Astrônomos identificaram o primeiro evento de “interrupção de maré” (TDE, na sigla em inglês) ocorrendo fora do centro de uma galáxia. O estudo, que traz novas pistas sobre o comportamento dos buracos negros, foi publicado nesta semana no periódico The Astrophysical Journal Letters.o evento, batizado de AT 2024tvd, apresentou emissão de ondas de rádio mais rápida já observada em uma perturbação estelar causada por um buraco negro.Um evento de “interrupção de maré” ocorre quando uma estrela se aproxima demais de um buraco negro supermassivo e é dilacerada pela força gravitacional extrema. No caso descoberto, o buraco negro estava localizado a cerca de 2.600 anos-luz do núcleo de sua galáxia hospedeira — uma distância que surpreendeu os pesquisadores e reforça a hipótese de que buracos negros podem existir em regiões galácticas até então inesperadas. Astrônomos se deparam com objeto raro e misterioso no espaço; veja o que é Astrônomos descobrem anã branca que devorou um mundo semelhante a Plutão Imagens de satélite revelam armadilhas de caça de povos antigos no Chile “Isso é realmente extraordinário”, afirmou o Dr. Sfaradi. “Nunca antes vimos uma emissão de rádio tão brilhante de um buraco negro destruindo uma estrela, longe do centro de uma galáxia e evoluindo tão rápido. Isso muda a forma como pensamos sobre buracos negros e seu comportamento.”A descoberta foi liderada pelo Dr. Itai Sfaradi e pela Profa. Raffaella Margutti, da Universidade da Califórnia, em Berkeley, com a colaboração de pesquisadores de diversos países, entre eles o Prof. Assaf Horesh, do Instituto Racah de Física da Universidade Hebraica de Jerusalém.Os dados revelaram duas erupções distintas de rádio evoluindo em velocidade recorde, que sugere que fluxos poderosos de material foram lançados das proximidades do buraco negro meses após a destruição da estrela — e não imediatamente, como previam os modelos tradicionais.Segundo as análises, o fenômeno envolveu pelo menos dois eventos de ejeção separados no tempo, uma evidência clara de que buracos negros podem “despertar” em episódios sucessivos, mesmo depois de períodos de aparente calmaria.A descoberta reforça a importância da observação de TDEs fora dos centros galácticos e promete redefinir o entendimento sobre a distribuição e o comportamento dos buracos negros supermassivos no universo.Como um buraco negro cresce? Cientistas revelam “ingrediente secreto”