Usiminas (USIM5): UBS BB vê fator que pode impulsionar ação em mais de 60%

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De olho no otimismo crescente em relação a uma eventual aprovação das tarifas antidumping para importações de aço plano no Brasil, que tem impacto na Usiminas (USIM5), o UBS BB avalia o desfecho como amplamente binário e dependente da vontade política.Em junho, o Departamento de Defesa Comercial (Decom), vinculado ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, abriu uma investigação sobre as exportações de 25 grupos de produtos de aço vindos da China.O processo teve como motivação a suspeita de prática de dumping — ou seja, pela venda de aço no mercado brasileiro a preços inferiores aos praticados no mercado interno chinês. Essa diferença de preços poderia prejudicar a indústria nacional.A investigação pode durar de 10 a 18 meses. Se for determinada a existência de prática de dumping e dano à indústria brasileira, o governo pode aplicar direitos antidumping por um prazo de até cinco anos.CONFIRA: Monte sua estratégia de investimentos ideal em minutos: Acesse o simulador do Money Times e descubra como diversificar sua carteira“Mesmo que a aprovação avance, reconhecemos que ainda há conhecimento limitado sobre a alíquota tarifária que seria aplicada a cada linha de produto, se as tarifas seriam repassadas aos preços, se haverá triangulação de produtos, se as importações realmente cairão, e assim por diante. Ainda há muita incerteza”, diz o banco.Apesar disso, a equipe de analistas liderada por Caio Greiner considera uma decisão favorável como possibilidade real não precificada nas ações da Usiminas, que acumulam queda de 8% no ano, até esta quinta-feira (16).“Calculamos que o papel esteja embutindo apenas uma margem Ebitda de aço de cerca de 8% para 2026, o que implica, em nossa visão, nenhum ganho de preço vindo de tarifas”, diz o relatório.Caso ocorra a implementação da tarifa, ainda não há como saber o impacto exato sobre a indústria siderúrgica, contudo, os analistas apontam como justo supor que haveria alguma melhora nas margens das produtoras locais.“Por exemplo, se a Usiminas conseguir elevar seus preços realizados entre 3% e 6%, ampliando suas margens Ebitda do aço para 11% a 13% em 2026, o projetado é um upside de 25% a 50% no Ebitda total em relação ao cenário base — o que teria impacto relevante sobre o valor das ações, de 30% a 60% (ou mais)”, diz o relatório.Os analistas destacam que se trata de um exercício muito simplista, que não incorpora nenhuma mudança significativa em volumes ou custos, e também não leva em consideração os atrasos contratuais da Usiminas. Mas, na visão do UBS BB, demonstra que uma decisão antidumping favorável não parece estar precificada.O que fazer com as ações da Usiminas?Diante do atual cenário, o UBS BB mantém classificação Neutra para a Usiminas, com preço-alvo de R$ 5 por ação.“Embora os riscos pareçam inclinados para a alta da ação, ainda não estamos confortáveis em elevar a recomendação em um ambiente tão binário”, argumentam os analistas.Em um cenário sem antidumping, o banco veria a indústria siderúrgica brasileira sob forte pressão de importação. Neste caso, a expectativa é de uma recuperação gradual da margem aos níveis normalizados de 12-15%, contra menos de 10% hoje, o que potencialmente levaria alguns anos.*Com informações do Seu Dinheiro