Homens mascarados executam grupo em Gaza enquanto Hamas confronta rivais

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Conflitos violentos aconteceram entre o Hamas e grupos rivais em diversas áreas de Gaza, incluindo um incidente que culminou em uma aparente execução pública, à medida que crescem as preocupações sobre a situação de segurança após a retirada de Israel de partes do território.Relatos de violência foram amplamente compartilhados em canais de rede social, com um vídeo particularmente horrendo mostrando um grupo de combatentes mascarados, alguns dos quais usando faixas verdes do Hamas, matando oito pessoas vendadas em uma praça na Cidade de Gaza enquanto multidões assistiam – um possível sinal da brutalidade que o Hamas está usando para se reafirmar como força de segurança.A CNN verificou o local onde o vídeo foi filmado, o bairro de Al Sabra, no oeste da Cidade de Gaza, mas não pode confirmar de forma independente quando o incidente ocorreu. Leia mais: Trump diz que Hamas deve desarmar ou será desarmado por ele Hamas realiza onda de mortes em Gaza alegando combate ao crime e segurança Hamas retoma controle em Gaza e confronta colaboradores após cessar-fogo No entanto, é provável que o incidente tenha ocorrido após a entrada em vigor do cessar-fogo entre Israel e o Hamas, já que tropas israelenses já operavam na área antes disso. Os danos causados ​​pela guerra aos prédios vistos no vídeo sugerem que ele foi filmado recentemente.Os detidos — todos aparentemente homens adultos — são vistos sendo arrastados para a praça, com as mãos amarradas nas costas. Alguns estão parcialmente despidos e descalços.Alguns dos combatentes são vistos espancando com força alguns dos prisioneiros enquanto estes se alinham para serem executados. Os combatentes comemoram após atirar nos detentos.Uma vista aérea dos prédios fortemente danificados e desabados nos ataques israelenses, depois que o Exército israelense se retirou de Gaza após o acordo de cessar-fogo em 12 de outubro no bairro de Sabra, no sul da Cidade de Gaza, Gaza. • Imagens de Khames Alrefi/Anadolu/Getty via CNN NewsourceO Centro Al-Mezan para os Direitos Humanos, uma ONG palestina, descreveu o incidente como uma “execução extrajudicial de cidadãos” e pediu uma investigação sobre o incidente e que os responsáveis ​​sejam levados à justiça.A força de segurança Radaa, afiliada ao Hamas, disse em comunicado que “conduziu uma operação precisa no centro da Cidade de Gaza, resultando na neutralização de vários indivíduos procurados e foragidos”.Nenhuma evidência foi apresentada.A Radaa disse que assumiu o controle de posições na Cidade de Gaza e “realizou varreduras e prisões de indivíduos que participaram de tiroteios, assassinatos de deslocados e ataques a civis”.A CNN não pode confirmar de forma independente a identidade dos combatentes ou dos prisioneiros, mas o vídeo veio à tona após dias de relatos de confrontos entre combatentes do Hamas e a família Doghmush, um poderoso clã baseado em al Sabra.A CNN informou anteriormente que canais do Telegram afiliados ao Hamas disseram que a violência começou depois que o filho de um alto comandante militar do Hamas foi morto.O grupo de direitos humanos Al-Mezan disse ter recebido relatos de que homens armados entraram em confronto com homens armados de uma família local nos bairros de Sabra e Tel al-Hawa, na Cidade de Gaza, depois que o cessar-fogo entrou em vigor na sexta-feira.Palestinos passam por prédio destruído enquanto inspecionam danos causados ​​pela operação israelense no bairro de Sabra, na Cidade de Gaza • 08/10/2025 REUTERS/Ebrahim HajjajEle disse que, de acordo com as informações coletadas, os agressores alegaram que estavam tentando prender um grupo de suspeitos.“Os confrontos resultaram em baixas entre familiares e a força agressora. Após a prisão de vários familiares, o vídeo mostrando a execução de vários cidadãos circulou amplamente nas redes sociais”, informou o centro, acrescentando que nenhuma declaração oficial das autoridades locais foi divulgada sobre o incidente.A Radaa disse em um comunicado na segunda-feira (13) que estava realizando “operações de segurança abrangentes que resultaram na prisão de um grande número de colaboradores e indivíduos operando fora da lei”.No comunicado, a Radaa disse que prendeu um grupo de “elementos fora da lei” que atiraram contra as forças de segurança no centro de Gaza e que deteve várias pessoas “implicadas na cooperação com uma milícia armada e no recrutamento de colaboradores durante a guerra” no sul de Gaza.Uma declaração da Família Doghmush disse que estava “chocada com uma campanha interna angustiante que tem como alvo nossos filhos inocentes, envolvendo assassinatos, intimidação, tortura e queima de casas com seus moradores dentro, sem qualquer justificativa e sob falsos pretextos que não têm relação com a realidade”.A família disse que perdeu cerca de 600 membros durante esta guerra e que o Exército israelense lançou uma campanha brutal contra a família depois que ela “rejeitou firme e completamente todas as tentativas da ocupação de conquistá-la ou recrutá-la para trabalhar em seu nome”.“O que está acontecendo hoje é um crime hediondo cometido contra uma família conhecida por sua firmeza, determinação e rejeição a todas as formas de colaboração e traição”, disse a família.Libertação de reféns: Hamas ficará sem grande triunfo, diz especialista | LIVE CNN“Consideramos todos aqueles que participaram, contribuíram ou permaneceram em silêncio sobre esses crimes totalmente responsáveis ​​diante de Deus e da história.”O vídeo das execuções foi amplamente compartilhado online, inclusive pelo Ministério das Relações Exteriores de Israel, que disse que as filmagens mostravam por que o Hamas “deve acabar”.“O grupo terrorista governa através do medo – executando civis, torturando dissidentes, atirando em quem ousa protestar. Palestinos em busca de comida ou liberdade são recebidos com balas, não com compaixão. Não é resistência – é tirania”, afirmou o ministério.O vídeo veio à tona depois que o presidente dos EUA, Donald Trump, sugeriu que daria aprovação ao Hamas para policiar o território por “um período de tempo”.Trump foi questionado sobre a reafirmação do Hamas em Gaza após o cessar-fogo que ele ajudou a intermediar entre o grupo e Israel, enquanto viajava para o Oriente Médio na segunda-feira.“Eles querem acabar com os problemas. Eles foram abertos sobre isso e nós os aprovamos por um período”, disse Trump em resposta.Israel tem pressionado fortemente para que o desarmamento completo do Hamas seja incluído no acordo de cessar-fogo.No entanto, o plano de cessar-fogo de 20 pontos de Trump, publicado na semana passada, diz que “os membros do Hamas que se comprometerem com a coexistência pacífica e a desmantelar suas armas receberão anistia”.Questionado sobre o Hamas no voo do Air Force One para o Oriente Médio na segunda-feira, Trump disse que o grupo iria policiar a área por algum tempo.“Eles perderam provavelmente 60 mil pessoas. É muita retribuição”, disse ele. “Temos quase 2 milhões de pessoas voltando para prédios que foram demolidos, e muitas coisas ruins podem acontecer. Então, queremos que seja seguro. Acho que vai ficar tudo bem… quem sabe ao certo… mas acho que vai ficar tudo bem.”Veja imagens da devastação na Cidade de Gaza após cessar-fogo entre Israel e Hamas | CNN BRASIL