É o poder dos juros compostos trabalhando a seu favor”, afirma Rejane.Cenários alternativosMesmo com uma meta alta, há maneiras de ajustar o plano para torná-lo viável. O valor cai se a pessoa tiver mais recursos aplicados no início (isso inclui o FGTS), ampliar o prazo ou estabelecer uma meta intermediária, como juntar metade do valor e financiar o restante.CondiçãoAplicação inicialInvestimento mensal simulado em renda fixaCenário base para obter R$ 700.000 em 5 anosR$ 50.000R$ 7.458,89Cenário com maior valor inicial para obter R$ 700.000 em 5 anosR$ 100.000R$ 6.346,67Cenário com meta menor, de R$ 350.000 em 5 anos R$ 50.000R$ 3.173,33Para quem tem renda mensal de R$ 10 mil, por exemplo, a meta de juntar R$ 350 mil em 5 anos pode ser mais factível, com aportes equivalentes a cerca de 32% da renda. “É um exemplo de meta desafiadora, mas realista. Com foco e organização, é possível sem comprometer o equilíbrio financeiro”, diz Rejane.Mas Rejane alerta: “Se houver redução dos juros nos próximos cinco anos, o investidor precisará diversificar para manter o mesmo potencial de rentabilidade.”O papel da renda fixa Com a taxa básica de juros em 15% ao ano, produtos de renda fixa seguem oferecendo oportunidades de investimento com previsibilidade e baixo risco. Títulos como Tesouro IPCA+, CDBs de bancos médios, LCIs e LCAs são adequados para objetivos de médio prazo, como a compra de um imóvel.Leia Mais: Novo crédito imobiliário para famílias que ganham acima de R$ 12 mil: o que muda?Como montar o plano de poupança– Mapeie sua situação atual: faça um fluxo de caixa com todas as receitas e despesas do mês.– Defina a meta de poupança mensal: o valor que caberá no orçamento sem comprometer gastos essenciais.– Automatize os aportes: configure transferências automáticas para investimentos logo após receber o salário.– Inclua lazer e bem-estar: “Cortar tudo é insustentável. Um bom planejamento é aquele que cabe na vida real”, reforça a planejadora.– Revise o plano anualmente: ajuste o valor dos aportes conforme evolução da renda e cenário de juros.Quando o financiamento entra no jogoSe o financiamento for inevitável, especialistas recomendam que o comprador tenha pelo menos 20% do valor do imóvel para dar de entrada para conseguir o crédito, conforme as regras do financiamento imobiliário. O restante pode ser financiado com taxas que, atualmente, variam entre 11% e 13% ao ano, dependendo do banco e do indexador (TR, IPCA ou taxa fixa).Outra alternativa importante é o uso do FGTS, permitido para imóveis dentro dos limites do Sistema Financeiro de Habitação (SFH). O saldo pode ser utilizado para somar na entrada, ou depois no caso de amortização do saldo devedor ou redução das prestações.A planejadora financeira Mara Bernardes alerta ainda que, se a pessoa for economizar para dar entrada em um imóvel e financiar o restante, é preciso estar atento à renda exigida pelo sistema financeiro. “Isso porque, pelas regras, a parcela não pode comprometer mais do que 30% da renda. Assim, se uma pessoa quiser financiar um imóvel de R$ 700 mil dando 20% de entrada precisará de uma renda de R$ 17,4 mil, o que pode inviabilizar para boa parte dos trabalhadores”, afirma.Nesse caso do imóvel de R$ 700 mil, com entrada de R$ 140 mil e a renda de R$ 17,4 mil, a parcela fica em torno de R$ 6,5 mil, o que também pode ser considerado alto para um custo mensal fixo, na opinião de Mara. “Além disso, sempre recomendo para as pessoas que planejam comprar seu primeiro imóvel financiado é fugir dos apartamentos na planta. Opte por um usado ou recém construído, para evitar custos intermediários e a necessidades de colocar móveis e pisos, o que eleva ainda mais os custos”, acrescenta a especialista.Sem pressa, com determinação e planejamentoGuardar dinheiro para a casa própria é uma jornada longa que exige constância e não se pode ter pressa, de acordo com as especialistas. Por isso, a melhor estratégia é começar o quanto antes, ir ajustando o plano conforme o cenário econômico e manter os investimentos automáticos logo que o salário cair na conta. “Quando o investimento vira hábito, o plano deixa de parecer distante e passa a fazer parte da rotina”, conclui Rejane Tamoto.The post Quanto investir mensalmente para comprar um apartamento em 5 anos? appeared first on InfoMoney.