Na avaliação do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a MP (medida provisória) com alternativas ao aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) era “muito justa”, pois reduzia privilégios de determinados setores da sociedade, como bets.O ministro participou de audiência na CAE (Comissão de Assuntos Econômicos) do Senado na manhã nesta terça-feira (14), onde falou sobre a rejeição da MP pela Câmara dos Deputados. Leia Mais Governo aposta em comunicação enquanto busca solução política para IOF Saiba o que acontece com a derrubada da MP do IOF pelo Congresso Nacional Febraban nega ter atuado contra MP do IOF e critica ação de fintechs e bets Haddad afirmou que deve se reunir com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na próxima quarta-feira (15) para apresentar diferentes alternativas à rejeição da MP.“Vamos buscar alternativas. A taxação dos BBBs [bilionários, bancos e bets] só é injusta na cabeça de pessoas desinformadas sobre o que está acontecendo no Brasil”, disse Haddad.A MP acabava com a isenção de Imposto de Renda para títulos privados incentivados (LCI, LCA, CRI, CRA e debêntures incentivadas). O texto propôs taxar os títulos em 5%. Além disso, a medida também aumentava a tributação sobre bets de 12% para 18%.Entre as medidas, a MP também previa um aumento na alíquota da CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido) de fintechs, que de 9% passariam a pagar entre 15%.Durante a audiência, o ministro também destacou que era um pressuposto importante do Projeto de Lei Orçamentária Anual, enviado ao Congresso Nacional em agosto. A equipe econômica estimava arrecadar R$ 17 bilhões com a medida provisória em 2026.“Eu acredito que vai haver, daqui para o final do ano, uma compreensão de que nós temos um orçamento encaminhado no dia 31 de agosto com alguns pressupostos. A MP 1303 era um pressuposto importante. Vamos combinar, ela era muito justa, inclusive no que diz respeito aos títulos públicos porque diminuía a distância do que é pago por alguém que adquire um título público do que é pago por alguém que adquire um título incentivado”, disse.De acordo com Haddad, o Congresso Nacional já compreende que, sem a MP, pode haver necessidade de corte de emendas parlamentares.“Eu vejo aqui no Senado, mas também de algumas lideranças da Câmara, agora que a poeira baixou, a compreensão de que isso vai ter efeito sobre outros processos, como dificuldade de fechar peça orçamentária, necessidade de corte em áreas prioritárias, em emendas. Isso tem efeitos. Com a volta do presidente, vamos sentar com os líderes para buscar uma solução para o orçamento do ano que vem”, disse.Na semana passada, o plenário da Câmara dos Deputados retirou de pauta a MP (Medida Provisória) com alternativas ao aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), o que inviabilizou a apreciação.