Vinhos premium brasileiros são vendidos por mais de US$ 250 mil; saiba quais são

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O vinho nacional vem numa crescente evolução e, claro, é natural que ofereça opções na categoria dos chamados “vinhos premium”, onde encontramos “OpusOne”, “Seña”, “Catena Zapata Adrianna Vineyard River”, “Tinto Familia Deicas Tannat Massimo Deicas”, “Tignanello” e por ai afora; todos custando mais de US$ 250,00.Desta feita, importante realçar que o segmento de vinhos premium do Brasil tem amadurecido rapidamente: produtores da Serra Gaúcha, Vale dos Vinhedos, Campanha, Serra Catarinense, Mantiqueira e regiões vizinhas vêm investindo em micro-vinificações, garrafas magnum e edições numeradas que hoje alcançam preços de colecionador. Destaque-se que a maior parte dos rótulos de alta-gama vem da Serra Gaúcha (Vale dos Vinhedos, Bento Gonçalves) e de terroirs específicos da Campanha Gaúcha — áreas com altitude moderada, solos bem drenados e amplitude térmica que favorece maturação equilibrada. A Mantiqueira (São Paulo e Minas Gerais) também tem nos brindados com vinhos excepcionais, bem como a Serra Catarinense, como ressaltamos antes.As castas mais focadas, para os vinhos premium, são Merlot, Cabernet Sauvignon, Pinot Noir, Chardonnay, Tannat e assemblages bordalesas. Em espumantes premium predominam Chardonnay e Pinot Noir, produzidos pelo método tradicional (champenoise). Quanto ao cultivo, os rótulos top costumam reduzir rendimento por planta (encanopia, poda curta), colher manualmente parcelas selecionadas e aplicar práticas de vinhedo de precisão (seletividade por talhão / single-vineyard). Na adega, é comum estágio longo em barricas de carvalho francês de primeiro uso para tintos, micro-vinificações em pequenos lotes e controle rigoroso de temperatura — tudo para estruturar potencial de guarda. (Exemplos de prática “minimal intervention / microvinificação” constam nas filosofias de algumas vinícolas boutique, que se aventuram em produzir vinhos Premium).Ainda, garrafas mais pesadas, numeração de garrafas, caixas de madeira e rótulos com acabamento especial (hot-foil, verniz localizado) são comuns nos lançamentos de coleção — parte da estratégia de posicionamento de luxo. Tudo isso gera o que se costuma chamar de “fator escassez”, que passa a ser variável preponderante na formação do preço do vinho, muitas vezes par e passo com o esmero e qualidade do produto.Vou listar alguns vinhos Premium brasileiros que merecem ser conhecidos,  provados e adegados:Pizzato — DNA 99 (Single Vineyard Merlot) – uva: 100% Merlot (single-vineyard, edição numerada). Técnicas: seleção por parcela, amadurecimento em carvalho francês; produção limitada. Vinho macio, gastronômico e, absolutamente, longevo.Miolo — Lote 43 – corte Merlot e Cabernet Sauvignon; vinificação com passagem por carvalho e potencial de guarda. Vinho que segue um padrão bordalês de excelência.Viapiana VIA1986 Blend – corte Cabernet Sauvignon e Merlot, este vinho tinto possui coloração vermelho rubi intenso. Evolui de forma significativa ma garrafa e, após aberto, apresenta camadas que envolvem a boca como um todo. Vinho de guarda e gastronômico ao extremo.Casa Perini — Dona Carmo Brut (espumante / edição especial) – Primeiro e maior espumante icônico da vinícola Casa Perini. Em boca revela intensa, cremosidade e  volume, com agradável untuosidade. Possui alta acidez, com um final longo, persistente e refrescante; que através do retrogosto abre em camadas toda a sua complexidade aromática.Épico IX – Guatambu – corte de quatro uvas que revelaram todo potencial na região da Campanha Gaúcha (Tannat, Cabernet Sauvignon, Tempranillo e Merlot) resultou em um vinho muito elegante e equilibrado, tanto em aromas quanto em boca.Agripina – Nebbiolo Lote I – Villa Francioni – varietal, rico em aromas terciários, revela amplo espectro aromático após decantação. No paladar o teor alcoólico é finamente  armonizado com a acidez tipicamente vívida da distinta uva Nebbiolo.Guaspari Terroir Cabernet Franc – varietal; com notas marcantes de romã e pimenta-preta, seguidas por sutis toques de couro e ervas secas, como tomilho e sálvia,  complementado por taninos macios e maduros.No mercado nacional, o segmento de premium/editions de colecionador cresce sustentado por consumidores mais experientes, clubes de vinho e gastronomia de alto-padrão — o  apetite por rótulos nacionais de alta gama tem aumentado, tanto em garrafas singulares como em formatos especiais (magnum, caixas numeradas). Internacionalmente, a presença  brasileira ainda é de nicho, mas tem recebido atenção em feiras, concursos e importadores que buscam “novidades do Hemisfério Sul” — os produtores que investem em qualidade de vinhedo e em métodos tradicionais (espumantes) têm melhor trânsito para exportação. Em resumo: há espaço real para valorização, mas a escalada de preço exige consistência (safras, pontuações e rastreabilidade) e estratégia de marca para competir em mercados maduros. Para o consumidor nacional, deixa e lembrança que escassez não significa, necessariamente, qualidade. Salut! Leia também Descubra vinhos de qualidade e bom preço fora do eixo tradicional francês