O Brasil está prestes a bater um recorde global: maior produção de mosquitos em laboratório do mundo. A sede de uma empresa em Campinas vai produzir 190 milhões de ovos do inseto por semana. A instalação da estrutura pretende atender demandas de governos e comunidades que estejam enfrentando surtos de doenças transmitidas pelo Aedes aegypti, como dengue, zika e chikungunya.Os mosquitos serão contaminados com a Wolbachia, uma espécie de bactéria que reduz a transmissão da dengue em mais de 75%, quando é espalhada entre os insetos, segundo levantamento da Oxitec, empresa responsável pelo projeto. A Wolbachia já é usada no Brasil pela Fiocruz.Sede do prédio é em Campinas; 190 milhões de mosquitos serão produzidos semanalmente • DivulgaçãoEm 2024, o Brasil viveu a maior crise de dengue registrada no país, foram registrados 4.013.746 casos prováveis de dengue e 3.809 mortes, além de 232 óbitos em investigação. O índice de incidência era de 1.881 casos para cada 100 mil habitantes. Chikungunya: casos brasileiros representam 96% dos confirmados nas Américas Fiocruz: dengue, zika e chikungunya aumentam riscos no parto Projeto de combate a doenças transmitidas por mosquitos será testado em MG Veja:https://admin.cnnbrasil.com.br/wp-content/uploads/sites/12/2025/10/Filmes-e-TV-2025-10-11-20-18-57.mp4 Há pouco tempo o recorde de maior empreendimento deste tipo no mundo era ocupado por outra fábrica brasileiras, em Curitiba, pela Wolbito, porém agora foi superada pela nova estrutura de Campinas.“Acho muito boa essa sinergia. Aqui não se trata de competição, mas de sinergia. Em julho foi inaugurada a Wolbito, que era a maior do mundo. Dois meses depois, já não é. Isso é muito bom para a saúde pública do Brasil”, afirma Fabiano Pimenta, secretário adjunto da secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente.Prefeito de Niterói: Wolbachia é uma boa estratégia contra dengue | LIVE CNNCom essa produção, o empreendimento espera conseguir proteger até 100 milhões de pessoas anualmente. A empresa entrou com o pedido de liberação da Anvisa em março de 2025 e aguarda o aval da agência. A fábrica foi inaugurada no começo de outubro deste ano e está pronta para fornecer os ‘mosquitos contaminados’.“Com o novo complexo da Oxitec em Campinas, estamos equipados para responder imediatamente aos planos de expansão da Wolbachia do Ministério da Saúde, garantindo que a tecnologia possa chegar rapidamente a comunidades em todo o país, de forma econômica”, finaliza Natalia Verza Ferreira, diretora Executiva da Oxitec Brasil.