O presidente da Venezuela Nicolás Maduro afirmou, neste domingo (12/10), que María Corina Machado é uma “bruxa demoníaca”. Essa foi a primeira declaração de Maduro desde que a líder da oposição foi anunciada, na última sexta-feira (10/10), como vencedora do Prêmio Nobel da Paz.Em discurso durante uma comemoração ao Dia da Resistência Indígena, o venezuelano não citou abertamente o nome de Corina Machado, tampouco mencionou a honraria concedida a ela pelo Comitê Norueguês do Nobel, mas fez menção indireta.“Noventa por cento da população rejeita a bruxa demoníaca de La Sayona”, declarou Maduro. “La Sayona” é uma personagem de terror de uma lenda popular latino-americana.“Queremos paz, e teremos paz, mas paz com liberdade, soberania, independência e igualdade. Não a paz das ruínas de Gaza, nem a paz da morte”, disse o presidente. “Vocês acham que nosso povo tem medo de vocês? Acham que nosso povo vai se render? Ninguém aqui se rende, droga”, completou. Leia também Mundo Líder da oposição na Venezuela, María Corina Machado leva Nobel da Paz Mundo Nobel da Paz: saiba quem é María Corina Machado, adversária de Maduro Mundo Opositora de Maduro, María Corina Machado dedica Nobel da Paz a Trump 4 imagensFechar modal.1 de 4María Corina MachadoJesus Vargas/Getty Images2 de 4María Corina Machado, candidata da oposição na VenezuelaPedro Rances Mattey/Anadolu via Getty Images3 de 4Líder da oposição Maria Corina Machado, na VenezuelaGetty Images/Carlos Becerra4 de 4A líder da oposição Maria Corina Machado levanta a mão do candidato da oposição Edmundo González durante uma entrevista coletiva um dia após a eleição presidencial de 29 de julho de 2024 em Caracas, VenezuelaMarcelo Perez del Carpio/Getty ImagesA líder da oposição recebeu o Nobel da Paz por “seu trabalho incansável na promoção dos direitos democráticos para o povo da Venezuela e por sua luta para alcançar uma transição justa e pacífica da ditadura para a democracia”, segundo a organização do Nobel.Ainda de acordo com o Comitê, Corina Machado tem sido figura-chave e unificadora em uma oposição política que antes estava profundamente dividida – oposição que encontrou ponto comum na demanda por eleições livres e governo representativo.No pleito presidencial da Venezuela de 2024, a opositora foi impedida de concorrer por decisão do Judiciário do país. As eleições, que ocorreram no final de julho, foram marcadas pela falta de transparência e a reeleição de Maduro amplamente contestada internacionalmente.Desde então, a venezuelana vive escondida.